O SNS é óptimo. Bastaria autonomizar as suas entidades, estabelecer um custo por acto médico praticado nestas, e de seguida dar liberdade aos utentes para ir a uma unidade pública ou privada com comparticipação em qualquer uma delas por esse mesmo custo por cada acto médico. O número de actos médicos em todo o país estabeleceria a esmagadora maioria do orçamento de saúde do Estado, e seria algo previsivelmente estável (excepto inicialmente, onde duas coisas impulsionariam o custo -- uma fatia maior da população aceder a cuidados de saúde gratuitos e mais actos médicos que agora não são prestados passariam a sê-lo). Para compensar um pouco este facto, seria de estabelecer um custo por acto médico ligeiramente inferior ao apurado -- contando com alguma melhoria da produtividade. Tb se ganharia algo com a extinção da ADSE neste cenário (deixaria de fazer sentido).
O custo para o Estado seria o mesmo (por acto médico), as entidades públicas teriam que viver dentro de um orçamento ditado pelos actos médicos praticados e não por qualquer outra coisa. Poderiam falir (não deixariam de operar mas teriam que ser reestruturadas). A concorrência entre elas melhoraria tanto entidades públcias como privadas. As remunerações, promoções, contratações, despedimentos nas entidades públicas podiam ser liberalizadas para estas gerirem os recursos necessários de forma autónoma.
A existência ou não de compadrio seria razoavelmente irrelevante pois qualquer entidade teria que ter o mesmo custo com compadrios ou não. Se os compadrios fossem negativos essas entidades não conseguiriam ou estar dentro do orçamento (faliriam) ou prestar um serviço de qualidade que atraísse os utentes. O compadrio que não resulta numa performance pior ou mais cara é irrelevante para a política pública, da mesma forma que o compadrio numa entidade privada é irrelevante se não afecta os seus clientes. O compadrio de resto é uma forma vulgar de uma entidade funcionar -- sendo possível, as empresas contratam pessoas cuja performance conhecem ou é recomendada.
Seria uma solução simples e usaria o melhor do sistema Francês e Americano (Medicare).