Novamente: tu atribuis a culpa da redução de um nível de vida a um actor que, se não tivesse existido, nunca o nível de vida mais elevado teria existido. Isso não faz absolutamente sentido nenhum.
Basicamente estás a dizer que se esse actor emprestar dinheiro que permita um nível de vida mais elevado, depois a única alternativa sã que existe é continuar a emprestar mais e mais dinheiro de forma a manter esse nível de vida mais elevado.
É uma coisa irracional. Mas já reparei que tu tens uma dificuldade incrível em mudar de opinião perante coisas incrivelmente óbvias, também.
(rentistas, monopolistas, rendas, lucros, tudo isso é irrelevante para a lógica acima - não te percas nisso)
Esquece os 'rentistas' etc. e nota o que digo: eu não atribuo a culpa à redução de um nível de vida 'elevado' - possibilitado pelo crédito -,
e sim que esse nível elevado tenha existido! Se releres a 'prosa',
de-va-gar, verás que é isso que eu digo
ab initio.
Podes, claro, dizer: mas isso não foi assim,
«não vale a pena chover no molhado».
Está bem.
Mas eu não sou político.
Não tenho obediências doutrinárias.
Porém, admiro os bons políticos
e os cientistas sérios.
Também gosto de ministros
de finanças que não sejam lingrinhas.
Como já disse, desde Sousa Franco
não vi nenhum.
Victor Gaspar, se tivesse respeitado
o ditame dos credores: "abolição do défice
com 1/3 de impostos e 2/3 de saneamento
do estado", teria sido um bom ministro.
Podes dizer-me: mas isso é culpa do governo,
do 1º ministro, nomeadamente!
A isso contraponho que um ministro
de finanças que não seja acolhido
no que recomenda, não deve
ser demitido:
deve demitir-se,
e o governo que vá bugiar.
Gaspar fez isso: mas com um ano de atraso.
E tudo está por sanear, (incluindo acabar com os rentistas).