A História contemporânea tem mostrado que, para levar a opinião pública, as “massas”, o povo a aceitar e a legitimar a guerra sem tréguas, o genocídio ou o Terror, é preciso, primeiro, definir o grupo político ou social ou étnico ou nacional a eliminar como “não-humano”, como inimigo da Humanidade, da Nação, do Povo ou do que for. Foi o que os jacobinos fizeram, primeiro com os monárquicos e católicos, depois com os “moderados” girondinos e, finalmente, entre eles. Foi também o que os bolcheviques fizeram com os russos-brancos e com os mencheviques, antes de se começarem a sanear ou a eliminar entre si. Foi o que Hitler fez com os judeus e os comunistas e depois com os seus partidários menos seguros, na noite das Facas Longas. Foi o que, no Ruanda, fizeram os hútus com os tutsis e depois com os hútus moderados. É o que, nas sociedades actuais, recorrendo às técnicas possíveis, das fake news e dos fact checks às deturpações de declarações e à ocultação de realidades, pretende fazer-se com toda a dissidência ou problematização do “pensamento único” – silenciando-as e cancelando-as socialmente. À falta de eliminação física, que ainda não é permitida e pode dar cadeia, recorre-se ao assassinato moral.
para russos isto e so fronteira mal parida
para ocidente e cancelar russos narrativa