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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3509614 vezes)

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #17860 em: 2019-03-20 20:45:50 »
Ainda assim ha coisas que começam a desvirtuar uma sociedade capitalista e democrática. Um exemplo disso é o custo da habitação. Vê o extremo de hong kong em que um milionário o maximo que consegue é um T0 por 900 mil dolares, ou um cidadao de classe media o maximo que consegue é um boliche com grade. O merito aí ja nao consegue fazer face ao disparar dos preços da habitação

A ideia de que em Hong Kong não conseguem habitação contrasta com o local estar habitado. E claro, também existe toda uma periferia.

A ideia de que toda a gente pode viver no centro é que está errada. Hong Kong é extremamente caro porque a procura é extremamente elevada e a oferta, limitada (até por falta de espaço). O mérito continua lá, mas o filtro do "mérito mínimo" no centro está estraordinariamente elevado.

A mesma coisa se pode ver em muitas actividades diferentes. Por exemplo, o tempo suficiente para ganhar os 100 metros nos Jogos Olímpicos de 1960 (10.2s) hoje em dia nem sequer chegaria para estar presente nos Jogos Olímpicos (10.16s).

« Última modificação: 2019-03-20 20:51:31 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Carminati

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Re: Portugal falido
« Responder #17861 em: 2019-03-20 21:22:30 »
porra...
isto sim é cultura

Ahaha faz-me lembrar aquele que fez um filme que era uma tela negra durante 90 minutos....tudo pago com subsidios.

Carminati

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Re: Portugal falido
« Responder #17862 em: 2019-03-20 21:25:01 »
Põe-se o problema: como há-de uma pessoa defender-se
da tendencial arbitrariedade de um governo consanguíneo?

Nenhum problema, alás a consanguinidade deu tão bom resultado nas realezas europeias.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #17863 em: 2019-03-20 21:30:57 »
porra...
isto sim é cultura

Ahaha faz-me lembrar aquele que fez um filme que era uma tela negra durante 90 minutos....tudo pago com subsidios.
E a seguir disse "Eu quero que o público português se foda" (publico esse que, entretanto, já tinha pago compulsivamente e que não pode fazer optout de um tipo destes até ele ter morrido)

ao minuto 1:24
https://www.youtube.com/watch?v=S9Ot_fnU6xk

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #17864 em: 2019-03-20 22:47:45 »
Para não serem sempre as crianças com cancro, passemos às escolas.

Citar
O problema é não haver obras", queixa-se o aluno da escola centenária, que nunca foi alvo de obras extensivas e que apresenta fissuras, pedaços de teto que caem das salas de aulas, problemas nos telhados e algerozes que fazem com que chova na biblioteca, frio nas salas e nas áreas comuns, ou ainda a interdição da Direção Regional de Educação de Lisboa aos campos de jogos, que dura há mais de dez anos e que condiciona a prática da educação física.

A proposta de requalificação da escola está em cima da mesa há anos. No início de março, foi anunciada a adjudicação das obras de requalificação por Tiago Brandão Rodrigues, por um valor de 15 milhões de euros. Só ocorreu à terceira tentativa, depois de dois concursos sem concorrentes.
https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/estudantes-na-rua-pelo-fim-dos-exames-e-obras-nas-escolas?utm_term=Estudantes+na+rua+pelo+fim+dos+exames+e+obras+nas+escolas&utm_campaign=Newsletter&utm_source=diaria_ON&utm_medium=email

15 milhões de euros que não havia para obras.
Serviço público de televisão: custo anual de 260M.
Os putos que vejam a RTP enquanto lhes chove em cima. Têm de ser compreensivos e solidários com quem não pode ver as gajas nuas na SIC.

Para não falar já da tontice das tuas comparações, onde é que foste buscar os 260 milhões? É que pelo que vejo no relatório e contas de 2017, a CAV contribuiu com 176 M e não 260. E não há parcela de impostos nos rendimentos ali demonstrados.

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #17865 em: 2019-03-20 23:08:24 »
em 2016 era isto

https://observador.pt/2016/02/05/cultura-rtp-custa-244-milhoes-euros/

A RTP vai ficar com cerca de 63,5 % do total da despesa na área da “Cultura”, Contribuição audiovisual vai sair diretamente do OE para a RTP.

o resto foi cinema ecra preto e enrabadelas masoquistas e fazer xixi em jornais

gostei deste comentario

Domingos Lopes
05/02/2016
É no mínimo caricato quando mais de metade das verbas atribuídas pelo ministério da cultura vão para algo que dificilmente se pode considerar como tal, sabendo aliás que há outros que fazem o mesmo sem fundos do estado, e ainda pagando impostos por isso.
« Última modificação: 2019-03-20 23:29:45 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #17866 em: 2019-03-20 23:11:31 »
[ ] Quando alguém transaciona com outrém, é isso que faz. Se executa a transacção voluntária,
está a prescindir de algo (dinheiro) que nos diz que o que obtém vale pelo menos isso ou mais.
[ ]

Acima o teu argumento,
cuja validade está condicionada
pela premissa a vermelho.

Retira-a, pois tal é o que o banditismo
e o monopolismo capitalista faz,
e aí tens o que um soberano
deve combater para que a
economia prospere e
os cidadãos sejam
produtivos e felizes.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #17867 em: 2019-03-21 00:19:04 »
Para quê retirar? A esmagadora maioria das transacções que as pessoas fazem são altamente voluntárias e discrecionárias. E o que é essencial (comida, bebida, vestuário, etc) tende a ter uma quantidade infindável de fornecedores.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #17868 em: 2019-03-21 00:20:16 »
Mas por que não estender esta discussão a mais formas de despesa pública?

Eu acho que Portugal não precisa de novos submarinos. Milhões de portugueses concordam comigo. Vamos fazer assim. Numa votação determina-se quem é a favor dos submarinos. Quem o for paga-os. Isso faz-se com uma sobretaxa nos impostos paga exclusivamente pelos portugueses que concordam com os submarinos. Nós os que não concordamos, não devemos ser obrigados a pagá-los (que é a situação actual).

Já agora, há crianças com cancro a morrer devido a isto...

 :D

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #17869 em: 2019-03-21 00:24:22 »
porque ja berram por isso

e foram presos por isso tambem pelo menos os alemaes... estão atras grades


eu quero mostrar roubalheira legal onde se calam
« Última modificação: 2019-03-21 00:57:12 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #17870 em: 2019-03-21 03:18:02 »
A par da rtp deviam colocar no mesmo saco a subsidiacao à cultura, nomeadamente cinema e teatro, os tais 1 ou 2% para a cultura. Ainda por mais cinema e teatro subsidiado pelas gentes do pais inteiro, mas que so passam em lisboa
Mas é muito importante manter pessoas com elevada cultura em Portugal. Sem esses apoios, Serralves não podia apresentar fotos como estas que anexo (espero que o Inc não censure isto uma vez que não é uma simples a foto de um gajo a meter o dedo pelo mangalho acima ou de um gajo a enrabar outro com o braço, mas sim a representação artística de um mangalho e de um enrabanço, feita pelo grande e genial Robert Mapplethorpe).

Os incultos como eu podem cultivar-se vendo o resto das fotos aqui:
https://www.noticiasaominuto.com/cultura/1086649/as-imagens-da-polemica-exposicao-em-serralves-que-estao-a-dar-que-falar

Enquanto forem vendo as fotos vão-se lembrando que Serralves mamou 4.462.000€ de subsídio, como já deixou antes o darkmoon. O sacrifício das crianças com cancro e dos alunos nas escolas a cair não é em vão.

Na verdade a F. Serralaves não financiou as obras (o tal Mapplethrorpe já morreu há quase 30 anos), mas apenas as expôs. Portanto não pode ser acusada de patrocinar uma cultura da vulgaridade e mau gosto (segundo os padrões de cada um). Fui ler um pouco sobre o Mapplethorpe e quer se goste quer não, ele alcançou em vida notoriedade pelas suas criações provocativas e essa notoriedade transformou-se em fama depois da morte. O que a F. Serralves fez foi dar oportunidade às pessoas para admirar ou denegrir (ou ficar indiferentes) obras de alguém polémico em  vida mas cuja obra perdurou mantendo passados mais de 30 anos o mesmo caracter provocativo. A  F. Serralves recusar-se a  expor (se tivesse havido alguma proposta) o Mapplethorpe argumentando que imagens tem caracter obsceno aí estaria a emitir juízos estéticos e a erigir-se como o árbitro e promotor do esteticamente correcto (apenas a um passo do politicamente correcto que vês em todo o lado).

A arte (erudita ou popular) nem sempre é sinónimo de divertimento e quando é provocativa pode distrair e incomodar, e se a provocação levar à reflexão cumpriu a sua tarefa de cultivar. Claro que é preciso talento para isso e muitos "artistas provocadores" nunca passam da vulgaridade.
No caso do Mapplethorpe não percebo grande coisa de fotografia, mas depois de ler este post fui ver algumas fotos e pareceu-me que abstraindo o conteúdo elas passariam nos critérios dos canones da estética fotográfica.


vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #17871 em: 2019-03-21 07:14:06 »
Para quê retirar? A esmagadora maioria das transacções que as pessoas fazem são altamente voluntárias e discricionárias. E o que é essencial (comida, bebida, vestuário, etc) tende a ter uma quantidade infindável de fornecedores.

O banditismo anula a vontade livre das pessoas.
O mesmo o faz a concorrência imperfeita
e todo o comércio burlão, publicitário.

À parte essas manchas disfuncionais,
o capitalismo funciona bem, como o
assere a economia política.

Não deixas de ter razão, no enunciado
de grandes números que nos convidas
enfoquemos.

Mas precisamente porque a maçã
podre da corrupção tudo perverte,
– na virtude social de cada um tratar
de si –, que a justiça tem de ser vista
exercer-se sobre quem tudo polui.


(Inclusive, deixando de bater palmas
aos engenheiros e 'empreendodedores'
que inundam os oceanos de plástico
'bioindegradável' por milhares e
milhares de anos!)

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #17872 em: 2019-03-21 08:13:54 »
A par da rtp deviam colocar no mesmo saco a subsidiacao à cultura, nomeadamente cinema e teatro, os tais 1 ou 2% para a cultura. Ainda por mais cinema e teatro subsidiado pelas gentes do pais inteiro, mas que so passam em lisboa
Mas é muito importante manter pessoas com elevada cultura em Portugal. Sem esses apoios, Serralves não podia apresentar fotos como estas que anexo (espero que o Inc não censure isto uma vez que não é uma simples a foto de um gajo a meter o dedo pelo mangalho acima ou de um gajo a enrabar outro com o braço, mas sim a representação artística de um mangalho e de um enrabanço, feita pelo grande e genial Robert Mapplethorpe).

Os incultos como eu podem cultivar-se vendo o resto das fotos aqui:
https://www.noticiasaominuto.com/cultura/1086649/as-imagens-da-polemica-exposicao-em-serralves-que-estao-a-dar-que-falar

Enquanto forem vendo as fotos vão-se lembrando que Serralves mamou 4.462.000€ de subsídio, como já deixou antes o darkmoon. O sacrifício das crianças com cancro e dos alunos nas escolas a cair não é em vão.

Na verdade a F. Serralaves não financiou as obras (o tal Mapplethrorpe já morreu há quase 30 anos), mas apenas as expôs. Portanto não pode ser acusada de patrocinar uma cultura da vulgaridade e mau gosto (segundo os padrões de cada um). Fui ler um pouco sobre o Mapplethorpe e quer se goste quer não, ele alcançou em vida notoriedade pelas suas criações provocativas e essa notoriedade transformou-se em fama depois da morte. O que a F. Serralves fez foi dar oportunidade às pessoas para admirar ou denegrir (ou ficar indiferentes) obras de alguém polémico em  vida mas cuja obra perdurou mantendo passados mais de 30 anos o mesmo caracter provocativo. A  F. Serralves recusar-se a  expor (se tivesse havido alguma proposta) o Mapplethorpe argumentando que imagens tem caracter obsceno aí estaria a emitir juízos estéticos e a erigir-se como o árbitro e promotor do esteticamente correcto (apenas a um passo do politicamente correcto que vês em todo o lado).

A arte (erudita ou popular) nem sempre é sinónimo de divertimento e quando é provocativa pode distrair e incomodar, e se a provocação levar à reflexão cumpriu a sua tarefa de cultivar. Claro que é preciso talento para isso e muitos "artistas provocadores" nunca passam da vulgaridade.
No caso do Mapplethorpe não percebo grande coisa de fotografia, mas depois de ler este post fui ver algumas fotos e pareceu-me que abstraindo o conteúdo elas passariam nos critérios dos canones da estética fotográfica.

Não diria melhor.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #17873 em: 2019-03-21 08:30:54 »
Para não falar já da tontice das tuas comparações, onde é que foste buscar os 260 milhões? É que pelo que vejo no relatório e contas de 2017, a CAV contribuiu com 176 M e não 260. E não há parcela de impostos nos rendimentos ali demonstrados.
Não podes ver só o R&C. Tens de ver o orçamento de estado. Há coisas que vêm por fora do R&C da RTP como é o caso da aquisição de direitos da eurovisão, europeus e mundiais de futebol, etc. São despesas adhoc para a RTP, com orçamento próprio, decididas pelo governo, e com despesa autonoma.

OE de 2019:
https://tinyurl.com/y9rfppl7
(pagina 6163 e 6167)
Não são 260M, são 252M.

Execução de 2018.
https://www.dgo.pt/execucaoorcamental/Paginas/Sintese-da-Execucao-Orcamental-Mensal.aspx?Ano=2019&Mes=Janeiro
(pagina 16)

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #17874 em: 2019-03-21 08:33:52 »
Mas por que não estender esta discussão a mais formas de despesa pública?

Eu acho que Portugal não precisa de novos submarinos. Milhões de portugueses concordam comigo. Vamos fazer assim. Numa votação determina-se quem é a favor dos submarinos. Quem o for paga-os. Isso faz-se com uma sobretaxa nos impostos paga exclusivamente pelos portugueses que concordam com os submarinos. Nós os que não concordamos, não devemos ser obrigados a pagá-los (que é a situação actual).

Já agora, há crianças com cancro a morrer devido a isto...

 :D
Mas contra os submarinos é habitual ver imensas críticas. Agora contra o serviço público de televisão, que come quase 260M anuais, nem um pio.
A RTP gasta em 4 anos o equivalente aos submarinos, só para meter a coisa em pespectiva.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #17875 em: 2019-03-21 08:54:07 »
Na verdade a F. Serralaves não financiou as obras (o tal Mapplethrorpe já morreu há quase 30 anos), mas apenas as expôs. Portanto não pode ser acusada de patrocinar uma cultura da vulgaridade e mau gosto (segundo os padrões de cada um). Fui ler um pouco sobre o Mapplethorpe e quer se goste quer não, ele alcançou em vida notoriedade pelas suas criações provocativas e essa notoriedade transformou-se em fama depois da morte. O que a F. Serralves fez foi dar oportunidade às pessoas para admirar ou denegrir (ou ficar indiferentes) obras de alguém polémico em  vida mas cuja obra perdurou mantendo passados mais de 30 anos o mesmo caracter provocativo. A  F. Serralves recusar-se a  expor (se tivesse havido alguma proposta) o Mapplethorpe argumentando que imagens tem caracter obsceno aí estaria a emitir juízos estéticos e a erigir-se como o árbitro e promotor do esteticamente correcto (apenas a um passo do politicamente correcto que vês em todo o lado).

A arte (erudita ou popular) nem sempre é sinónimo de divertimento e quando é provocativa pode distrair e incomodar, e se a provocação levar à reflexão cumpriu a sua tarefa de cultivar. Claro que é preciso talento para isso e muitos "artistas provocadores" nunca passam da vulgaridade.
No caso do Mapplethorpe não percebo grande coisa de fotografia, mas depois de ler este post fui ver algumas fotos e pareceu-me que abstraindo o conteúdo elas passariam nos critérios dos canones da estética fotográfica.

Eu não sei se financiou ou não. Não conheço os meandros destas exposições e respectivos pagamentos. O facto do senhor ter morrido não significa que não se pague alguma coisa pela exposição das obras, tal como os direitos de autor não caducam depois da morte. Não sei. Mas também não disse que a financiava.

O que disse é que "Sem esses apoios, Serralves não podia apresentar fotos como estas".
E é razoável admitir que as pessoas em Serralves que pensam e preparam as exposições (e todas as outras pessoas que trabalham pelo mundo fora para fazer cá chegar as fotos) não trabalhem de borla. E, como tal, uma exposição destas tem custos. Ou não ?!
E também é factual que Serralves leva mais de 4M de subsídios, pelo menos (é provável que leve mais alguma coisa da câmara do porto).
Portanto, uma parte dos impostos dos portugueses canalizado para Serralves foi para satisfazer o gosto de se ver um braço a enrabar guém.

Ninguém aqui defendeu que Serralves não deva mostrar ou que deva censurar. Eu quero lá saber o que é que Serralves mostra. Se as pessoas quiserem gastar dinheiro a ver enrabanços de braços com elevado sentido estético, por mim tudo bem.
O que eu critico é que seja à custa dos meus impostos e à custa desse dinheiro não ser gasto a reparar escolas ou a deixar crianças com cancro em contentores.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #17876 em: 2019-03-21 09:02:33 »
Mas precisamente porque a maçã
podre da corrupção tudo perverte,
– na virtude social de cada um tratar
de si –, que a justiça tem de ser vista
exercer-se sobre quem tudo polui.
A corrupção acontece quando alguém tem o poder de tirar (ou de fazer tirar) compulsivamente a outros. Daí a necessidade das transacções serem o mais livres possíveis.

Pegando no sector da distribuição, que tu odeias, não vês a possibilidade do Lidl corromper um consumidor para lá ir fazer compras. Só o consegue se apresentar melhores características que a pessoa valorize (preços, qualidade, serviço, etc.)

A corrupção aconteceria se o Lidl conseguisse limitar a instalação de concorrentes naquela zona, pagando a alguém com o poder de impedir que essa concorrência se estabeleça. A origem dessa corrupção seria o poder discriccionário de alguém no estado. Daí a necessidade de se limitar o poder do estado (que é tanto maior quanto maior for a sua dimensão).
Sem essa limitação da concorrência, o Lidl só vai conseguir obter o dinheiro que os consumidores livremente lhe derem.

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #17877 em: 2019-03-21 10:14:22 »
Na verdade a F. Serralaves não financiou as obras (o tal Mapplethrorpe já morreu há quase 30 anos), mas apenas as expôs. Portanto não pode ser acusada de patrocinar uma cultura da vulgaridade e mau gosto (segundo os padrões de cada um). Fui ler um pouco sobre o Mapplethorpe e quer se goste quer não, ele alcançou em vida notoriedade pelas suas criações provocativas e essa notoriedade transformou-se em fama depois da morte. O que a F. Serralves fez foi dar oportunidade às pessoas para admirar ou denegrir (ou ficar indiferentes) obras de alguém polémico em  vida mas cuja obra perdurou mantendo passados mais de 30 anos o mesmo caracter provocativo. A  F. Serralves recusar-se a  expor (se tivesse havido alguma proposta) o Mapplethorpe argumentando que imagens tem caracter obsceno aí estaria a emitir juízos estéticos e a erigir-se como o árbitro e promotor do esteticamente correcto (apenas a um passo do politicamente correcto que vês em todo o lado).

A arte (erudita ou popular) nem sempre é sinónimo de divertimento e quando é provocativa pode distrair e incomodar, e se a provocação levar à reflexão cumpriu a sua tarefa de cultivar. Claro que é preciso talento para isso e muitos "artistas provocadores" nunca passam da vulgaridade.
No caso do Mapplethorpe não percebo grande coisa de fotografia, mas depois de ler este post fui ver algumas fotos e pareceu-me que abstraindo o conteúdo elas passariam nos critérios dos canones da estética fotográfica.

Eu não sei se financiou ou não. Não conheço os meandros destas exposições e respectivos pagamentos. O facto do senhor ter morrido não significa que não se pague alguma coisa pela exposição das obras, tal como os direitos de autor não caducam depois da morte. Não sei. Mas também não disse que a financiava.

O que disse é que "Sem esses apoios, Serralves não podia apresentar fotos como estas".
E é razoável admitir que as pessoas em Serralves que pensam e preparam as exposições (e todas as outras pessoas que trabalham pelo mundo fora para fazer cá chegar as fotos) não trabalhem de borla. E, como tal, uma exposição destas tem custos. Ou não ?!
E também é factual que Serralves leva mais de 4M de subsídios, pelo menos (é provável que leve mais alguma coisa da câmara do porto).
Portanto, uma parte dos impostos dos portugueses canalizado para Serralves foi para satisfazer o gosto de se ver um braço a enrabar guém.

Ninguém aqui defendeu que Serralves não deva mostrar ou que deva censurar. Eu quero lá saber o que é que Serralves mostra. Se as pessoas quiserem gastar dinheiro a ver enrabanços de braços com elevado sentido estético, por mim tudo bem.
O que eu critico é que seja à custa dos meus impostos e à custa desse dinheiro não ser gasto a reparar escolas ou a deixar crianças com cancro em contentores.
Não entendeste.
É natural que a F. Serralves pagou para expôr as obras. Não pagou para a criação e não pode ser acusada de estar a patrocinar um tipo de arte eventualmente indigno desse nome ou contrário aos valores portugueses. Apenas deu oportunidade aos portugueses de conhecer um tipo de obra polémica mas que para já passou o crivo de 2 gerações.
Citar
"Sem esses apoios, Serralves não podia apresentar fotos como estas"
Na verdade não escreveste. Mas o que eu quiz dizer é que havendo apoios, a F. Serralves tinha obrigação, não de expor especificamente essa obra, mas de ir para além do que é esteticamente correto.
O problema do financiamento é um problema anterior. No post não invocaste o teu desconforto pessoal em contribuir para financiamento (que á para tudo), nem referiste que a opinião estética era apenas tudo mas através da ironia tentaste fazer a ideia de que a repulsão deveria ser unânime.

Ainda quanto à contribuição para a cultura (ou outras áreas). Nos últimos 100 anos o conceito de democracia  tem evoluido e passu a incluir a defesa (direitos, interesses e gostos das minorias). Nem sempre a prática está alinhada com a teoria mas isso já o Churchill tinha reconhcido que era o pior dos sistemas excluindo todos os que já foram tentados.
Isto vem a proposito da RTP e de qual o papel que deve ter se houver algum.
Os operadores de TV privados têm funções de informação e entretenimento, mas de um ponto  de vista do negócio o papel deles é ajudar as empresas a vender os produtos. Para eles o entretenimento é uma forma  de preparar o espectador  para  estar receptivo à mensagem da Opel ou da Skip quando chegar a altura da publicidade. Funções educativas, culturais, de informação local, ou aspectos temáticos de minorias são-lhes alheias e deve ser preenchido pelo sector público. Não vejo muita TV e não sei se a RTP cumpre isso mas existe algum papel que pode desempenhar.
Na verdade se o estado não exige aos operadores privados o pagamento (não tenho a certeza) pelo uso de um recurso público que é o espectro electromagnético até poderia exigir o cumprimento dessas funções aos privados. (Uma TV pública não deveria ter publicidade)

   

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #17878 em: 2019-03-21 10:30:25 »
tu fazem entender RTP   e que não tem malicia de vender produtos
RTP  e outras publicas  tambem servem os patroes ou seja os politicos vender o seu peixe  e vender chamadas  tambem com numero dos sorteios

agora ate tem agenda anti macho hetero  tambem.

isso e para rir ou acreditas que publicos  não querem mesmo vender o seu produto!

eu não vejo diferença


unica coisa modou foi opel e bmw uzarem menos TVS com publicidade  agora andam na internet tambem 

ou seja TV cada vez são e mais politicas... porque não tem $$$$$$$


grande parte estão falidas


as pessoas veem e menos TV  hoje em dia, por isso passa lado  isto

basicamente TV hoje dia estam mudar ou morrer   tem mais receita com numeros 707  e tal concurços    que  com PUB


« Última modificação: 2019-03-21 10:59:18 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #17879 em: 2019-03-21 10:50:38 »
É natural que a F. Serralves pagou para expôr as obras. Não pagou para a criação e não pode ser acusada de estar a patrocinar um tipo de arte eventualmente indigno desse nome ou contrário aos valores portugueses. Apenas deu oportunidade aos portugueses de conhecer um tipo de obra polémica mas que para já passou o crivo de 2 gerações.
Bem, se Serralves (e outros) pagam para expor este tipo de trabalhos é óbvio que estão a patrocinar, indirectamente, este tipo de trabalhos. É um estímulo, um incentivo, a que este tipo de produto seja produzido (não este autor, por razões óbvias, mas de similares).

E também não tenho nada contra que Serralves queira dar a conhecer isto. Mal seria que um liberal quisesse censurar o que seja. O que critico, sim, é que tal seja feito com recursos retirados compulsivamente a quem não têm interesse pelo mesmo e/ou que, perante um orçamento de estado que é escasso, o dinheiro seja canalizado para fotografias de mangalhos e não para deficiências na saúde ou escolas a cair.


O problema do financiamento é um problema anterior. No post não invocaste o teu desconforto pessoal em contribuir para financiamento (que á para tudo), nem referiste que a opinião estética era apenas tudo mas através da ironia tentaste fazer a ideia de que a repulsão deveria ser unânime.

Antes das fotos de Serralves deixei um video de gajos a mijarem e cagarem em cima de jornais.
O propósito de ambos os posts (e podia continuar) é o de demonstrar que no conceito arte cabe tudo e é por isso que sou totalmente contra a qualquer financiamento (pensei que estivesse claro). Quem quiser que pague ou que encontrem mecenas que permitam o acesso gratuito ou barato aos mesmos.
Gastos em arte é uma coisa absolutamente subjectiva, dependendo do gosto de quem tem o poder de decidir.

A partir do momento em que uma exposição é considerada uma coisa essencial, ao ponto de ter de ser o estado a financiar via subsídio, não há a possibilidade de questionar uma despesa que seja em Portugal porque quase tudo o resto será ainda mais importante.