Independentemente do PCP e BE terem dito primeiro que se disponibilizavam para ir para o governo, na solução governativa apresentada, eles estão de fora, e comprometeram-se com um acordo de incidência parlamentar com o PS. Se o BE e CDU disseram a verdade ou não, inicialmente, não me interessa discutir.
Faço, no entanto, uma correção ao que disse que me parece mais interessante. Em 87, a solução governativa que o Soares rejeitou foi a do PS e PRD irem para o governo, com um acordo de incidência parlamentar com o PCP. Quer dizer que, a solução atual e a anterior, que foi rejeitada por Soares, têm em comum o acordo de incidência parlamentar com o PCP, e que, se o Cavaco decidir rejeitar pode justificar-se com as mesmas palavras que o Soares usou.
Existe, no entanto, a diferença do Cavaco não poder marcar eleições e de o Costa ter recusado para já a proposta do Passos de uma revisão constitucional extraordinária para possibilitar eleições.
Eu acho que se o Cavaco decidisse não dar posse ao Costa, os partidos de esquerda, depois de fazerem muito barulho, aceitariam a proposta do Passos, mas não sei se o Cavaco vai arriscar nesse sentido. Neste momento, o consenso é de que o Cavaco dar posse ao Costa.