Nunca existiram tão poucos trabalhadores na agricultura
Agricultura voltou a perder empregos em 2013. O ano acabou com menos 50 mil trabalhadores neste setor que em igual período do ano passado.
O presidente da CNA, João Dinis, diz que os resultados apurados pelo INE desmentem o discurso de oásis sobre o setor feito pelo Governo
Nunca existiram tão poucos portugueses a trabalhar na agricultura como no último ano. A queda de pessoas empregadas no setor primário agravou-se mesmo no último trimestre de 2013, que teve os valores mais baixos desde que existem registos no Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em resposta enviada à TSF, o Ministério da Agricultura defende que a evolução do emprego no setor caracteriza-se frequentemente por uma diminuição «cíclica» no último trimestre «associada às características da própria atividade».
O gabinete de Assunção Cristas sublinha ainda que menos emprego não significa menos rendimento, como provam alguns números: em 2013 o setor agrícola cresceu 4,8%, em volume; de setembro a novembro as exportações aumentaram 9,3%; e a produtividade do trabalho agrícola cresceu 33,3% entre 2000 e 2013.
O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) diz que os resultados apurados pelo INE são claros e desmentem o discurso de oásis sobre o setor feito pelo Governo. João Dinis considera que a culpa é do Executivo e das políticas que tem seguido, dando como exemplo a carga tributária.
Os dados consultados pela TSF mostram ainda que, para além da agricultura, também a pesca e a indústria perderam trabalhadores no último trimestre (e no último ano). Pelo contrário, o setor dos serviços foi claramente aquele que mais ajudou à quebra da taxa de desemprego.
O regresso às minas, por exemplo, tão falado pelo Governo em 2012, está longe de ter efeitos no emprego. As indústrias extrativas empregaram no último trimestre de 2013 menos 21% das pessoas que em igual período do ano anterior (15.500 pessoas para 13.000).
Nas indústrias transformadoras também existiu uma queda, mas muito ligeira (-2% de população empregada no setor).
A maior descida sentiu-se contudo no setor primário. Os dados consultados permitem perceber que por norma os últimos trimestres de cada ano têm uma queda do emprego neste setor, mas outubro a dezembro de 2013 registou o número mais baixo de sempre de portugueses a trabalhar na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (pelo menos desde que o Instituto Nacional de Estatística faz o inquérito ao emprego que começou em 1998).
A descida foi muito acentuada nos setores associados ao trabalho no campo, que tinham recuperado, pela primeira vez, numa década, postos de trabalho em 2012.
Perto de 401 mil portugueses trabalhavam no final de 2013 nos setores da agricultura, produção animal, caça, floresta. Eram 451 mil em igual período do ano anterior.
Para além do campo, também a pesca e a aquicultura tiveram uma queda acentuada (-17%). No final de 2013, apenas 13.500 portugueses viviam da apanha de peixe.
http://www.ulisboa.pt/wp-content/uploads/Clipping/8fev_agricultura_ISA.pdf
Portugal têm mais gente a trabalhar na agricultura do que se pensa. trabalham é sem contrato e não entram na estatística.
Produzir em portugal não é fácil, os produtos de tratamento fitofármaco demoram muito a ser homologados o que gera perda de competitividade.um exemplo, sai um produto para determinada praga, em espanha é homologado em 2010, em portugal 3 anos depois, esses 3 anos os espanhois têm uma grande vantagem quer ao nível da produção como também de custo de produção. os governos falam muito na agricultura, mas não entendem nada do assunto e gabinetes e cooperativas apenas se preocupam em segurar tachos e sugar subsídios.
O exemplo mais flagrante é o que se está a passar com os auxiliares, método de produção sem pesticidas e altamente produtivo, em Espanha à 5 anos o governo subsidiou as estufas em almeria com redes e duplas entradas,tecnologia que permite produzir em modo biológico. aqui no algarve as estufas têm o mesmo problema do vírus mediterrânico que levou o governo espanhol a tomar medidas urgentes, fez-se alguma coisa no algarve? é obvio que não,existe gente que já têm as estufas com esse equipamento,os que meteram projecto recentemente, os outros não têm dinheiro para o fazer,logo perdem competitividade com o país vizinho. Os projectos também há muita vigarice, metem faturas de máquinas novas e compram usadas, facturas sobre valorizadas,etc,etc.a fiscalização ao investimento continua a ser muito má. este país sempre foi melhor a roubar do que a produzir, basta ver o que se passou quando abriu o primeiro quadro comunitário, a área agricola que entrou em bruxelas para ter apoio comunitário aos agricultores era 3 vezes superior o território nacional.
Quantos aos portugueses não quererem trabalhar na agricultura é mentira. este verão estive numa grande produção agrícola no algarve, eu e a minha mulher estivemos à frente daquilo. é uma vergonha, os patrões são gente da alta, um deles ligado à banca(gerente), só tinham a trabalhar romenos, dá jeito porque não sabem falar a língua e contar o que lá se passa. são escravizados, o sef e act passam a vida a fiscalizar aquilo e apanhar irregularidades, mas ninguém vai preso, pagam a multa e continua tudo na mesma.
Viemos horrorizados com o que encontramos , é indescritível o que lá se passa, fomos ganhar salários altíssimos e não tínhamos como recusar.quando chegamos percebemos porque nos ofereceram aqueles vencimentos, só um hitler tolerava ver o que lá se passa.