Isso dos robôts é possível e mesmo já uma realidade. Por isso mesmo é que Karl Marx não tem razão quando decreta - na esteira de David Ricardo - o trabalho como o criador de valor. Não é verdade. Valor cria-o a natureza que é fecunda. Se há duzentos anos um artesão conseguia em oito horas fabricar duas dezenas de pregos ou parafusos, hoje um operário em oito horas fabrica talvez uns vinte mil ou mais pregos, ou seja, nem uma 'festazinha' faz a um prego, pestaneja, enquanto a máquina os 'vomita', quer dizer, a produtividade do trabalho deve-se à inteligência humana, à ciência e conhecimennto acumulado, ao grau de civilização atingido. O trabalho específico é mínimo nos sectores de alta produtividade. Nos de produtividade imutável ou pouco incrementável, no tempo e no espaço, o trabalho é factor principal da criação de valor.
Pelo que, o que eu sugiro é que cada cidadão se instrua tanto quanto puder, reivindique os seus direitos, tenha valor e mérito, participe na vida política, recrimine e destitua os demagogos, os incompetentes, os charlatões e vigaristas, e destitua os governos incapazes. E se não conseguir nada disto, emigre e busque um país democrático e justo para viver, trabalhar, constituir família e ter amigos decentes.