Dir-se-á que os gestores que se protegeram da subida de taxas de juro foram até bastante meticulosos. Tomaram decisões para minimizar os encargos financeiros adicionais que teriam se as taxas de juro subissem. O que tiveram foi azar, as taxas desceram em vez de subiram. E é quando usamos a expressão "azar" que a questão se clarifica. Um gestor público, que está ali a provisionar a prestação de bens ou serviços públicos, com dinheiro dos contribuintes, não tem (ou não deve ter) legitimidade para tomar decisões cujos resultados dependem de ter sorte ou azar. Além disso, não existem nessas empresas competências que garantam decisões tecnicamente fundamentadas. Como consequência, as decisões de comprar ou não um derivado financeiro terá sido basicamente ditada pelo conselho de bancos de investimento que, além do incentivo de venda, se revelaram altamente tóxicos.
Ou é do sono, ou então se estou a entender bem, é mais uma peça de jornalismo brilhante...
Vejamos; tentam explicar a decisão de compra dos derivados como sendo um hedge...
Mas se fosse um hedge, era bem feito e o resultado era nulo... Ou seja, se tivessem apostado na subida da tx de juros e tivessem coberto a posição que tinham, o que perdiam no derivado com a baixa da taxa, ganhavam nos juros que pagavam a menos...
Perder dinheiro não foi azar! Foi o resultado da impunidade que sabiam que tinham. era uma situação win-0. Isto é se acertassem eram os maiores e possivelmente até ganhariam com os resultados. Se perdessem, no pasa nada...
estamos a falar de cargos nomeados pelos aparelhos... merito portanto
Este artigo esta enviesado. O que foi feito em 2008, quando as taxas de juro estavam a subir a pique, foram contratos swaps em que se procurou eliminar o risco de taxa de juro. De forma simplista, os empréstimos indexados a taxa euribor foram substituídos por "empréstimos" a taxa fixa.
Esta medida no contexto em que foi tomada (pouco antes do Lehman rebentar) foi sensata. E até foi imposta pelo governo da altura.
O engraçado é que as taxas fixadas (salvo erro a volta dos 5%), são manifestamente inferiores as taxas que essas empresas hoje pagariam se tivessem que ir ao mercado para se financiar.