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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3508832 vezes)

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #5340 em: 2013-10-16 15:57:09 »
Se tivesses 20 reformados para 1 activo, não tinhas 60 activos para 20 reformados, não é vbm?

Eu pergunto-me se uma meia dúzia de contas básicas não deveriam ser feitas antes de alguém ter o poder de voto. Para que não existissem tão facilmente pessoas a defender coisas impossíveis.

Eu não disse «60 activos» para 20 reformados.
Disse «60 salários médios». É diferente.

Quantos activos, variará com a produtividade.

A qual, claramente, depende do capital investido,
cujo rendimento, não-salarial, também custeará
reformados (fundos de pensões, impostos, seguros,etc.)

Eu não me sinto capaz, assim do pé para a mão,
de algebrizar as condições de equilíbrio
destas grandezas, mas o cálculo
é obviamente factível.

E as coisas não têm a dramaticidade
com que são receadas, desde que
não haja uma catástrofe ecológica
ou militar e o crescimento da
população seja controlado.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #5341 em: 2013-10-16 16:03:57 »
Mas já compreendeste que se tiveres 20 reformados para 1 activo, então a reforma média não pode exceder 1/20 do salário médio, e isso já limparia o salário médio todo?

Ou ainda acreditas em algum tipo de milagre? (as contas são mais complexas do que aquilo, mas para ilustrar serve)
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #5342 em: 2013-10-16 16:09:23 »
falar de contas? as pessoas nao sao numeros, para la com isso inc.  :D

itg00022289

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Re: Portugal falido
« Responder #5343 em: 2013-10-16 16:38:43 »

DN

Nunca se deve perturbar os antigos e futuros patrões.




Eu nesta parte dos patrões acho que a Luísa tem razão.
Tem sido assim ao longo das décadas.

até estou a tremer por concordar com a camarada Luísa :)

itg00022289

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Re: Portugal falido
« Responder #5344 em: 2013-10-16 16:43:23 »
Mais umas verdades incontornáveis dito por alguém que é muito mal visto pelos portugueses.

Citar
"A Constituição deixa Governos irresponsáveis levar o País à falência mas não deixa um Governo responsável tomar medidas para o evitar"
16 Outubro 2013, 13:13 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt


Eduardo Catroga avisa que, para obter um programa cautelar da Europa, vai ter de existir um acordo político entre PSD, CDS e PS nesta Primavera.
Eduardo Catroga, antigo ministro das Finanças social-democrata, critica a ausência do princípio da responsabilidade financeira na Constituição mas também o alheamento dos juízes ao contexto financeiro e mesmo político do país.
 
“Temos uma Constituição que parte do pressuposto de que o Estado não abre falência e não tem restrições financeiras, o que não é verdade. A Constituição está cheia de bons princípios -  o princípio da equidade , da igualdade, da proporcionalidade - mas, na minha análise, falta-lhe o princípio da responsabilidade fiscal e financeira. Ou seja, a Constituição deixa Governos irresponsáveis levar o país à falência mas não deixa um Governo responsável tomar medidas para evitar que o país vá a falência”.
 
Em entrevista à Rádio Renascença nesta terça-feira à noite, Eduardo Catroga considera ainda que os juízes do Tribunal Constitucional não podem ignorar duas coisas: que o país precisa de ganhar autonomia financeira e que os três partidos que representam mais de 80% do eleitorado assumiram o compromisso, no âmbito do Tratado orçamental da União Europeia, de gerir Portugal em equilíbrio financeiro.
 
Sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2014, apresentada nesta terça-feira, 15 de Outubro, pela ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, o antigo ministro considera que vai finalmente no bom caminho, mas chega tarde. “Acho que este governo atrasou a colossal redução de despesa pública que era efectivamente necessária”, diz, acrescentando que os Orçamentos dos próximos anos terão de contemplar mais cortes para equilibrar as despesas do Estado com as receitas fiscais e não fiscais, cifrando-os em torno de sete/oito mil milhões de euros.

Tranquilo

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Re: Portugal falido
« Responder #5345 em: 2013-10-16 16:46:10 »
lindo, lindo!!!
A Bolsa ou a Vida !? A Vida porque a Bolsa faz-me falta...

Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #5346 em: 2013-10-16 17:22:18 »
Mais umas verdades incontornáveis dito por alguém que é muito mal visto pelos portugueses.

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"A Constituição deixa Governos irresponsáveis levar o País à falência mas não deixa um Governo responsável tomar medidas para o evitar"
16 Outubro 2013, 13:13 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt


Eduardo Catroga avisa que, para obter um programa cautelar da Europa, vai ter de existir um acordo político entre PSD, CDS e PS nesta Primavera.
Eduardo Catroga, antigo ministro das Finanças social-democrata, critica a ausência do princípio da responsabilidade financeira na Constituição mas também o alheamento dos juízes ao contexto financeiro e mesmo político do país.
 
“Temos uma Constituição que parte do pressuposto de que o Estado não abre falência e não tem restrições financeiras, o que não é verdade. A Constituição está cheia de bons princípios -  o princípio da equidade , da igualdade, da proporcionalidade - mas, na minha análise, falta-lhe o princípio da responsabilidade fiscal e financeira. Ou seja, a Constituição deixa Governos irresponsáveis levar o país à falência mas não deixa um Governo responsável tomar medidas para evitar que o país vá a falência”.
 
Em entrevista à Rádio Renascença nesta terça-feira à noite, Eduardo Catroga considera ainda que os juízes do Tribunal Constitucional não podem ignorar duas coisas: que o país precisa de ganhar autonomia financeira e que os três partidos que representam mais de 80% do eleitorado assumiram o compromisso, no âmbito do Tratado orçamental da União Europeia, de gerir Portugal em equilíbrio financeiro.
 
Sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2014, apresentada nesta terça-feira, 15 de Outubro, pela ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, o antigo ministro considera que vai finalmente no bom caminho, mas chega tarde. “Acho que este governo atrasou a colossal redução de despesa pública que era efectivamente necessária”, diz, acrescentando que os Orçamentos dos próximos anos terão de contemplar mais cortes para equilibrar as despesas do Estado com as receitas fiscais e não fiscais, cifrando-os em torno de sete/oito mil milhões de euros.

se os juizes nao fosses burros ou corruptos saberiam que os principios da equidade, da igualdade, da proporcionalidade conduzem ao principio da responsabilidade financeira nao sendo preciso inclui-lo na constituicao


Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #5347 em: 2013-10-16 17:25:10 »
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16 Outubro 2013, 13:13 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt


Eduardo Catroga avisa que, para obter um programa cautelar da Europa, vai ter de existir um acordo político entre PSD, CDS e PS nesta Primavera.
Eduardo Catroga, antigo ministro das Finanças social-democrata, critica a ausência do princípio da responsabilidade financeira na Constituição mas também o alheamento dos juízes ao contexto financeiro e mesmo político do país.
 
“Temos uma Constituição que parte do pressuposto de que o Estado não abre falência e não tem restrições financeiras, o que não é verdade. A Constituição está cheia de bons princípios -  o princípio da equidade , da igualdade, da proporcionalidade - mas, na minha análise, falta-lhe o princípio da responsabilidade fiscal e financeira. Ou seja, a Constituição deixa Governos irresponsáveis levar o país à falência mas não deixa um Governo responsável tomar medidas para evitar que o país vá a falência”.
 
Em entrevista à Rádio Renascença nesta terça-feira à noite, Eduardo Catroga considera ainda que os juízes do Tribunal Constitucional não podem ignorar duas coisas: que o país precisa de ganhar autonomia financeira e que os três partidos que representam mais de 80% do eleitorado assumiram o compromisso, no âmbito do Tratado orçamental da União Europeia, de gerir Portugal em equilíbrio financeiro.
 
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Thunder

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Re: Portugal falido
« Responder #5348 em: 2013-10-16 17:28:18 »
O TC está claramente a envolver-se em questões que fogem a sua alçada.
O Governo tem a responsabilidade de fazer o OE e a gestão do mesmo. Se a população achar que o trabalho do governo foi mau ou estiver descontente com a forma de actuar, colocará o Governo na rua no final do mandato. O TC está claramente a interferir no papel que cabe ao Governo e pelo qual o Governo será responsabilizado pela população (bem ou mal) no final da legislatura.
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Thunder

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Re: Portugal falido
« Responder #5349 em: 2013-10-16 17:33:00 »
Mais umas verdades incontornáveis dito por alguém que é muito mal visto pelos portugueses.

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"A Constituição deixa Governos irresponsáveis levar o País à falência mas não deixa um Governo responsável tomar medidas para o evitar"
16 Outubro 2013, 13:13 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt


Eduardo Catroga avisa que, para obter um programa cautelar da Europa, vai ter de existir um acordo político entre PSD, CDS e PS nesta Primavera.
Eduardo Catroga, antigo ministro das Finanças social-democrata, critica a ausência do princípio da responsabilidade financeira na Constituição mas também o alheamento dos juízes ao contexto financeiro e mesmo político do país.
 
“Temos uma Constituição que parte do pressuposto de que o Estado não abre falência e não tem restrições financeiras, o que não é verdade. A Constituição está cheia de bons princípios -  o princípio da equidade , da igualdade, da proporcionalidade - mas, na minha análise, falta-lhe o princípio da responsabilidade fiscal e financeira. Ou seja, a Constituição deixa Governos irresponsáveis levar o país à falência mas não deixa um Governo responsável tomar medidas para evitar que o país vá a falência”.
 
Em entrevista à Rádio Renascença nesta terça-feira à noite, Eduardo Catroga considera ainda que os juízes do Tribunal Constitucional não podem ignorar duas coisas: que o país precisa de ganhar autonomia financeira e que os três partidos que representam mais de 80% do eleitorado assumiram o compromisso, no âmbito do Tratado orçamental da União Europeia, de gerir Portugal em equilíbrio financeiro.
 
Sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2014, apresentada nesta terça-feira, 15 de Outubro, pela ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, o antigo ministro considera que vai finalmente no bom caminho, mas chega tarde. “Acho que este governo atrasou a colossal redução de despesa pública que era efectivamente necessária”, diz, acrescentando que os Orçamentos dos próximos anos terão de contemplar mais cortes para equilibrar as despesas do Estado com as receitas fiscais e não fiscais, cifrando-os em torno de sete/oito mil milhões de euros.

se os juizes nao fosses burros ou corruptos saberiam que os principios da equidade, da igualdade, da proporcionalidade conduzem ao principio da responsabilidade financeira nao sendo preciso inclui-lo na constituicao

Foi o que eu já abordei em outra resposta.
Onde estava este rigor, atenção e inflexibilidade quando o ramo judicial deveria ter esmiuçado os inúmeros casos de corrupção e abuso de poder que assolavam/assolam o país. Pois..... com dois pesos e duas medidas fica complicado confiar nesta "classe".
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Re: Portugal falido
« Responder #5350 em: 2013-10-16 17:58:22 »
Com moeda própria a economia voltaria a crescer após um impacto inicial, o desemprego desceria. Mas também nos condenaríamos a uma má gestão perpétua - similar à que existiu enquanto foi possível obter mais e mais dívida. No fundo seríamos provavelmente atrasados para sempre.


Se voltassemos à moeda própria, empobreciamos de forma imediata uns 40-50%, além de várias falências bancárias e outras, devido ao facto de haver créditos em Euro.

Até pode ser mais, mas não seria mais do que um reajuste à "realidade" portuguesa. E teria de ser uma saída ordenada e consertada. Sem falências bancárias - tudo se resolve falando e cedendo um pouco.
Tem a vantagem de atacar todos por igual e permitir um aumento considerável das exportações, e vai definitivamente virar a nossa economia para a exportação - e passado uma década, se as coisas correrem bem, até pode ser que a moeda valorize naturalmente face ao euro (caso ainda exista, o que duvido com as mudanças de poder na europa). O mais importante para mim é ver a economia a crescer.
Basicamente, com o turbilhão de nacionalistas de extrema direita e extrema esquerda que vai proliferar na Europa, o euro pode estar condenado. Eu espero que os Governos de Portugal estejam a com um plano B que preveja esta situação.

"não seria mais do que um reajuste à "realidade" portuguesa"

os funcionários públicos e os pensionistas estão a adorar este ajuste. Ainda iam adorar mais esse.

"uma saída ordenada"

That would be a first.

"sem falências bancárias"

seria mais provável o sócrates ser beatificado.

"tudo se resolve falando e cedendo um pouco"

assim já pareces o seguro a falar...

"O mais importante para mim é ver a economia a crescer"

Sim. É preciso um tempo de adaptação e ao princípio vais ter dificuldades de crescimento. Mas depois vem o crescimento das dificuldades. :D
A fool with a tool is still a fool.

Thunder

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Re: Portugal falido
« Responder #5351 em: 2013-10-16 18:06:49 »
O cenário de saída do Euro, da forma como o país é desorganizado e entrincheirado de interesses instalados (entre eles de organizações sindicalizadas com grande número de associados, mas não só) seria uma catástrofe completa.
As pessoas não estão a ver o grau de ajustamento que iria acontecer, seria uma situação assustadora....
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #5352 em: 2013-10-16 18:08:22 »
Mas já compreendeste que se tiveres 20 reformados para 1 activo, então a reforma média não pode exceder 1/20 do salário médio, e isso já limparia o salário médio todo?

Ou ainda acreditas em algum tipo de milagre? (as contas são mais complexas do que aquilo, mas para ilustrar serve)

A questão é menos complexa do que ameaça ser.

É bem provável que haja 20 inactivos (reformados, menores
e outros sem trabalho) por cada activo. E não é por acaso
que o valor médio da reforma nos países avançados
é uma quantía módica que dá para viver
sem sobrecarregar os filhos.

Essa diferença é timbre
de um sistema sustentável.

Agora, o que salta à vista é que
o rendimento total (Y) de um país
se distribui por salários (W) e não-salários (L).
O rendimento médio da população (N), i.e.,

Y/N = W/N + L/N,

deve distribuir-se de modo que entre a população
os grupos mais (N1) e menos (N2) abastados
não tenham entre si um desequilíbrio tal que,
- com, Y1+Y2=Y -, Y2/N2 seja tão inferior a Y1/N1
que naquele grupo nem se consiga sobreviver.

E, porque no fundo, os monopólios são inevitáveis,
- face à lei dos rendimentos decrescentes,
e da  produtividade desigual -,
a essência da acção política
é mesmo a de distribuição
do rendimento, como
David Ricardo
ensinou.
« Última modificação: 2013-10-16 18:10:24 por vbm »

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #5353 em: 2013-10-16 18:21:22 »
O cenário de saída do Euro, da forma como o país é desorganizado e entrincheirado de interesses instalados (entre eles de organizações sindicalizadas com grande número de associados, mas não só) seria uma catástrofe completa. [ ]

O único defeito do euro foi ter proporcionado empréstimos a juro baixíssimo o que constituiu, para Portugal, uma absoluta novidade nunca imaginada. Basta lembrar que desde o Ultimatum inglês de 1891, Portugal esteve sempre excluído das fontes de crédito internacional. A 1ª vez que lhe emprestaram dinheiro foi para construir a ponte sobre o Tejo, em Alcântara. Tudo o mais foram ajudas da Efta, das remessas de emigrantes, da Cee, e nos anos 00 do XXI, a confiança no euro, moeda forte!

Ou seja, espetámo-nos na pseudo-facilidade do euro.
Só agora estamos a ser governados com os olhos na realidade.
E isso, infelizmente, nem sequer por lucidez própria,
mas por mérito da troika trimestral e
o sacrifício da população.
« Última modificação: 2013-10-16 18:23:20 por vbm »

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #5354 em: 2013-10-16 18:51:13 »
Pois o diagnostico está todo feito. Os "grandes economistas" não se cansam de o relatar todos os dias na TV. Até parece que se encaixam na historia "previsões só depois do jogo".

O pior é que o tratamento está errado. E não convem a muitos que pululam por aqui.

Algumas sugestõezitas....

Em primeiro lugar, reestruturar a dívida, impedindo que a banca continue a cobrar "uma comissão pelo sofrimento do povo". "Os juros cobrados pelos agiotas da troika davam para pagar os subsídios de natal e de férias até 2029".

A segunda medida é a criação de um imposto sobre o património de luxo, o Governo tem o descaramento por recusar este imposto ao mesmo tempo que está a promover uma amnistia fiscal à fuga de capitais para paraísos fiscais. Trata-se de um crime que a lei pune com penas até oito anos de prisão, mas que Coelho e Maria Luis perdoam aos milionários, em troca do pagamento duma taxa de apenas 7,5%.

O crédito público à economia é a terceira medida, porque "o que foi emprestado à banca deve ser usado para todos". Deve existir o controlo público dos bancos onde o Estado injetou capital, numa operação que nos casos do BPI e do BCP levou o Estado a pagar o triplo e o quádruplo do valor total dos próprios bancos.

Por fim deixar de distinguir "contratos invioláveis " com "direitos adquiridos".
« Última modificação: 2013-10-16 18:53:28 por Luisa Fernandes »
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Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #5355 em: 2013-10-16 18:55:28 »
Pois o diagnostico está todo feito. Os "grandes economistas" não se cansam de o relatar todos os dias na TV. Até parece que se encaixam na historia "previsões só depois do jogo".

O pior é que o tratamento está errado. E não convem a muitos que pululam por aqui.

Algumas sugestõezitas....

Em primeiro lugar, reestruturar a dívida, impedindo que a banca continue a cobrar "uma comissão pelo sofrimento do povo". "Os juros cobrados pelos agiotas da troika davam para pagar os subsídios de natal e de férias até 2029".

A segunda medida é a criação de um imposto sobre o património de luxo, o Governo tem o descaramento por recusar este imposto ao mesmo tempo que está a promover uma amnistia fiscal à fuga de capitais para paraísos fiscais. Trata-se de um crime que a lei pune com penas até oito anos de prisão, mas que Coelho e Maria Luis perdoam aos milionários, em troca do pagamento duma taxa de apenas 7,5%.

O crédito público à economia é a terceira medida, porque "o que foi emprestado à banca deve ser usado para todos". Deve existir o controlo público dos bancos onde o Estado injetou capital, numa operação que nos casos do BPI e do BCP levou o Estado a pagar o triplo e o quádruplo do valor total dos próprios bancos.

Alguns pormenores:
1) Os juros que a troika nos cobra são baixos. Os montantes de dívida são elevados. Se queres endividar-te mais, não tens como evitar pagar juros;
2) Fuga de capitais para paraísos fiscais não é nem pode ser crime. Fuga de capitais seja para onde for não pode ser crime.
3) Como é que podes ao mesmo tempo falar que temos que incumprir e que tem que existir crédito à economia? E como é que podes querer que o que é emprestado à banca (e que por definição já é depois emprestado a outras entidades) seja emprestado a terceiros, se o que é emprestado à banca também vem da troika?
4) Se os bancos estão tão bem quanto tu dizes, porque é que as acções do BCP andam a 0.10?
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #5356 em: 2013-10-16 18:58:08 »
Mas já compreendeste que se tiveres 20 reformados para 1 activo, então a reforma média não pode exceder 1/20 do salário médio, e isso já limparia o salário médio todo?

Ou ainda acreditas em algum tipo de milagre? (as contas são mais complexas do que aquilo, mas para ilustrar serve)

A questão é menos complexa do que ameaça ser.

É bem provável que haja 20 inactivos (reformados, menores
e outros sem trabalho) por cada activo. E não é por acaso
que o valor médio da reforma nos países avançados
é uma quantía módica que dá para viver
sem sobrecarregar os filhos.

Essa diferença é timbre
de um sistema sustentável.

Agora, o que salta à vista é que
o rendimento total (Y) de um país
se distribui por salários (W) e não-salários (L).
O rendimento médio da população (N), i.e.,

Y/N = W/N + L/N,

deve distribuir-se de modo que entre a população
os grupos mais (N1) e menos (N2) abastados
não tenham entre si um desequilíbrio tal que,
- com, Y1+Y2=Y -, Y2/N2 seja tão inferior a Y1/N1
que naquele grupo nem se consiga sobreviver.

E, porque no fundo, os monopólios são inevitáveis,
- face à lei dos rendimentos decrescentes,
e da  produtividade desigual -,
a essência da acção política
é mesmo a de distribuição
do rendimento, como
David Ricardo
ensinou.

Se a produção da população não for suficiente para produtores e não-produtores viverem condignamente, então nem todos vão viver condignamente, independentemente de qualquer outra consideração.
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Re: Portugal falido
« Responder #5357 em: 2013-10-16 19:05:07 »
Pois o diagnostico está todo feito. Os "grandes economistas" não se cansam de o relatar todos os dias na TV. Até parece que se encaixam na historia "previsões só depois do jogo".

O pior é que o tratamento está errado. E não convem a muitos que pululam por aqui.

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Em primeiro lugar, reestruturar a dívida, impedindo que a banca continue a cobrar "uma comissão pelo sofrimento do povo". "Os juros cobrados pelos agiotas da troika davam para pagar os subsídios de natal e de férias até 2029".

A segunda medida é a criação de um imposto sobre o património de luxo, o Governo tem o descaramento por recusar este imposto ao mesmo tempo que está a promover uma amnistia fiscal à fuga de capitais para paraísos fiscais. Trata-se de um crime que a lei pune com penas até oito anos de prisão, mas que Coelho e Maria Luis perdoam aos milionários, em troca do pagamento duma taxa de apenas 7,5%.

O crédito público à economia é a terceira medida, porque "o que foi emprestado à banca deve ser usado para todos". Deve existir o controlo público dos bancos onde o Estado injetou capital, numa operação que nos casos do BPI e do BCP levou o Estado a pagar o triplo e o quádruplo do valor total dos próprios bancos.

Alguns pormenores:
1) Os juros que a troika nos cobra são baixos. Os montantes de dívida são elevados. Se queres endividar-te mais, não tens como evitar pagar juros;
2) Fuga de capitais para paraísos fiscais não é nem pode ser crime. Fuga de capitais seja para onde for não pode ser crime.
3) Como é que podes ao mesmo tempo falar que temos que incumprir e que tem que existir crédito à economia? E como é que podes querer que o que é emprestado à banca (e que por definição já é depois emprestado a outras entidades) seja emprestado a terceiros, se o que é emprestado à banca também vem da troika?
4) Se os bancos estão tão bem quanto tu dizes, porque é que as acções do BCP andam a 0.10?

Incognitus não me desiludiste :) não esperava de ti outros argumentos :)
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Re: Portugal falido
« Responder #5358 em: 2013-10-16 19:08:10 »
Sim, os argumentos são:
1) Os juros são baixos (e são, historicamente);
2) Os montantes de dívida são elevados - se incumprirmos, porém, não podemos contar com endividamento adicional;
3) Fuga de capitais não é crime;
4) Os bancos estão todos prejudicados ou a cotação de BCP não era 0.10;
5) A troika se empresta para refinanciar a banca, esse dinheiro é para refinanciar a banca. Se fosse para outra coisa, a troika não emprestava.
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Re: Portugal falido
« Responder #5359 em: 2013-10-16 19:36:59 »
A Luísa se me permite, colocava-lhe umas questões na sequência das suas sugestões:

1/ qual seria a taxa de juro que um país com a estrutura de dívida e crescimento como portugal, mas fora da zona euro, se conseguiria financiar nos mercados internacionais.

2/ qual o montante de dívida elegível para um haircut, e no cenário de um haircut sobre 100% desse montante, qual seria o impacto na redução do rácio de dívida que actualmente é superior a 120%.

3/ como é que restruturando a dívida, iria conter o balanço dos bancos e garantir que até mesmo os pequenos aforradores não perdiam todas as suas poupanças.

4/ depois da dívida restruturada, e sabendo que o fundo da segurança social é constituído em 90% por dívida pública portuguesa, onde é que iria buscar o dinheiro para pagar as pensões subsequentes.

5/ quanto é que estima obter de receita com o imposto sobre a riqueza, sabendo que seria aplicado ao património líquido dos contribuintes (hint: veja p.f. o endividamento das famílias).

6/ qual o montante a partir do qual um contribuinte seria considerado "rico"

7/ qual seria o impacto desse imposto sobre a riqueza na capacidade futura de captação de poupança das famílias (e quiçá das empresas), necessária ao financiamento da economia (ou alternativas se as tiver)

8/ como é que pretende que os capitais que fugiram para o exterior (e que o estado sabe que existem mas não consegue determinar a origem), retornem ao país por outra via que não a amnistia fiscal.

9/ no caso do estado assumir o controlo dos bancos para financiar a economia, o que iria mudar face à situação actual, uma vez que hoje a dotação de crédito dos bancos é quase na totalidade alocada a instituições e empresas do Estado (i.e. sobra uma parte marginal para a economia real)

10/ sabendo que o dinheiro que a troika colocou à disposição dos bancos é um "buffer" criado para dar estabilidade ao sector financeiro português, qual o montante que sobraria para investir na economia depois de tentar conter o colapso do sistema financeiro.

11/ depois de realizado o haircut que medidas iria implementar para controlar o crescimento da dívida

12/ Relativamente ao valor pago pelo Estado aos bancos, gostaria que explicasse exactamente do que se trata, pois é a primeira vez que ouço falar em tal coisa.

Dada a natureza das sugestões que colocou penso que terá facilidade em responder de forma objectiva a estas questões.
« Última modificação: 2013-10-16 19:39:12 por Mystery »
A fool with a tool is still a fool.