Vieira da Silva cético quanto à permanência do teletrabalho. "Todos ouvimos relatos de pessoas que trabalham 12 horas seguidas"
Enquanto não regularem o teletrabalho, de forma a que se torne impraticável, tal como tudo em que o estado se mete, não vão descansar.
É que no trabalho presencial as pessoas nem têm computadores portáteis que levam para casa para acabar trabalho pela noite dentro...têm é a vantagem de perder umas horitas no trânsito.
Isso é uma visão parcial. O meu irmão está em teletrabalho, e é gestor de computadores e redes numa universidade. Desde que está em teletrabalho está num enorme stress e trabalha muito mais, porque os universitários estão também em teletrabalho e sempre a telefonar-lhe / whatsapp / email / etc. Não tem descanso e ainda está a apanhar com interrupções da esposa e filhas em casa. Tem que se ter compreensão para estas situações. Teletrabalho como princípio está ok, mas não é correcto que isso leve a um enorme aumento de horas de trabalho e de stress sem ser recompensado.
Se universitários = estudantes, esse caso não é bem igual ao de uma empresa porque não existe um contrato de trabalho, uma hierarquia, protocolos informáticos padronizados que todos devem seguir, equipamentos que a empresa fornece (ou que acorda com os trabalhadores), etc.
Diga-se, igualmente, que a situação descontrolada que ilustras (e que um colega meu de uma empresa de engenharia civil também está a ter por ser o gestor de rede) também não é um bom exemplo por o mundo ter sido apanhado com as calças na mão e cada um teve de se desenrascar como pode, sem estar preparado para isso.
Quando se fala na possibilidade de teletrabalho não é, certamente, assim, mas algo pensado, planeado, com acessos standardizados, testados, eventualmente com equipamentos da própria empresa ou do próprio, mas já combinados, etc. Se isto for feito não há qualquer problema. Eu trabalhei em casa durante um ano, sem qualquer problema, contratempos ou obstáculos informáticos porque a empresa estava extremamente preparada para isso com muita gente. Só a função é que pode não ser possível, mas questões informáticas é algo que se resolve com tempo e planeamento.
Além disso, deve ser algo facultativo e não imposto pela empresa, sem dúvida, a não ser que tal seja aceite no contrato de trabalho do trabalhador. Cada um deve avaliar se tem ou não condições em casa para o fazer e, caso não as tenha, jamais deve ser obrigado.
O que me chateia é que o estado vai querer meter-se e padronizar coisas que são muito dependentes da situação de cada um, da função e da relação empresa-funcionário. Horários dos filhos, idade dos filhos, se tem espaço fisico em casa ou não, tipo de funções, etc.