O interesse por nós próprios, a noção da nossa identidade, o reencontro diário connosco próprios, tudo isso é muito bonito, assumimo-nos como gente, e os outros assim nos encaram. E daí? Como macróbios vivemos até que morramos e nos decompúnhamos. Como fazê-lo? Deixar de gostar de nós? Não. Não é solução. Gostarmos de nós? Hum... sim, mas... -> perceber que não interessa; quer dizer, o que faço comigo próprio? Penso umas coisas, talvez. E o que interessa isso? Interessa muito, porque é muito giro! Óptimo, então fico com o giro, e o resto não me interessa, deixo ficar, passe bem! É por estas e por outras, que de facto sempre me estive nas tintas para nicks e não nicks, e muito rápido aprendi a dialogar no digital: ligo aos enunciados, demoro-me ou não no que enuncio e ou vejo enunciado; a pessoa que enuncia, só muito tardiamente se começa a perfilar na minha consciência de modo individuado. E fotografia, nem sequer me ajuda muito, se bem que haja caras bonitas - quando as há, naturalmente -, mas a duas dimensões, no domínio plano, é tudo preferível, até, a preto e branco, cria um efeito de distância e representação que melhor secunda o que por escrita se legende do que cada um é. Aprendi rápido a desrealidade comunicacional da net.