Caramba, não me respondam da mesma maneira que respondem à intervenção dum socialista extremo
sabem que não é o meu caso.
A questão não é o aumento de produtividade, nada contra, alias totalmente à favor.
As minhas perguntas incidem muito mais sobre a questão da concentração que estas empresas estão à adquirir, uma espécie de "supermassive black role".
No exemplo do Automek o meu problema não é com eles terem uma secretária mais barata e darem cabo da carpintaria local. Tem muito mais à ver com o facto de eles fazerem isso com a secretária, o candeeiro, com o espremedor de laranjas, com uma lâmpada, com tanta mas tanta coisa que não estás a arrumar com uma carpintaria, mas sim com carradas de empresas. E se alguma empresa começar a ter calibre para aparecer no radar acaba por ser engolida; o que irá reflectir-se em ainda maior concentração de capital.
Eu tenho uma desconfiança enorme quando existem elites com semelhante poder (sim porque capital é poder) a história está cheia de exemplos de como isso dá mau resultado.
Em relação às respostas do Inc :
Eu compreendo e alinho com o teu argumento que o aumento constante de produtividade acaba por inevitavelmente por destruir empregos. É inevitável. Eu não fiz o post inicial porque não entendo isso. Apenas estou a questionar-me e como disse as minhas próprias respostas não me satisfazem.
Mas sendo a destruição de empregos inevitável (seja por melhoria de procedimentos, por automatização, por melhorias informáticas, por o pessoal ser mais capaz, por existirem novas técnicas, novos materiais, etc), se é cada vez mais difícil rentabilizar pequenos negócios, se o estado deve contratar cada vez menos e pagar salários compatíveis com as funções desempenhadas, o que fará o governo em relação à massa brutal de desempregados de longa duração? Será função do governo dar amparo a essa massa brutal de pessoas?
Se quem defende uma economia de mercado pura e dura, e defende por exemplo a optimização fiscal que ocorre no Luxemburgo como irá o estado ter receitas decentes? E se o estado tiver que dar algum suporte a esses desempregados crónicos por falta de postos de trabalho (porque está "tudo" concentrado e optimizado) essa questão será ainda mais gritante.
Há coisas que em conta, peso e medida são excelentes, mas que se forem levadas a um extremo podem ser más.
Temo que numa situação de desemprego massificado às pessoas comecem a olhar para estes magnatas da mesma forma que um camponês olhava para um Romanov.
Ou seja um sistema (capitalismo/meritocracia/democracia/reinado da ciência) que colocou as sociedades ocidentais num patamar de sociedade e conforto sem precedentes se levado ao extremo pode ser o próprio causador do seu descrédito, duma vontade das massas de deitar tal sistema à sarjeta. Começas a dar munição a demagogos, que no fundo já é o que está a acontecer.