Concordo inteiramente com o Visitante em que o sucesso só parcialmente é devido ao mérito (definido como talento, capacidades técnicas, intelectuais, conhecimento). Isso é verdade em Silicon Valley, e em mais sectores. É mais verdade nuns países que noutros. Nos EUA o mérito deve ser responsável por muitas fortunas, talvez pela cultura capitalista ímpar, ou talvez porque alguém inicialmente bem sucedido no mundo empresarial, tem potencialmente acesso a um mercado de 300 milhões com alto poder de compra e falando todos inglês.
Mas mesmo nos EUA, aposto que grande parte, se não mesmo a maioria das fortunas deve-se ou à sorte (que pelos vistos é o tema do livro que o Visitante recomendou) ou, acrescentaria eu, ao "networking" -- que, nas altas esferas, se chama lobbying. Por outras palavras, cunhas, compadrio. Isto é o factor nº 1, em minha opinião.
Mas mesmo que não seja tão pronunciado nos EUA, se formos para países como Portugal, Europa do Sul, América Latina, aí o factor cunha é avassalador. Aí sim, arrisco dizer que a maioria das fortunas deve-se às cunhas ou networking. Estar num partido político ajuda.
Isto é um bom argumento a favor da redistribuição.