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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 392473 vezes)

Thunder

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #440 em: 2015-10-15 15:09:47 »
O PS nunca pode formar governo sozinho, tem que levar o BE no mínimo, o PCP talvez tenha menos "flexibilidade" para isso.

Mas num cenário PS sozinho com acordo parlamentar seria um governo tic-tac pronto a explodir quando BE e PCP quisessem, basta ver que até estando no governo há ás vezes demissões irrevogáveis :) O Costa pode ser muito nabo em tudo mas já leva demasiado tempo de politica para não saber isso.

Acho altamente improvável que o PCP viabilizasse um governo de PS+BE. Isto ou vai PS+BE+PCP ou não vai.

Só há que ter em atenção que o BE e o PCP tem uma luta fratricida. Logo o PS vai estar metido numa jeitosa ...
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Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #441 em: 2015-10-15 15:16:56 »
O PS nunca pode formar governo sozinho, tem que levar o BE no mínimo, o PCP talvez tenha menos "flexibilidade" para isso.

Mas num cenário PS sozinho com acordo parlamentar seria um governo tic-tac pronto a explodir quando BE e PCP quisessem, basta ver que até estando no governo há ás vezes demissões irrevogáveis :) O Costa pode ser muito nabo em tudo mas já leva demasiado tempo de politica para não saber isso.

Acho altamente improvável que o PCP viabilizasse um governo de PS+BE. Isto ou vai PS+BE+PCP ou não vai.

Só há que ter em atenção que o BE e o PCP tem uma luta fratricida. Logo o PS vai estar metido numa jeitosa ...

Durante a legislatura a luta fica metida no congelador. não será por aí.
Mais depressa o Costa se acagaça do que o BE e o PCP recuam.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #442 em: 2015-10-15 15:20:09 »
Isso é a tua opinião Lark.
Achas que o PCP vai ficar impávido e sereno a ver o BE "comer" o seu eleitorado?
Isto vai dar pano pra mangas.

PS: Para o Costa e a sua sobrevivência, está mais que visto que o ideal será levar isto até às últimas consequências, ou seja, coligação formal entre PS, BE e CDU. Os "atrelados" BE e CDU, é que parece-me que não vão alinhar nessa opção.
« Última modificação: 2015-10-15 15:27:04 por Thunder »
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Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #443 em: 2015-10-15 15:24:17 »
O PCP perdeu os jovens para o BE.

se nao os recupera a lei da mortalidade humana  vai extinguir o partido.

e uma questao sobrevivência

« Última modificação: 2015-10-15 15:28:48 por Reg »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #444 em: 2015-10-15 15:32:48 »
Isso é a tua opinião Lark.

claro que é a minha opinião. queres que ponha um disclaimer a dizer isso?
não leves a mal. é assim que escrevo. coloco as minha opiniões como se fossem factos incontestáveis. é um defeito tramado.

Achas que o PCP vai ficar impávido e sereno a ver o BE "comer" o seu eleitorado?

porque é que o eleitorado do PCP seria 'comido' pelo BE, se estivessem os dois partidos no governo?

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #445 em: 2015-10-15 15:36:12 »
eu nao acredito  pcp se junte ao costa no governo


vai queimar o governo PS/Be   devagarinho

quando o costa voltar com pec
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #446 em: 2015-10-15 15:40:51 »
A linguagem escrita é tramada, o meu tom a dizer que era a tua opinião não carregava o mínimo de criticismo ou agressividade, apenas estava a querer enquadrar.

O resultado das eleições, o protagonismo da Mortágua, a empatia que as pessoas tiveram com a Catarina Martins, mostram que o "embalo" está do lado do BE.
Que dinâmica se irá desenvolver com ambos os partidos a terem cargos ministeriais, não faço ideia; é algo que leva consigo tantas variáveis que sinceramente não tenho resposta para a tua pergunta. Mas que o PCP não irá ficar à sombra da bananeira, isso aposto que não irá.
 
« Última modificação: 2015-10-15 15:48:11 por Thunder »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #447 em: 2015-10-15 15:46:18 »
eu nao acredito  pcp se junte ao costa no governo


vai queimar o governo PS/Be   devagarinho

quando o costa voltar com pec

Tb acho que o PCP não se junta ao Costa no governo, mas mais por causa dos sindicatos.
O PCP ir para o governo seria uma grande surpresa para mim.


Mas parece que estão a dar como certo que o governo vai de ser esquerda e eu acho que vai ser de direita.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #448 em: 2015-10-15 15:51:29 »
A linguagem escrita é tramada, o meu tom a dizer que era a tua opinião não carregava o mínimo de criticismo ou agressividade, apenas estava a querer enquadrar.

O resultado das eleições, o protagonismo da Mortágua, a empatia que as pessoas tiveram com a Catarina Martins, mostram que o "embalo" está do lado do BE.
Que dinâmica se iria desenvolver com ambos a ter cargos ministeriais, não faço ideia; é algo que leva consigo tantas variáveis que sinceramente não tenho resposta para a tua pergunta. Mas que o PCP não iria ficar a sombra da bananeira, isso aposto que não ia.

a não ser que o BE tenha ministros espectaculares em pastas especiais, não vejo porque é que o eleitorado do PCP há-de ser comido.
pode até dar-se o contrário, o  PCP acabar por ter um ministro extremamente popular.
só por ai é que vejo possibilidade de se comerem um ao outro (ups, isto não me saiu lá muito bem).

a ida para o governo é mais ao menos uma colocação da disputa pelo eleitorado no congelador. não dá vantagem nem a um nem a outro.
a não ser que apareça o tal ou tais ministros estrela. mas isso tanto pode aparecer de um lado ou do outro.

na minha humilde opinião...

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #449 em: 2015-10-15 15:51:53 »
nem na grecia o PC se unio aos bloquistas


tem haver patido comunista com sindicatos  contra austuridade....

os sindicatos controlam mais menos as ruas

sem eles começam aos tiros
« Última modificação: 2015-10-15 15:55:22 por Reg »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #450 em: 2015-10-15 15:54:49 »
nem na grecia o PC se unio aos bloquistas


tem haver patido comunista com sindicatos  contra austuridade....

não é a mesma situação. lá os bloquistas tinham maioria, o pasok faliu e eles seriam o parceiro menor da coligação.
cá, estarão ao nível do bloco e debaixo do chapéu de chuva do PS.

não significa que vão para o governo por causa disso. estou apenas a dizer que são situações diferentes.

L
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #451 em: 2015-10-15 15:58:12 »
nem na grecia o PC se unio aos bloquistas


tem haver patido comunista com sindicatos  contra austuridade....

não é a mesma situação. lá os bloquistas tinham maioria, o pasok faliu e eles seriam o parceiro menor da coligação.
cá, estarão ao nível do bloco e debaixo do chapéu de chuva do PS.

não significa que vão para o governo por causa disso. estou apenas a dizer que são situações diferentes.

L


estou falar governo com esquerda aplicar austuridade 

o tsipras so viaja de helicóptero...

quem controla ruas sao sindicatos

em portugal sindicatos sao do PCP
« Última modificação: 2015-10-15 16:04:05 por Reg »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #452 em: 2015-10-15 15:59:23 »
A linguagem escrita é tramada, o meu tom a dizer que era a tua opinião não carregava o mínimo de criticismo ou agressividade, apenas estava a querer enquadrar.

O resultado das eleições, o protagonismo da Mortágua, a empatia que as pessoas tiveram com a Catarina Martins, mostram que o "embalo" está do lado do BE.
Que dinâmica se iria desenvolver com ambos a ter cargos ministeriais, não faço ideia; é algo que leva consigo tantas variáveis que sinceramente não tenho resposta para a tua pergunta. Mas que o PCP não iria ficar a sombra da bananeira, isso aposto que não ia.

a não ser que o BE tenha ministros espectaculares em pastas especiais, não vejo porque é que o eleitorado do PCP há-de ser comido.
pode até dar-se o contrário, o  PCP acabar por ter um ministro extremamente popular.
só por ai é que vejo possibilidade de se comerem um ao outro (ups, isto não me saiu lá muito bem).

a ida para o governo é mais ao menos uma colocação da disputa pelo eleitorado no congelador. não dá vantagem nem a um nem a outro.
a não ser que apareça o tal ou tais ministros estrela. mas isso tanto pode aparecer de um lado ou do outro.

na minha humilde opinião...

L

Mas há sempre a questão de elementos do partido virem para a com. social mandar farpas, ficares com uma pasta mais "cabeluda". Mais outro tipo de intrigas que não consigo antecipar.
Acho é que não ficam tipo meninos de coro a olhar um para o outro.
Mas aceito que o que digo é muito especulativo.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #453 em: 2015-10-15 16:02:14 »
Citar
A que Governo deve o Presidente da República dar posse ?

 Passos Coelho num Governo minoritário de direita  42%

 António Costa num Governo maioritário de esquerda  34%

 Passos Coelho num Governo de aliança com o PS  24%

IOL.pt

Os resultados do(s) presente(s) inquérito(s) representam apenas a opinião das pessoas que exprimiram a sua preferência, não permitindo a generalização de resultados

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #454 em: 2015-10-15 18:10:26 »
O PS nunca pode formar governo sozinho, tem que levar o BE no mínimo, o PCP talvez tenha menos "flexibilidade" para isso.

Mas num cenário PS sozinho com acordo parlamentar seria um governo tic-tac pronto a explodir quando BE e PCP quisessem, basta ver que até estando no governo há ás vezes demissões irrevogáveis :) O Costa pode ser muito nabo em tudo mas já leva demasiado tempo de politica para não saber isso.

Acho altamente improvável que o PCP viabilizasse um governo de PS+BE. Isto ou vai PS+BE+PCP ou não vai.

Bem, eu penso que depende...

Neste momento PS+BE têm 86+19 = 105  deputados. A PaF tem 107, mais 2 portanto.

Ou seja, o PCP é sempre preciso para viabilizar o governo do PS (seja de que forma for). Só o BE (ou o PCP) com o PS, não chega.

Mas, dito isto, não é linear que o PCP não viesse a viabilizar uma solução de coligação PS+BE por acordo.

Até diria mais, penso que seria o melhor que o PCP poderia ter.

Isso significaria que o PS e o BE ficariam numa posição de dependência do PCP com o PCP a poder inverter posições ou a distanciar-se em algumas matérias e atacar o governo quando quisesse e bem entendesse.

É claro que o BE é que nunca iria aceitar ficar em tal situação.

Também acho que o PS apenas aceitará um Acordo com o BE e com o PCP com tudo muito detalhado, por escrito, assinado em notário, publicado na comunicação social, etc. etc. para poder ter alguma segurança que aquilo que se está a acordar entre todos será minimamente cumprido....mesmo assim poderá (irá?) sempre haver um assunto no futuro que poderá fazer "rasgar" o acordo por uma razão de "superior interesse nacional"....

É por essa razão que depois do PS votar contra a PaF formar governo, tenho muitas dúvidas que o Presidente da República entre esta solução e uma solução com um governo de gestão, opte pela primeira.

Acho que nenhuma destas soluções é boa, mas para a primeira acontecer, têm mesmo que ser muito bons acordos....

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #455 em: 2015-10-15 18:22:44 »
tenho muitas dúvidas que o Presidente da República entre esta solução e uma solução com um governo de gestão, opte pela primeira.

como é que se pode pensar num governo de gestão por seis meses na situação em que estamos economicamente?
os europeus deitavam as mãos à cabeça e diziam que nós éramos loucos.
o processo já é suficientemente lento tal como está. vamos atrasá-lo ainda mais? para depois marcar novas eleições?
se o PS+BE+PCP chegarem a acordo, esse acordo será o programa de governo que é público por natureza.
e que será debatido detalhadamente na assembleia. O PR saberá muito bem o conteúdo dele.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #456 em: 2015-10-15 18:25:33 »
Estamos a assistir a jogo político puro e duro; ou pouco mais do que isso.
Parece-me que tanto o PCP quanto o BE percebem claramente que só terão a perder entrando em coligação real com o PS (com cargos ministeriais, etc).
E terão a ganhar em apenas dar apoio, sem coligação formal, e mais tarde espetarem a faca no PS.
O PCP teve que ser o primeiro a levantar a lebre, pois os resultados eleitorais não foram grande coisa em relação ao BE. Logo um bocado de poeria no ar para afastar a conversa desse tema foi uma jogada de mestre.
O BE teve um excelente resultado eleitoral, vai entrar num governo para queimar a sua imagem? Alienar os seus eleitores?
O PS está metido nisto, porque Costa e aliados, estão a tentar salvar a sua pele política.


É tal e qual isto!

O PCP foi "obrigado" a mexer-se devido ao BE ter tido melhores resultados que eles nas eleições. O PCP viu muitos votos irem parar ao BE e precisavam de reagir.

Surpreenderam o BE de tal forma que obrigaram estes a adiar a conversa que tinham marcado com o PS para a semana seguinte para "melhor se preparem internamente".

Por isso o BE de certa forma também foi "obrigado" a seguir em frente devido ao PCP ter-se mexido.

Foi um efeito "bola de neve"...

É irónico que o BE, por exemplo, teve até recentemente vários problemas internos (inclusive um que terminou com a saída do Rui Tavares e da Ana Drago em conflito do BE) porque o BE nunca quis assumir uma posição para vir a ser opção de governação. Grande parte do BE continua hoje também a não querer, vide o Luis Fazenda há poucos dias (http://observador.pt/2015/10/08/luis-fazenda-nao-quer-be-no-governo-so-aceita-governo-ps/).

:D
« Última modificação: 2015-10-15 18:26:22 por McKricas »

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #457 em: 2015-10-15 19:18:13 »
tenho muitas dúvidas que o Presidente da República entre esta solução e uma solução com um governo de gestão, opte pela primeira.


como é que se pode pensar num governo de gestão por seis meses na situação em que estamos economicamente?
os europeus deitavam as mãos à cabeça e diziam que nós éramos loucos.
o processo já é suficientemente lento tal como está. vamos atrasá-lo ainda mais? para depois marcar novas eleições?
se o PS+BE+PCP chegarem a acordo, esse acordo será o programa de governo que é público por natureza.
e que será debatido detalhadamente na assembleia. O PR saberá muito bem o conteúdo dele.

L


Lark,

Eu não sei obviamente o que se vai passar, apenas partilho o que sei e a minha opinião com base nisso.
Mas tentando responder-te da melhor maneira, penso que um governo de gestão não é uma boa opção. Mas é possível que talvez seja a menos má entre as alternativas.

Repara que há vários constitucionalistas que defendem que um Governo de Gestão pode até apresentar, discutir e aprovar um OE.

O próprio Tribunal Constitucional refere:

Citar
(...) Em 2002, o então Presidente, Jorge Sampaio, teve dúvidas sobre se devia ou não promulgar um decreto-lei do Governo de António Guterres sobre o regime jurídico dos hospitais e centros de saúde. Na resposta, os juízes do Palácio Ratton consideraram, no acórdão 65/02, que o “critério decisivo” é o da “estrita necessidade da sua prática” e que o legislador constitucional não quis restringir o âmbito dos atos que um Governo de gestão apenas aos “chamados atos de gestão corrente” –  “o interesse público pode reclamar a prática inadiável, por exemplo, de atos legislativos”.


in http://observador.pt/2015/07/23/governo-esta-em-gestao-ou-pode-aprovar-o-que-quiser/

No mesmo artigo é referido ainda que o próprio Cavaco Silve explicou as competência de um Governo de Gestão:
Citar
Quando Cavaco Silva aceitou a demissão do primeiro-ministro José Sócrates, em 2011, explicou na comunicação ao país o que eram as competências de um Governo de gestão, esclarecendo que este não estava “impedido de praticar os atos necessários à condução dos destinos do país, tanto no plano interno, como no plano externo”.


Ou seja, na verdade um Governo de Gestão tem mais amplitude do que se pode imaginar para governar.

E a questão até poderá ser ainda mais interessante....

Segundo a Constituição, artigo 186, um governo de gestão ocorre apenas “antes da apreciação do seu programa pela Assembleia da República, ou após a sua demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”.

Na prática isto significa que um Governo de Gestão só ocorre quando o Presidente da República dissolve o Parlamento ou quando aceita a demissão do primeiro-ministro.

Até ao momento, nenhum dos casos ocorreu....e a Constituição não impõe nenhum limite ou prazo pós-eleitoral para um novo Governo tomar posse.

E sem prazos obrigatórios, na teoria, o Presidente da República pode nem empossar ninguém se não estiver satisfeito com as soluções que lhe forem apresentadas.

Seria interessante a situação de o Presidente da República resolver Não dissolver o Parlamento...deixando o actual governo como está, até o próximo Presidente poder decidir mais capazmente....

Não me tinha lembrado ainda desta ;)

Já agora uma nota: foi um Governo de gestão que negociou o memorando de entendimento com a troika em 2011. Pois foi o Governo de José Sócrates que naquela altura já tinha caído (depois do chumbo do PEC IV) e já tinham sido convocadas eleições antecipadas.
« Última modificação: 2015-10-15 19:22:29 por McKricas »

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #458 em: 2015-10-15 19:23:50 »
tenho muitas dúvidas que o Presidente da República entre esta solução e uma solução com um governo de gestão, opte pela primeira.


como é que se pode pensar num governo de gestão por seis meses na situação em que estamos economicamente?
os europeus deitavam as mãos à cabeça e diziam que nós éramos loucos.
o processo já é suficientemente lento tal como está. vamos atrasá-lo ainda mais? para depois marcar novas eleições?
se o PS+BE+PCP chegarem a acordo, esse acordo será o programa de governo que é público por natureza.
e que será debatido detalhadamente na assembleia. O PR saberá muito bem o conteúdo dele.

L


Lark,

Eu não sei obviamente o que se vai passar, apenas partilho o que sei e a minha opinião com base nisso, sendo que, posso também dizer, tenho familiares perto de alguns centros de decisão e isso por vezes, ajuda ;)

Mas tentando responder-te da melhor maneira, penso que um governo de gestão não é uma boa opção. Mas é possível que talvez seja a menos má entre as alternativas.

Repara que há vários constitucionalistas que defendem que um Governo de Gestão pode até apresentar, discutir e aprovar um OE.

O próprio Tribunal Constitucional refere:

Citar
(...) Em 2002, o então Presidente, Jorge Sampaio, teve dúvidas sobre se devia ou não promulgar um decreto-lei do Governo de António Guterres sobre o regime jurídico dos hospitais e centros de saúde. Na resposta, os juízes do Palácio Ratton consideraram, no acórdão 65/02, que o “critério decisivo” é o da “estrita necessidade da sua prática” e que o legislador constitucional não quis restringir o âmbito dos atos que um Governo de gestão apenas aos “chamados atos de gestão corrente” –  “o interesse público pode reclamar a prática inadiável, por exemplo, de atos legislativos”.


in http://observador.pt/2015/07/23/governo-esta-em-gestao-ou-pode-aprovar-o-que-quiser/

No mesmo artigo é referido ainda que o próprio Cavaco Silve explicou as competência de um Governo de Gestão:
Citar
Quando Cavaco Silva aceitou a demissão do primeiro-ministro José Sócrates, em 2011, explicou na comunicação ao país o que eram as competências de um Governo de gestão, esclarecendo que este não estava “impedido de praticar os atos necessários à condução dos destinos do país, tanto no plano interno, como no plano externo”.


Ou seja, na verdade um Governo de Gestão tem mais amplitude do que se pode imaginar para governar.

E a questão até poderá ser ainda mais interessante....

Segundo a Constituição, artigo 186, um governo de gestão ocorre apenas “antes da apreciação do seu programa pela Assembleia da República, ou após a sua demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”.

Na prática isto significa que um Governo de Gestão só ocorre quando o Presidente da República dissolve o Parlamento ou quando aceita a demissão do primeiro-ministro.

Até ao momento, nenhum dos casos ocorreu....e a Constituição não impõe nenhum limite ou prazo pós-eleitoral para um novo Governo tomar posse.

E sem prazos obrigatórios, na teoria, o Presidente da República pode nem empossar ninguém se não estiver satisfeito com as soluções que lhe forem apresentadas.

Seria interessante a situação de o Presidente da República resolver Não dissolver o Parlamento...deixando o actual governo como está, até o próximo Presidente poder decidir mais capazmente....

Não me tinha lembrado ainda desta ;)

Já agora uma nota: foi um Governo de gestão que negociou o memorando de entendimento com a troika em 2011. Pois foi o Governo de José Sócrates que naquela altura já tinha caído (depois do chumbo do PEC IV) e já tinham sido convocadas eleições antecipadas.


ok, admito que um governo de gestão seja um cenário plausível.
também é um cenário de pesadelo.
e vai pôr muita gente na rua a pedir a cabeça do cavaco.
até pode dar uma coisinha má ao homenzinho, sensível como é.

L
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #459 em: 2015-10-15 19:43:24 »
podes ver  isto como  plano estrategico

esperar pelos espanhoes do psoe/podemos

depois criar grande UNIAO ESQUERDISTA IBERICA! :D
« Última modificação: 2015-10-15 19:43:50 por Reg »
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