O que eu encontrei:
Observador 2015
"A auditoria conclui que o aumento das taxas foi claramente excessivo face ao objetivo da auto-sustentabilidade, pelo que se gerou um excedente de 138,9 milhões de euros face às necessidades de financiamento."
"Segundo o TC, um estudo sobre as necessidades de tesouraria da ADSE teria concluído que, para 2014, “apenas seria necessária uma taxa de desconto aproximada de 2,7% para cobrir integralmente aqueles custos. Uma taxa de 2,95% já garantiria um excedente de 10%, que constituiria uma reserva de segurança”."
"No total, a ADSE tem 851 mil beneficiários contribuintes, ou seja, que pagam, e 425 mil que não pagam, e que são sobretudo familiares dos primeiros."
Excedente de 138,9 M €
CM 2006 (link dado pelo Automek)
Teixeira dos Santos sustentou que o défice da ADSE (a diferença entre os gastos do sistema e as contribuições dos trabalhadores) foi de 450 milhões de euros em 2000, aumentando para 763 milhões de euros em 2005.
Temos então défice de 450 M € em 2000 e 763 M € em 2005. Dá a entender (não é certo) que a dívida foi escalando nesse período logo temos um défice igual ou maior que 450 M € durante seis anos. Mas os dados apenas dão segurança de dois valores, temos que confirmar os anos de 2001, 2002, 2003 e 2004.
CM 2011
No primeiro semestre deste ano, segundo os dados da execução orçamental de Outubro, os custos adicionais com os subsistemas públicos de Saúde ascenderam a 209 milhões de euros
Os subsistemas não serão só a ADSE. Dados apenas do primeiro semestre. Logo mais um período no vermelho.
"Os dados da ADSE deixam claro que o esforço financeiro do Estado com a saúde dos seus funcionários caiu desde 2006, quando ascendeu a 786 milhões de euros, para valores inferiores a 600 milhões de euros nos últimos dois anos."
Dá então a entender que os valores de 2010 e 2009 são deficitários em mais de 600 M € por ano. Em dois anos teremos pelo menos 1,2 G € de défice.
Quem tiver mais dados que os coloque no fórum por favor. Assim falamos sobre coisas concretas e não sobre "ses".
(A azul intervenções minhas)
esses dados são bonitos, mas falta mencionar que esses déficites incluem comparticipações de medicamentos, serviços hospitalares, serviços nos centro de saúde que eram pagos pela ADSE, embora quem tivesse fora do sistema o mesmo fosse atribuido ao SNS.
assim, para analisar esses dados melhor, teria de ver essas contas da ADSE sem essas despesas incluidas.
Basta ver que de acordo com o TC, 3,5 - 2,7% = 0,8% de descontos correspondem "sensivelmente" a 146 M €, logo considerando que "descontassem" zero, o prejuizo da ADSE seria, pelas regras actuais, perto de 500M€.
Ora, considerando que se falam ali em déficites de 600M€ quando os beneficiários pagavam 1,5% (e não 0%) é porque há ali qualquer coisa que está a influenciar os resultados.
EDIT:
Por exemplo:
"António Ferreira mostrou que, em 2011, aquele subsistema teve uma despesa oficial de 559,3 milhões de euros a que adicionou 270 milhões de despesa dos hospitais públicos para tratar doentes da ADSE e 32 milhões de despesa dos hospitais com a saúde dos seus funcionários e familiares, ou seja um total de 861,3 milhões. Como as contribuições das entidades empregadoras foi de apenas 221,5 milhões, o défice real da ADSE em 2011 foi de 639,8 milhões de euros."
ou seja, só em termos de gastos em hospitais (sem comparticipação de medicamentos) temos que as entidades empregadoras meteram 221,5 milhoes, mas a ADSE suportou (novamente só em gastos de hospitais) 300 milhoes - assim também eu tinha déficites reais...
Para as contas estarem bem feitas era retirar as comparticipações feitas pelas empregadoras e retirar também a parte de medicamentos, centros de saúde e hospitais públicos da ADSE. Aí sim, tinhamos um valor real do déficite da ADSE (nota: creio que o estado não metia lá o valor correspondente aos serviços prestados no SNS por beneficiários da ADSE).