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Autor Tópico: Alertas de saúde  (Lida 441359 vezes)

JoaoAP

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Re: Alertas de saúde
« Responder #200 em: 2015-12-10 14:09:40 »
A maldição do sobrediagnóstico
http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2015-12-10-A-maldicao-do-sobrediagnostico

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Luís Correia, 46 anos, cardiologista e professor na Universidade Federal da Baía, encabeça no Brasil a campanha Choosing Wisely (algo como "escolher de forma sensata"), lançada nos Estados Unidos, e que tem como objetivo combater o uso de recursos pseudocientíficos na Medicina, promovendo as medidas baseadas na evidência
....

Muito interessante o que por lá se diz.

JoaoAP

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Re: Alertas de saúde
« Responder #201 em: 2015-12-11 11:37:45 »
Preocupante, parece-me! Ler tudo.
Scientists have found a new strain of bacteria that is resistant to all antibiotics
Citar
FOR years experts have warned there would come a day when antibiotics would cease being effective.
And it seems that day could be sooner than first thought after scientists discovered a new superbug that is not just impervious to the last line of defence medication, but has the ability to infect other bacteria.
But instead of destroying its virulent cousins this new strain of e.coli actually strengthens them by giving them the same antibiotic shield.
The unstoppable superbug was first found in China a few weeks ago.
Chinese and British scientists identified the first strain in a pig, then in raw pork meat and then in a small number of people.
Experts, while worried about the potential effect this discovery would have, hoped it would remain in China.
But this week those hopes were dashed when researchers in Denmark revealed they had found a similar strain in poultry from Germany as well as in a Danish man who had never travelled outside the country.
...

news.com.au/
« Última modificação: 2015-12-11 11:39:51 por JoaoAP »

Automek

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Re: Alertas de saúde
« Responder #202 em: 2015-12-11 13:51:19 »
Aqui há dias havia um artigo de opinião no Observador que aborda algo idêntico:
http://observador.pt/opiniao/bacterias-e-aquecimento-global/

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Re: Alertas de saúde
« Responder #203 em: 2015-12-11 23:01:00 »
....recebido por mail......eh.eh...... 8)


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Caros amigos/pacientes e pacientes/amigos

O ano de 2015 dá vontade de esquecer, bilhão e corrupção foram as palavras de ordem. De qualquer forma é na crise que as oportunidades de mudança e crescimento aumentam. Assim, vamos enfrentar as dificuldades em busca das alternativas mais saudáveis:

 1.Não adianta ficar nervoso: há uma relação entre alimentos embutidos e carnes processadas com o câncer.

 2.Dormir bem continua fundamental: protege a saúde, retarda o envelhecimento, organiza a mente.

 3.Firmeza, grandeza e ética são qualidades excepcionais porém esquecidas pelos líderes de hoje!

 4.As pesquisas revelam que ficar em pé no dia a dia é uma atividade protetora do coração.

 5.O cérebro já não aguenta mais tanta informação, a solução é o “reset cerebral”, pausas no trabalho, soneca, meditação, exercícios, vale tudo para  aliviar a tensão cerebral.

 6.Atenção estressados, ansiedade passa de pai para filho, há uma transmissão genética de 40%.

 7.Ficar deprimido em algum momento faz parte da vida, não buscar tratamento é um risco.

 8.As pesquisa são evidentes: pressão boa e protetora é pressão baixa (120x80 mmHg).

 9.Refrigerante está sendo considerado com uma substância tóxica, vai ser abolido da dieta.

 10.Curta os momentos de felicidade e sucesso, não fique o tempo todo atrás de novas conquistas.

 11.O mundo precisa de pessoas criativas, sensíveis, objetivas e honestas, onde achar estas figuras?

 12.Demências, Doença de Alzheimer, pacientes terminais só aumentam, cada vez mais vamos precisar de hospitais especializados e de cuidados paliativos.

 13. Neste 2016 vamos precisar ser muito resilientes para suportar as tensões e não quebrar.

 14.A alimentação saudável continua em alta, está na sua mão, emagrece, protege, dá energia e revigora.

 15.Mais uma da genética: exercícios físicos evitam a redução dos telômeros (DNA) retardando o envelhecimento e as doenças crônicas.

 16.Prevenção vale a pena! Não fumar, alimentar-se com dieta mediterrânea e fazer exercícios reduzem 30% as doenças cardiovasculares.

 17.A tendência mundial é a medicina personalizada, um tratamento para cada indivíduo!

 18.Troque o salgadinho por uma maçã, diminui a pressão arterial , reduz absorção de gorduras, repõe a energia.

 19.Não esqueça que o “stress” crônico (muito cortisol e adrenalina) aumenta a gordura abdominal que é inflamatória e favorece as doenças das artérias coronárias.

 20.Não antecipe as tensões do final do ano:  Dezembrite e agora Novembrite ,são passageiras, melhoram com o passar do ano e tudo volta ao normal! Feliz 2016
 


Prof. Dr. Carlos Alberto Pastore

www.drpastore.com.br

http://twitter.com/drcarlospastore

ecg_pastore@incor.usp.br

Tel. 3283-5340 / 3171-3509

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JoaoAP

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Quando a medicina faz mal
« Responder #204 em: 2015-12-27 16:00:09 »
Este artigo está muito bem escrito e fundamentado e apesar de longo, aconselho a lerem tudo.

Contudo, depois da leitura, há sempre a posição intermédia que se poderá tomar sobre o que é aqui escrito e aconselhado, melhor, sobre o que alguns estudos indicam.

Citar
Quando a medicina faz mal

E se um 'check-up' fizer mais mal do que bem? Se tratar precocemente levantar apenas dúvidas em vez de trazer certezas? Um movimento na classe médica opõe-se à lógica dominante e defende que demasiada intervenção também pode matar
Sara Sá
Jornalista
Bruno Rascão

"Que coragem!" É o que costumo ouvir quando conto que deixei de fazer mamografias. Contraponho que não se trata de coragem mas de respeito pela evidência científica. Aos 39 anos, e sem qualquer fator de risco conhecido para o cancro da mama, já tinha feito duas mamografias por indicação do meu cuidadoso e atento ginecologista. A recomendação de fazer a terceira chegou precisamente na altura em que foram divulgados os dados daquele que é conhecido como 'o estudo do Canadá'. Divulgado numas das mais relevantes publicações médicas, o British Medical Journal, em fevereiro de 2014, as suas conclusões vieram abanar o alicerce dos programas de combate ao cancro da mama: a tese de que o rastreio, com base na mamografia, é a forma mais eficaz de salvar vidas. Está lá escrito, preto no branco: "A mamografia anual, em mulheres entre os 40 e os 59 anos, não reduz a mortalidade por cancro da mama, mais do que o exame físico [vulgo palpação]."

Para chegar a estas conclusões perturbadoras, a equipa de médicos seguiu 90 mil mulheres, de 15 centros canadianos umas que fizeram mamografias, outras, no grupo de controlo, que se limitaram ao exame físico durante 25 anos. Verificou-se ainda que 22% dos cancros da mama detetados correspondiam a um sobrediagnóstico, o que quer dizer que estas mulheres foram tratadas a uma doença de que pura e simplesmente não padeciam. Terão sido sujeitas a uma mastectomia, feito radioterapia ou quimioterapia. Para nada. "Não estou disposta a correr este risco", pensei. Comuniquei a decisão ao meu médico, que a aceitou, e mantenho a rotina de o visitar anualmente. Apesar de esta ser a investigação mais conhecida, outros estudos apontam na mesma direção: muitas perdas (falsos positivos) para poucos ganhos (vidas poupadas).

AGRESSIVOS FICAM DE FORA

Ainda assim, o paradigma europeu continua a ser o de promover o rastreio sistemático através deste exame, a cada dois anos, em mulheres com mais de 50 anos. Em Portugal, o programa é coordenado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (exceto no Algarve, onde atua uma organização local). São convocadas mulheres dos 45 aos 69 anos. Neste grupo, realizam-se 300 mil mamografias por ano, que custam oito milhões de euros, sendo 85% deste valor pago pelo Estado. Desde o início do rastreio, há 25 anos, terão sido feitos dois milhões de exames, estima o médico Carlos Oliveira, dirigente da Liga. Países como a Suíça ou a Noruega, que levantaram a hipótese de suspender o rastreio, enfrentaram uma forte contestação, quer da classe médica quer da população. "A crença que a medicina preventiva nos plantou, de que vamos viver até aos 100 anos, é uma grande mentira. O aumento na esperança de vida vem sobretudo dos medicamentos, do sucesso do tratamento, não da prevenção", afirma António Vaz Carneiro, professor na Faculdade de Medicina de Lisboa e diretor do Centro de Medicina Baseada na Evidência. "A grande questão é que no rastreio só estamos a apanhar os cancros de evolução lenta. Os agressivos continuam a escapar-nos, pois desenvolvem-se muito rapidamente, no intervalo entre os exames", justifica.

Luís Costa, oncologista e professor na mesma universidade, revela que, num outro estudo, publicado em setembro deste ano, se sugere que 83% da diminuição da mortalidade em mulheres com menos de 70 anos se deve ao tratamento, ficando só 17% por conta do tamanho do tumor, logo ao momento em que é detetado. Ainda assim, o oncologista, cauteloso, afasta para já a hipótese de se suspender o rastreio afinal, o médico continua a ver muitas mulheres jovens derrotadas pelo cancro da mama, uma doença que faz quatro vítimas por dia em Portugal.

UM TIGRE OU UM GATO?

O médico e investigador António Vaz Carneiro dedica boa parte do seu tempo à análise deste género de fenómenos: o sobrediagnóstico definido como um diagnóstico correto, embora irrelevante, por não haver tratamento disponível ou este ser desnecessário e o sobretratamento. Dito de outra forma, aos problemas do excesso de medicina. "Faz-nos mais mal do que bem", sublinha. Até quando estão em causa males tão sérios como o cancro. Num artigo publicado na revista CancerWorld, os autores resumem a questão do seguinte modo: "Melhorar a forma como identificamos, relatamos e exploramos verdadeiros sinais de perigo é uma prioridade em cancro. Mas o que acontece se as ferramentas que estamos a usar são fracas a distinguir o tigre do gato verdadeiras ameaças de anormalidades de baixo risco? E se quanto mais rastreamos uma população saudável, mais expomos as pessoas a tratamentos desnecessários e até nefastos?"

No caso da mama, o "gato" tem nome: carcinoma in situ uma lesão que sendo pré-maligna, ou seja, que ainda não é um cancro, é tratada com cirurgia e radioterapia. A oncologista Fátima Cardoso, da Fundação Champalimaud, admite uma grande contradição na abordagem. Quando se trata de um cancro, em geral a doente faz quimioterapia para redução do tumor e depois uma cirurgia conservadora, em que grande parte do tecido mamário é preservado. No carcinoma in situ, numa lesão que pode nunca evoluir para doença oncológica, a cirurgia acaba por ser muito mais mutiladora, retirando quase sempre a mama toda, porque as células, não sendo de cancro, não reagem à quimioterapia. "Estamos a lutar para ser cada vez menos agressivos, mas nestes casos não dispomos de outras armas terapêuticas. São estas as recomendações."

Além disso, admite a especialista, quem lida diariamente com a morte acaba por ter uma visão muito cautelosa. "Prefiro diagnosticar e tratar um tumor pouco agressivo do que correr o risco de deixar crescer uma lesão aparentemente benigna", sublinha.

Para ajudar a esclarecer as dúvidas, a Fundação Champalimaud vai participar num ensaio clínico, que deve começar no próximo ano, em que serão comparadas mulheres tratadas com o procedimento standard e outras a quem é oferecida vigilância. "A Europa do Sul é tendencialmente mais interventiva", considera a cirurgiã Maria João Cardoso. "Só poderemos mudar as práticas mediante estudos", nota, admitindo, no entanto, seguir algumas mulheres a quem é proposta vigilância apertada em detrimento da cirurgia. "Uma lesão pequena, numa mulher com 60 anos, não vai evoluir", clarifica.

Tamara Milagre, 47 anos, fundou a associação Evita, que tem como missão sensibilizar para o risco do cancro hereditário, precisamente para ajudar as famílias onde o cancro passa de pais para filhos a lidar com a noção de risco/benefício. Os exemplos mais flagrantes são os da mutação nos genes BRCA-1 e BRCA-2 uma situação tornada "famosa" pela opção da atriz Angelina Jolie, que fez uma dupla mastectomia e retirou os ovários preventivamente, para diminuir a sua probabilidade de vir a ter cancro. Enfermeira e mãe de duas filhas, Tamara viu demasiadas pessoas da sua família sofrerem com a doença e, perante o resultado do seu teste genético, não hesitou. Fez a cirurgia preventiva e até hoje não se arrepende.

Uma opção para estas mulheres é manter a vigilância ativa, com ressonância magnética e intervalos bem definidos entre as mamografias. "As mulheres sentem uma grande ansiedade de cada vez que vão fazer os exames e ao fim de um tempo acabam por se cansar, optando pela cirurgia", revela Tamara Milagre, que organizou no mês passado o primeiro congresso europeu da rede BRCA.

ESPERAR PARA VER

Carlos Vicente, 67 anos, já estava preparado para a notícia. O pai teve cancro da próstata, o irmão também. Era só "uma questão de tempo". Há um ano, quando o valor do PSA (proteína detetada em análises ao sangue e que é um indicador de cancro da próstata) veio positivo, o conselho do urologista do Hospital de São José, em Lisboa, Luís Campos Pinheiro, foi... não fazer nada. Ou melhor, manter a vigilância e as consultas de rotina, mas não intervir.

"Não podemos adotar esta postura com todos os doentes", admite o médico. "É preciso que a pessoa entenda bem a opção que lhe estamos a apresentar." Carlos Vicente, já reformado, cumpre as recomendações do médico análises de seis em seis meses e biópsia anual e vive tranquilo com o seu risco. Mas a grande maioria dos doentes quer ver-se logo livre do problema. A ideia de viver com um cancro torna-se insuportável, mesmo que a probabilidade de este ser fatal seja muito baixa. "Há muito tempo que questionamos o rastreio ao carcinoma da próstata. É certo que encontramos cancros com potencial de matar, mas apanhamos também tumores que não irão evoluir. E o doente, perante o diagnóstico, não quer arriscar, mesmo que as consequências da cirurgia sejam impotência, com uma probabilidade de 50 a 90 por cento, e incontinência, em 10% dos casos", explica Luís Campos Pinheiro. "No momento do diagnóstico, a única preocupação é eliminar a doença. Só ao fim de uns tempos é que o paciente analisa e lamenta o impacto que a cirurgia teve na sua qualidade de vida", conclui o urologista.

O médico Carlos Martins, professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, dedicou-se ao estudo do sobrediagnóstico durante o doutoramento e um dos primeiros exemplos que lhe ocorrem é o do teste do PSA. "Milhões são convertidos, sem necessidade, em doentes. Nas autópsias, verifica-se que uma boa parte dos homens tinham cancro da próstata'', diz, sendo que provavelmente nem saberiam que o tinham, pois morreram por outras causas. ''Acima dos 80 anos, mais de metade tem o tumor", revela.



TESTE DE PSA DESACONSELHADO

Além dos tratamentos desnecessários, hoje questionam-se os efeitos dos próprios exames de diagnóstico. Trinta anos de estudos de causa/ efeito, ou epidemiológicos, de base populacional, permitem analisar estas questões com outro rigor. Sabe-se, por exemplo, que num grupo de mil homens que fizeram análise ao PSA, 200 acabam por se submeter a uma biópsia desnecessária, 29 ficam impotentes e 18 com incontinência. Os resultados são tão dramáticos que a organização americana composta por um vasto painel de peritos independentes, vocacionados para a medicina preventiva baseada na evidência (US Preventive Task Force), desaconselha, desde 2012, o teste de PSA em homens assintomáticos.

Ninguém duvida da utilidade de uma mamografia em mulheres de risco ou com uma palpação anormal, ou de uma análise e de uma biópsia a um homem com sintomas suspeitos. "Quando há uma queixa, aumenta-se a probabilidade de haver um benefício, nem que seja a tranquilidade", nota Carlos Martins. Contudo, "temos passado a mensagem de que os medicamentos apresentam efeitos secundários mas ninguém pensa nos riscos dos exames de diagnóstico", alerta Carlos Martins. Sejam eles a radiação, o potencial de infeção de uma picada ou até mesmo a ansiedade que antecede o diagnóstico. Para já não falar do stresse associado.

Os exemplos do cancro da mama ou da próstata são os mais conhecidos, mas o problema do sobrediagnóstico e sobretratamento alastram a outras áreas da medicina e são cada vez mais analisados em congressos científicos. José Gameiro, psiquiatra, participou em setembro num encontro dedicado ao assunto, nos Estados Unidos. "É um tema que me interessa muito. Levanta questões paradoxais acerca da evolução dos métodos de diagnóstico e tratamento. É uma questão muito vasta que toca a hiperatividade e o uso de estatinas drogas que baixam o colesterol no sangue, mas que podem ter efeitos negativos. As guide lines americanas foram diminuindo o valor aceitável, a partir do momento em que surgiram estas substâncias. Em Portugal, o valor de referência também baixou de 220 para 190 mg/dl, estimando-se que metade da população tenha hoje colesterol alto (ver infografia).

"Há uma relação entre estas indicações e os interesses da indústria farmacêutica, quando se trata de medicamentos que são uma grande fonte de negócio," alerta o psiquiatra. "Nem sempre é feita uma avaliação correta do seu uso em pessoas que não têm outros fatores de risco e que, com dieta e exercício, chegariam a níveis aceitáveis."

A EPIDEMIA DO COLESTEROL

As estatinas foram vistas como ''revolucionárias'' pelos cardiologistas, contribuindo de forma determinante para a diminuição do risco cardiovascular. Num estudo da década de noventa, o 4S, ficou estabelecida a mais-valia destas moléculas na diminuição da mortalidade em doentes de risco, com angina de peito ou sobreviventes de um enfarte. "Depois da doença coronária, a regra é prescrever estatinas", explica o coordenador da unidade de cardiologia do Hospital Pulido Valente, Roberto Palma Reis. Mas, considera, ''em pessoas de baixo risco, não se devem prescrever, porque podem fazer mais mal que bem". Dores musculares e diabetes são os principais problemas associados a esta medicação.

Teresa Brito, 58 anos, está mesmo no limiar, mas tem conseguido evitar a medicação, por sugestão do seu médico, o cardiologista Hélder Trindade. O colesterol tem vindo a subir, mas com exercício físico, caminhadas e ginásio, e algum cuidado com a alimentação, lá vai controlando os valores. "O risco de problemas hepáticos ou musculares pode sobrepor-se aos benefícios", justifica o especialista do Hospital Garcia de Orta, em Almada. Teresa Brito agradece o alerta e recusa-se a cair no facilitismo de enfiar o comprimido pela boca abaixo. E parece estar certa. Vários estudos mostram que deixar de fumar ou adotar a "nossa" equilibrada dieta mediterrânica faz mais pela saúde do coração do que qualquer pílula dita milagrosa.

O diretor do departamento de investigação clínica da Escola de Medicina Mt. Sinai, nos Estados Unidos, fez uma análise exaustiva publicada no site de medicina baseada na evidência NNT (da responsabilidade de um grupo de médicos que se dedica a divulgar pareceres sobre terapêuticas e procedimentos médicos), e denuncia que "os malefícios das estatinas são menos divulgados do que os benefícios, mas estão bem documentados". A queixa mais comum é a miopatia fraqueza muscular, rigidez e cãibras, sendo a principal razão para os doentes abandonarem o tratamento.

Ainda assim, a estimativa de 10% para os afetados peca por defeito, defende o médico americano. "Em pessoas que nunca tiveram um ataque cardíaco (a maioria das pessoas que tomam estatinas) verifica-se que de facto baixam o colesterol. Mas poucos evitarão um ataque cardíaco em virtude desta mudança. São precisos cinco anos de toma diária para se chegar a 1,6% de hipóteses de se evitar um ataque cardíaco e 0,37% de evitar um acidente vascular cerebral." E pior, defende David Newman, "neste grupo [pessoas sem história prévia de doença cardiovascular], as estatinas não parecem ser eficazes a prevenir a morte, além de que estes medicamentos podem aumentar a diabetes, uma doença séria e grave," conclui.

Roberto Palma Reis não tem dúvidas. Seguem-se os parâmetros de avaliação do risco individual que incluem a pressão arterial, a idade, o sexo ou os hábitos de fumo e as orientações estabelecidas e pronto. "Sou tão contra a prescrição de estatinas a quem não precisa como não se darem a quem precisa", resume.

MENOS VIDA, COM MAIS QUALIDADE

Leonor Nery, 49 anos, nem quer saber qual o seu valor de colesterol. Falar-lhe em estatinas é como pronunciar o nome do diabo ao pé de um crente. Quando saiu do hospital, depois de ter sido operada ao coração, trouxe logo a receita na mala. Durante um ano, a sua saúde foi-se deteriorando a olhos vistos. Subir escadas passou a ser um "calvário", sucessivas atrofias musculares desembocaram em tendinites e qualquer movimento, por mais simples que fosse, tornou-se numa tarefa hercúlea. Apesar das queixas, a cardiologista manteve-se irredutível. E só um neurocirurgião se atreveu a aceitar a hipótese das estatinas como origem de todo aquele mal-estar.

Apenas agora, cinco anos depois de ter deixado a medicação, é que começa a sentir-se normal outra vez. "Aquilo tornou-se num círculo vicioso. Como tinha dores, mexia-me pouco, como deixei de poder fazer exercício, engordei. Vivi um inferno", recorda. "Tinha um motor novo mas os pneus estavam furados", ironiza. Consciente do risco que corre por ter deixado de cumprir a medicação, afirma sem dúvidas: "Prefiro durar menos anos, mas com qualidade, do que passar a vida daquela maneira." A cardiologista que a seguia, no entanto, nunca chegou a aceitar a opção.

SOMOS TODOS DOENTES DA TIROIDE

Num estudo da Mayo Clinic, publicado na revista Thyroid, dá-se conta do aumento dos diagnósticos de cancro da tiroide, resultado das cada vez mais sofisticadas técnicas de imagiologia. Mas é preciso notar que um terço destes casos são pessoas com tumores de baixo risco. Os dados referem-se a um período entre 1935 e 2012 e os números duplicaram, passando de 7,1 por cem mil, entre 1990 e 1999, para 13,7, entre 2000 e 2012. Apesar deste estrondoso aumento, a proporção de pacientes que morre da doença não se altera desde 1935. "Estamos a enfrentar uma epidemia de diagnóstico de cancro da tiroide", alertou o autor do estudo, Juan Brito Campana, em comunicado.

Os exemplos não param por aqui. Podemos referir ainda o sobrediagnóstico do aneurisma abdominal da aorta. Em países que introduziram o rastreio sistemático, como a Suécia, o Reino Unido ou os EUA, o balanço feito ao fim de 15 anos não é famoso: 176 de 10 mil homens rastreados ''são desnecessariamente convertidos em pacientes, vivendo num estado de ansiedade até ao fim da vida'', explica-se num artigo publicado no British Medical Journal. Além disso, ''37 deles farão cirurgias preventivas, sem qualquer benefício, e 1,6 acabam por morrer em consequência deste procedimento''.

A grande questão é que "ninguém é normal", atira António Vaz Carneiro. "Nos Estados Unidos, fez-se um estudo em que um grupo de pessoas foi sujeito a uma TAC de corpo inteiro. Resultado: toda a gente tinha qualquer coisa, sendo a 'anormalidade' mais comum o nódulo no pulmão. "E o que é que se faz? Põem-se estas pessoas no ciclo de biópsias provavelmente inconclusivas, cirurgia e por aí fora, mesmo quando os doentes não fumam?'', questiona o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa. ''Quando, como acontece nos EUA, a medicina é um negócio e não um direito formal, então as abordagens dos testes e tratamentos podem ser influenciados por outros fatores que não o bem--estar dos doentes e os seus interesses diretos na doença", denuncia. A boa notícia é que a escolha também pode ser sua.

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Re: Alertas de saúde
« Responder #205 em: 2016-01-09 14:12:41 »
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como é estar em coma
« Responder #206 em: 2016-01-24 22:08:42 »
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Jovem explica em vídeo como é estar em coma

Claire Wineland tem 18 anos, mas vive uma vida um pouco diferente da maioria das raparigas da sua idade: sofre de fibrose cística, doença crónica que bloqueia os pulmões e o sistema digestivo com acumulação de muco, impedindo o funcionamento adequado do organismo.

Devido a esta condição clínica, Claire Wineland já passou por mais de 30 intervenções cirúrgicas e teve de estar internada em hospitais cerca de 1/3 da sua vida.

Num desses internamentos, foi mesmo necessário colocar Claire em como induzido – e a jovem decidiu contar em vídeo como é passar por essa experiência.

A jovem criou um videolog, Clarity Project, onde partilha as suas experiências e conta como lida com a sua doença crónica, procurando viver a sua vida ao máximo.

Há cerca de 5 anos, Claire contraiu uma infecção grave e, para ser curada, os médicos tiveram que a manter inconsciente durante duas semanas.

Mas se pensa que a jovem simplesmente se “apagou” e acordou sem saber o que tinha acontecido, está muito enganado.

No vídeo, Claire conta que era capaz de absorver informações do mundo real, porém de forma inconsciente.

Mesmo inconsciente, o cérebro de Claire era capaz de captar e interpretar, à sua maneira, informações sobre o que a cercava.

Num do seus “sonhos”, enquanto estava em coma, a jovem pensou que estava no Alasca a observar uma linda paisagem, com direito a cervos, e aguentava o frio tranquilamente.

Mais tarde, depois de acordar, Claire soube que os médicos tiveram de lhe aplicar uma compressa com sacos de gelo para controlar a febre – informação que o corpo captou e muito provavelmente transformou na imagem do Alasca.

Claire lembra-se também de observar paisagens bonitas e aconchegantes sempre que a voz dos seus pais estava por perto.

Já quando a voz era de alguém desconhecido, ela recorda-se da sensação de estar perdida.

Mesmo inconsciente, o cérebro de Claire era capaz de captar e interpretar, à sua maneira, informações sobre o que a cercava.

“Quando estamos em coma, ainda aqui estamos, captamos tudo o que está à nossa volta, mas isso passa por um filtro esquisito dentro do nosso cérebro, passa pelos medicamentos“, conta Claire.

Veja acima, na primeira pessoa, o testemunho de Claire Wineland: What It’s Like To Be In A Coma.

« Última modificação: 2016-01-24 22:09:42 por Batman »

JoaoAP

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Re: Alertas de saúde
« Responder #207 em: 2016-02-14 15:21:39 »
Algures ali ao lado discutia-se ... muitas coisas, mas um delas... a questão dos médicos receitarem muitos medicamentos para a depressão etc... e mal..
e lembrei-me das vitaminas... tomam-se... e muitas vezes não são necessárias... é uma verdade.,... a publicidade é forte,,,

E na Dinamarca:
Citar
Dinamarca, Proibido vitaminas - Os suplementos vitamínicos são extremamente proibidos na Dinamarca, pois as autoridades acreditam que os seus habitantes já consomem muitas vitaminas.


Mas será aqui o oposto?
Será que os bebés não tomam certos suplementos? Como por exemplo a vitamina D, ou também esta não será necessária?
----------------------------------------------------------------------------------

Parece que esta empresa Australiana estará a trabalhar na extração de um composto, EBC-46  , extraído das sementes de um fruto, que poderá eliminar vários cancros:
Citar
EBC-46 is a novel natural product small molecule with anticancer activity being developed as a local treatment for solid tumours in humans and companion animals (dogs, cats and horses).  EBC-46 was discovered by applying the EcoLogic™ approach to drug discovery from the tropical rainforests of Far North Queensland.  EcoLogic™ was developed by QBiotics’ parent entity EcoBiotics.,...


www.qbiotics.com/index.php/investors

Automek

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Re: Alertas de saúde
« Responder #208 em: 2016-02-19 12:52:30 »
O SNS tem um novo portal (ainda não vi):
https://www.sns.gov.pt/

Local

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Re: Alertas de saúde
« Responder #209 em: 2016-02-21 15:33:02 »
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Deus Menor

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JoaoAP

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Re: Alertas de saúde
« Responder #211 em: 2016-02-22 13:53:57 »
Citar
Ligação entre a infertilidade masculina e o uso do telemóvel? Sim existe
Um estudo recente dá como certo o temido aumento dos problemas de fertilidade masculina devido à utilização do telemóvel. Guardar o telefone no bolso das calças sempre é um dos maiores comportamentos de risco.

E mais... em:
tek.sapo.pt

itg00022289

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Re: Alertas de saúde
« Responder #212 em: 2016-02-23 15:12:16 »
A comprovar-se será algo com um impacto colossal na vida das pessoas afetadas (e familiares)


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Novo tratamento pode devolver memória a doentes de Alzheimer

Um tratamento testado em ratos conseguiu devolver a memória à maior parte dos indivíduos da amostra. A técnica ainda não foi testada em humanos, mas pode representar um avanço na cura do Alzheimer.


Autor
Marta Leite Ferreira  Email

Cientistas australianos desenvolveram um tratamento que pode eliminar substâncias neurotóxicas causadoras de perda de memória e de funções cognitivas em pessoas com Alzheimer. A técnica, testada em ratos, conseguiu devolver a memória a 75% da amostra através de uma tecnologia ultrassónica não invasiva. Mas o tratamento ainda não foi testado em humanos.

O desenvolvimento de Alzheimer deve-se normalmente a dois tipos de lesões: placas de amiloides – filamentos de proteínas que se depositam nos tecidos do corpo prejudicando a sua função – e novelos neurofibrilares – que alteram a composição do citoplasma dos neurónios do córtex cerebral. Essas placas depositam-se entre os neurónios formando massas densas de moléculas de proteínas. Os novelos, por sua vez, estão dentro das células e nascem a partir de proteínas deformadas que formam uma massa insolúvel. Essa massa origina filamentos que se emaranham e impedem o transporte de matérias essenciais, como os nutrientes.

Estes investigadores dizem que foram capazes de eliminar estas lesões utilizando uma terapêutica de ultrassom focalizado, que envia ondas sonoras para o interior do cérebro. A sua oscilação é tão rápida que essas ondas conseguem contornar a barreira hematoencefálica (uma camada permeável que protege o cérebro de bactérias) e ativar as células gliais, que protegem os neurónios. Como essas células são as responsáveis pela “limpeza” das células, tornam-se capazes de eliminar as placas de amiloides.

Nenhum dos ratos onde o tratamento foi testado e bem-sucedido apresentou danos colaterais, garantiram os cientistas no comunicado de imprensa. Pelo contrário, ficaram mais capacitados para identificar objetos, recordar espaços que devem evitar e lembrar caminhos em labirintos.

http://observador.pt/2016/02/23/novo-tratamento-pode-devolver-memoria-doentes-alzheimer/

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Re: Alertas de saúde
« Responder #213 em: 2016-02-25 09:05:36 »
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Vida sedentária a partir dos 40 reduz o tamanho do cérebro

25 Fevereiro, 2016 por ZAP

Um estudo norte-americano sugere que o sedentarismo a partir dos 40 anos está correlacionado com o envelhecimento do cérebro e mesmo a redução do seu tamanho na casa dos 60 anos.

Investigadores da Universidade de Boston acompanharam 1.583 pessoas, com média de idade de 40 anos, todas sem demência ou doenças cardíacas.

Os voluntários fizeram testes de esforço num tapete e também se submeteram a tomografias do cérebro. Vinte anos depois, repetiram os procedimentos. As pessoas que tinham registado maus resultados no primeiro exame tinham cérebros menores na medição de duas décadas depois.

Os voluntários que não desenvolveram problemas cardíacos e não estavam a tomar medicamentos para pressão alta apresentaram o equivalente a um ano de envelhecimento acelerado do cérebro. Por outro lado, aqueles que tiveram problemas ou tomavam medicação na altura da primeira medição apresentaram o equivalente a dois anos de envelhecimento acelerado do cérebro.

Os resultados foram publicados na revista da Sociedade Americana de Neurologia.

“Encontramos uma correlação direta entre má forma física e o volume do cérebro nas décadas seguintes, o que indica envelhecimento acelerado”, disse Nicole Spartano, da Escola de Medicina da Universidade de Boston, investigadora-chefe do estudo.

“Estes resultados, ainda não que não analisados em larga escala, sugerem que a condição física na meia-idade pode ser particularmente importante para milhões de pessoas em todo o mundo que já têm os primeiros sintomas de doenças cardíacas”.

O encolhimento do cérebro é um processo natural do envelhecimento humano e a atrofia do órgão está ligada ao declínio cognitivo e ao aumento do risco de demência. Cientistas argumentam, no entanto, que o exercício físico reverte essa deterioração.

“A mensagem é que escolhas de saúde estilo de vida que fazemos ao longo da vida poderão ter consequências muitos anos depois”, completa Spartano.

Laura Phipps, da associação Alzheimer’s Research UK, confirma que “apesar de ser difícil concluir a partir deste tipo de estudos que fator causou o outro, as conclusões somam-se a um já grande conjunto de provas de que a saúde cardiovascular ao longo da vida tem efeitos no cérebro”.

“Os estudos sugerem que a melhor forma de manter um cérebro saudável é manter-se física e mentalmente ativo, fazer uma dieta equilbrada, não fumar, beber dentro dos limites recomendados e manter a diabetes, pressão alta e o colesterol alto sob vigilância”, aconselhou a especialista.

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Re: Alertas de saúde
« Responder #214 em: 2016-03-03 03:24:00 »
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Invalidez: Lei da “morte certa” foi anulada

Decreto da Assembleia da República revoga decisões do governo anterior, repondo a lista de doenças suscetíveis de receber a proteção especial na invalidez e ainda abre a possibilidade de acesso ao mesmo regime a pacientes de outras patologias crónicas e incuráveis. PSD e CDS queriam manter a condição de “prognóstico de morte em 3 anos” para o acesso à proteção.

Decreto da AR mantém a lista de doenças incapacitantes e amplia o regime especial a pacientes de outras enfermidades:

http://www.esquerda.net/sites/default/files/alteracao_ao_regime_protecao_invalidez.pdf

Foi já publicado no Diário da Assembleia da República o Decreto nº11/XIII que revoga as alterações aprovadas pelo anterior governo PSD-CDS à lei do regime especial de invalidez. Estas alterações, contidas no decreto-lei 246/2015, tinham como consequência tornar mais difícil o acesso dos pacientes de doenças incapacitantes como a Esclerose Múltipla, o Alzheimer ou as enfermidades oncológicas a receberem uma proteção especial na invalidez. Promulgado no último dia de vigência do governo anterior, este decreto chegou a ser chamado de “lei da morte certa” porque criava como condição de acesso ao regime especial de invalidez que o requerente se encontrasse incapacitado permanentemente para o trabalho e fosse portador de uma doença que clinicamente se previsse evoluir “para uma situação de dependência ou morte num período de três anos”.

O resultado foram os protestos generalizados das associações de doentes, de médicos e de sindicatos, tendo mesmo o bastonário da Ordem dos Médicos afirmado que só uma “mente tortuosa” poderia criar um parâmetro como o da previsão de morte em três anos. “Nenhum médico vai passar um atestado destes. Isto não é terminologia médica”, afirmou.

O decreto patrocinado pelo então ministro Pedro Mota Soares, do CDS, extinguia também a lista de doenças crónicas e incuráveis cujos pacientes tinham acesso a esse regime especial (paramiloidose familiar, doença de Machado-Joseph, sida, esclerose múltipla, doenças de foro oncológico, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson e doença de Alzheimer), com o argumento de que o regime especial devia abranger também outras doenças, o que à primeira vista parecia razoável mas afinal apenas procurava esconder a maior restrição ao acesso devido à condição da dependência ou morte em três anos.

Na verdade, o verdadeiro objetivo do decreto era “cortar nas pensões de invalidez”, como denunciou o secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Carlos Oliveira.

Acesso a pacientes de outras doenças

O Decreto da Assembleia da República mantém a lista de doenças que constava na Lei antes da alteração promovida pelo PSD e o CDS, e acrescenta um segundo ponto que determina o acesso dos “beneficiários que se encontrem em situação de incapacidade permanente para o trabalho (...) decorrente de outras doenças (…) de aparecimento súbito ou precoce que evoluam rapidamente para uma situação de perda de autonomia com impacto negativo na profissão por eles exercida”.

Desta forma, pacientes de outras enfermidades crónicas igualmente incapacitantes poderão também ter acesso ao regime especial de invalidez.

Sublinhe-se que não basta ter contraído uma das doenças da lista para se ter acesso à pensão por invalidez. É sempre necessária a verificação da incapacidade para o trabalho, feita por uma Junta Médica. A diferença do regime especial de invalidez para o regime geral é que o primeiro foi criado tendo em vista, como explica o deputado Jorge Falcato, do Bloco de Esquerda, que “as pessoas que têm doenças crónicas necessitam de um regime especial de apoio" porque "muitas destas pessoas adquirem incapacidades muito cedo, tendo por isso carreiras contributivas muito curtas. A diminuição do prazo de garantia para acesso a uma pensão de invalidez e o aumento da taxa anual de formação da pensão foram as formas encontradas, e com as quais concordamos, para compensar a interrupção abrupta da atividade profissional".

Quanto à Tabela Nacional de Funcionalidade, usada como parâmetro a aplicar pelos médicos que verificam as incapacidades, só será aplicada “durante seis meses, a título experimental como meio de avaliação complementar”, e o resultado desta aplicação será avaliado por uma comissão especializada nomeada pelo Ministro do Trabalho da Solidariedade e da Segurança Social. A mesma comissão fará uma avaliação e apresentará um relatório das alterações à lei do regime especial, que o governo tomará como base para fazer uma reavaliação global deste regime.

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Urmas Reinsalu

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Re: Alertas de saúde
« Responder #216 em: 2016-03-11 12:58:20 »
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Portugal tem 82 centros de referência nos hospitais, 60 foram "chumbados"

Coimbra fica com o único centro de referência para transplantes cardíacos em Portugal. Há três hospitais privados na lista de locais considerados de topo para o tratamento de determinadas doenças.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/temos-82-centros-de-referencia-nos-hospitais-60-foram-chumbados-1725791

JoaoAP

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Re: Alertas de saúde
« Responder #217 em: 2016-03-15 19:50:50 »
Ao menos não prescreveu, mas 17 anos!!1

Após 17 anos de análises, a Justiça francesa deliberou o fim das investigações a uma vacina contra a hepatite B, que supostamente estaria envolvida no surgimento de doenças neurológicas, como a esclerose múltipla.

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A decisão do juiz de instrução está em conformidade com os requisitos dos promotores: que concluíram a ausência de "causalidade" entre a vacinação contra a hepatite B e o aparecimento destas doenças, não retendo "falta de imprudência ou negligência" dos acusados.

Uma das advogadas das partes civis, Gisèle Mor, contactada pela agência de notícias France Presse, diz que a decisão é um "escândalo judiciário e acusa os juízes de "não realizaram verificações" sobre o trabalho de controlo de produto pela administração sanitária.

A origem do caso remonta a uma vasta campanha lançada pelo governo francês em 1994, visando vacinar mais de 20 milhões de franceses contra a hepatite B, um vírus que aumenta o risco de cirrose ou cancro do fígado.

No entanto, registaram-se casos de esclerose múltipla ou outras doenças neurológicas em vacinados, alimentando dúvidas sobre a inocuidade da vacina.

O caso contribuiu, entre outros fatores, para o desenvolvimento do movimento anti-vacina em França, com as autoridades de saúde do país a registarem uma crescente relutância na vacinação infantil.

A desconfiança da população em relação às vacinas em geral aumentou de 10% em 2005 para 40% em 2010, segundo o Instituto Nacional de Prevenção e Educação em Saúde daquele país.
lifestyle.sapo.pt/

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Re: Alertas de saúde
« Responder #218 em: 2016-04-13 01:16:32 »
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Doenças sexualmente transmissíveis podem ter levado à monogamia

AFP 20:02, 12 abr

O desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) pode ter influenciado o surgimento da monogamia nas nossas sociedades, de acordo com um estudo divulgado esta terça-feira, que sugere que o que consideramos ser uma escolha moral ou norma social pode ter sido definido pelo nosso ambiente.

"O nosso estudo mostra que as DSTs se desenvolvem de forma diferente, dependendo do tamanho dos grupos humanos e de estes serem monogâmicos ou poligâmicos", explicou à AFP Chris Bauch, da Universidade de Waterloo, no Canadá, co-autor da investigação. De acordo com o estudo publicado na revista "Nature Communications", a poligamia era a norma em pequenas sociedades de caçadores-coletores, mas esta realidade passou a alterar-se à medida que as sociedades cresciam, com o advento da agricultura e do sedentarismo. A monogamia passou a ser dominante.

Com base em dados demográficos de caçadores-coletores e dados epidemiológicos sobre DSTs, Chris Bauch e os colegas modelaram a evolução de diferentes normas familiares. Dois casos destacaram-se. Quando uma sociedade é grande (cerca de 300 pessoas), a prevalência de DSTs torna-se endémica na população e a taxa de fertilidade cai. Nessa situação, surge o padrão monogâmico. O estilo de vida polígamo passa a ser estigmatizado, e a sociedade chega a punir os membros que violem a nova regra.

No entanto, num pequeno grupo (máximo de 30 pessoas), as DSTs são caracterizadas por surtos de curta duração que não se tornam endémicos. A taxa de fecundidade continua a ser elevada e a poligamia é a norma social dominante. "Este estudo mostra como os eventos naturais, tais como a propagação de doenças contagiosas, podem influenciar fortemente o desenvolvimento de normas sociais e juízos de valor", explica o investigador.

Mas, segundo Bauch, erradicar as DSTs não nos faria passar a um estilo polígamo. "Há vários outros fatores que fazem a sociedade impor a monogamia. Acredito que é prematuro dizer que o casamento vai desaparecer ou que a poligamia vai regressar se a questão das DSTs for resolvida", reconheceu.

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Re: Alertas de saúde
« Responder #219 em: 2016-04-13 10:19:41 »
Descoberta. Como funciona um cérebro sob efeito de LSD
http://observador.pt/2016/04/12/descoberta-funciona-um-cerebro-sob-efeito-lsd/
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