Vocês no inicio falaram sobre produtividade sem se preocuparem em definir produtividade.
Parece que não há uma definição mas várias, o que é compreensivel.
Retrata a evolução do pensamento sobre o conceito.
Wikipédia:
ProdutividadeProdutividade total dos factores:
A produtividade total dos factores (PTF) é a quantidade de produto que se obtêm com uma unidade ponderada de todos os factores de produção. (1)
PTF = Y / (aK + bL)
sendo:
Y o produto;
K o fator capital;
L o fator trabalho;
a e b são os ponderadores dos respectivos fatores.
(1) ÁLVARO ALMEIDA, Economia Aplicada para Gestores, Cadernos IESF (ISBN 972-9051-69-0)
Um economista na televisão definiu produtividade assim:
A produtividade é um conceito financeiro:
É o preço a que se vende o produto ou serviço menos os custos necessários para o produzir (pessoal, matérias primas, energia, etc). Por esta definição, compreende-se a maior produtividade das cervejas belgas e dos automóveis alemães de marca "premium" (Mercedes, Audi, BMW, Porsche e VW). Reside na maior diferença entre o preço monetário da venda e o custo monetário necessário para os produzir. Pode-se comparar as diferentes produtividades (por geografia, por exemplo) também pelo quociente dos custos.
Agora um exemplo:
(A) Um trabalhador que trabalha 7 horas por dia e produz 1 camisa por dia (de qualidade considerada muito boa) que é vendida ao comércio a 250€ a unidade.
(B) Um trabalhador que trabalha 8 horas por dia e produz 10 camisas por dia (de qualidade considerada média) que são vendidas ao comércio a 20€ a unidade.
O trabalhador (ou empresa) do caso
(A) é mais produtivo(a) do que o trabalhador (ou empresa) do caso
(B),
mesmo que da linha de produção só apareça 1 camisa por comparação às 10 camisas da outra.
A produtividade está poís (também) relacionada com o valor acrescentado que se adiciona ao produto ou serviço.
Ora isto é importante no quadro da actual crise na Europa e também no Mundo.
Há duas correntes de pensamento em "conflito" no que toca à solução da(s) crise(s) actuais.
No caso da Europa:
(1)
- Visão exclusivamente austeritária.
(2)
- Visão austeritária.
- Alguma deslocalização de indústrias (muito) 'produtivas' dos países excedentários para os países déficitários.
- Medidas remuneratórias e fiscais nos paises excedentários.
A corrente de pensamento (2) defende que os níveis de austeridade nos paises deficitários podem ser mais baixos se forem acompanhados de deslocalização de indústrias dos paises excedentários para os deficitários (solidariedade industrial) e por medidas remuneratórias de aumento salariais (na ordem dos 10%) e fiscais de redução de impostos nos paises excedentários para efeitos de aumento do consumo interno e também para aumento do consumo externo, do que é produzido e exportado dos paises déficitários para os excedentários.
Estas medidas aumentavam a velocidade do equilibrio e também mais rapidamente acabavam com o sofrimento nos paises deficitários.
Por agora, as medidas politicas da corrente de pensamento (2) têm estado OFF.
Ora numa Europa que muitos gostariam de ver como um bloco único, coerente e solidário em vez de ser cada um por sí e que cuide bem da sua casa, admito que é frustante para os adeptos da corrente de pensamento (2) que nenhumas outras medidas (nivel politico e industrial) tenham sido tomadas no sentido de se corrigirem os desiquilibrios.
Uma consequência é o descontetamento civil generalizado dos paises com fortes medidas austeritárias e a necessidade de alguns Estados repensarem ou mesmo referendarem a saida da União Europeia.
Se alguns Estados deficitários sairem da União Europeia e passarem a transaccionar o comércio externo com a sua própria moeda, sendo a moeda o 'melhor' regulador da saúde de uma nação e das suas trocas externas, a moeda desvalorizará muito, dificultando as importações provenientes dos paises excedentários (exportações dos paises excedentários) e contribuindo de uma forma rápida para o equilibrio dos défices/excedentes.
No fundo... é deixar a moeda fazer o seu trabalho.
É também uma opção, a opção (3).