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Pegando no sector da distribuição, que tu odeias, não vês a possibilidade do Lidl corromper um consumidor para lá ir fazer compras. Só o consegue se apresentar melhores características que a pessoa valorize (preços, qualidade, serviço, etc.)
A corrupção aconteceria se o Lidl conseguisse limitar a instalação de concorrentes naquela zona, pagando a alguém com o poder de impedir que essa concorrência se estabeleça. A origem dessa corrupção seria o poder discriccionário de alguém no estado. Daí a necessidade de se limitar o poder do estado (que é tanto maior quanto maior for a sua dimensão).
Sem essa limitação da concorrência, o Lidl só vai conseguir obter o dinheiro que os consumidores livremente lhe derem.
Não se trata de gostar ou detestar a grande distribuição.
O argumento que alinhas, se julgas ter exaurido o que há a dizer,
mostra a miopia macroeconómica da tua abordagem. O ciclo daquela
actividade, – prefiro este termo ao da «negação do ócio», que o é deveras,
mas faz mais justiça ao esforço digno da actividade económica
versuso mero 'rendimento sem trabalho actual' –, passa por comprar e ou importar
os produtos aos seus fornecedores nacionais ou estrangeiros. E aí, no mínimo
quereria ver os municípios a proporcionar espaços urbanos para os lavradores
apresentarem os seus produtos à venda, em feiras regulares. Fazem-no,
sei, mas deveria ser uma prática mais generalizada.