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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 397653 vezes)

Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #460 em: 2015-10-15 19:54:36 »
podes ver  isto como  plano estrategico

esperar pelos espanhoes do psoe/podemos

depois criar grande UNIAO ESQUERDISTA IBERICA! :D

nunca curti o termo 'ibérico'.
somos o país com fronteiras definidas mais antigo da península.
não há cá ibérico...
a espanha se não se põe a pau até acaba por perder a catalunha e o país basco. e calhando a galiza. vê lá onde vai ficar a ibéria.

L

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D. Antunes

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #461 em: 2015-10-15 20:29:59 »

Até me parece que o Passos recusaria esse encargo, mesmo que o Cavaco o convidasse. Tenho-o como um gajo racional e que coloca o interesse do país à frente dos interesses do partido.

L

Grande elogio ao Passos.

E quanto ao Costa, também estás convencido que a primeira preocupação dele são os interesses do país?

sim, pretty much.
embora amigo do sócrates é muito diferente dele. é honesto e é um excelente político.
acho que foi banana na campanha eleitoral, a qual foi uma desgraça. parecia que estava à espera que o poder lhe caísse no colo.

Por outro lado poder ter sido uma jogada genial.
Não ter propositadamente ganho as eleições para fazer o que acho que ele sempre quis fazer: chamar o resto da esquerda a governar e acabar com a tanga do arco governativo, de uma vez por todas.

E ao chamar o resto da esquerda a governar, garante a sobrevivência do PS português vs o PS francês, o PSOE ou o Pasok, que se estão a finar.
Por definição o líder da coligação recebe os louros (se os houver para receber).
Se a coisa correr bem ao Costa, a maioria absoluta do PS sozinho nas próximas eleições (daqui a quatro anos) é uma possibilidade real.
Se tiver a sorte de haver uma recuperação da economia ocidental e mais especificamente europeia, mais real é ainda.

Ganhando uma maioria absoluta, reduz o PCP e o BE à suas dimensões naturais ou mesmo abaixo disso. Os dois juntos podem vir a representar não mais que 10% do eleitorado.

Mas isto seria estar a dar-lhe o crédito de uma inteligência política superior. Embora seja um excelente político não sei se esta elocubrações machiavelianas passarão pela cabeça dele.

De qualquer forma reagiu ao desastre eleitoral de uma forma combativa e imaginativa. Vamos a ver no que vai dar.

Regressando ao ponto, penso que o Costa não é menos dedicado ao bem do país que o Passos. Diria que é, é mais político. O que pode fazer parecer que se preocupa mais com o poder do que com o País. Mas como qualquer bom político que se preze dirá, não se pode fazer nada pelo país, se não se tem o poder.

E sim, fiz um elogio ao Passos e penso que merecido. Tenho consideração por ele.

Nunca faria o mesmo elogio ao Portas que considero um fuinha, um oportunista, um aldrabão e eventualmente, mesmo um criminoso.
Diria até, que leva a palma ao Sócrates.

Ou ao Cavaco que considero um burgesso um incapaz e um aldrabãozeco (não comparável ao Portas que está num escalão muito superior) que beneficiou com a fraude do BPN (e sabe-se lá que mais) e ofereceu uma desculpa esfarrapada ao público português.

Público português que o recompensou com a favorabilidade mais baixa da história de qualquer presidente da república portuguesa.

L

Também tenho muito mais estima pessoal pelo Passos do que pelo Portas.
Mas tenho sérias dúvidas do Costa. Considero que o PS deveria ter pedido desculpa do descalabro socrático, mas está minado por interesses e infiltrado pela maçonaria.
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“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
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“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

kitano

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #462 em: 2015-10-15 21:49:20 »
Mortágua na sic notícias confirmou agora que o acordo com o PS seria de incidência parlamentar
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Zel

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #463 em: 2015-10-15 22:05:15 »
vi a entrevista que o costa deu em bruxelas, o homem parecia arrasado e rebentado
o que se passa costa? nao estas a curtir a festa?

Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #464 em: 2015-10-15 22:20:12 »

Até me parece que o Passos recusaria esse encargo, mesmo que o Cavaco o convidasse. Tenho-o como um gajo racional e que coloca o interesse do país à frente dos interesses do partido.

L

Grande elogio ao Passos.

E quanto ao Costa, também estás convencido que a primeira preocupação dele são os interesses do país?

sim, pretty much.
embora amigo do sócrates é muito diferente dele. é honesto e é um excelente político.
acho que foi banana na campanha eleitoral, a qual foi uma desgraça. parecia que estava à espera que o poder lhe caísse no colo.

Por outro lado poder ter sido uma jogada genial.
Não ter propositadamente ganho as eleições para fazer o que acho que ele sempre quis fazer: chamar o resto da esquerda a governar e acabar com a tanga do arco governativo, de uma vez por todas.

E ao chamar o resto da esquerda a governar, garante a sobrevivência do PS português vs o PS francês, o PSOE ou o Pasok, que se estão a finar.
Por definição o líder da coligação recebe os louros (se os houver para receber).
Se a coisa correr bem ao Costa, a maioria absoluta do PS sozinho nas próximas eleições (daqui a quatro anos) é uma possibilidade real.
Se tiver a sorte de haver uma recuperação da economia ocidental e mais especificamente europeia, mais real é ainda.

Ganhando uma maioria absoluta, reduz o PCP e o BE à suas dimensões naturais ou mesmo abaixo disso. Os dois juntos podem vir a representar não mais que 10% do eleitorado.

Mas isto seria estar a dar-lhe o crédito de uma inteligência política superior. Embora seja um excelente político não sei se esta elocubrações machiavelianas passarão pela cabeça dele.

De qualquer forma reagiu ao desastre eleitoral de uma forma combativa e imaginativa. Vamos a ver no que vai dar.

Regressando ao ponto, penso que o Costa não é menos dedicado ao bem do país que o Passos. Diria que é, é mais político. O que pode fazer parecer que se preocupa mais com o poder do que com o País. Mas como qualquer bom político que se preze dirá, não se pode fazer nada pelo país, se não se tem o poder.

E sim, fiz um elogio ao Passos e penso que merecido. Tenho consideração por ele.

Nunca faria o mesmo elogio ao Portas que considero um fuinha, um oportunista, um aldrabão e eventualmente, mesmo um criminoso.
Diria até, que leva a palma ao Sócrates.

Ou ao Cavaco que considero um burgesso um incapaz e um aldrabãozeco (não comparável ao Portas que está num escalão muito superior) que beneficiou com a fraude do BPN (e sabe-se lá que mais) e ofereceu uma desculpa esfarrapada ao público português.

Público português que o recompensou com a favorabilidade mais baixa da história de qualquer presidente da república portuguesa.

L

Também tenho muito mais estima pessoal pelo Passos do que pelo Portas.
Mas tenho sérias dúvidas do Costa. Considero que o PS deveria ter pedido desculpa do descalabro socrático, mas está minado por interesses e infiltrado pela maçonaria.

O que é que querias? Que o Costa fosse à televisão de camisa e de corda ao pescoço, pedir desculpa?
Eu conheço tanto o Costa como conheço o Passos. Que é nada!
Só posso falar das minhas percepções que não valem um tusto no que toca à avaliação da honestidade das pessoa. Houve tempos em que pensei que o Dias Loureiro era uma pessoa honesta, vê lá. Até fiquei com uma lágrima ao canto do olho quando o Duarte Lima contou a história de como venceu o cancro. Não muito tempo depois diz-se, (a polícia brasileira quer interrogá-lo) foi ao brasil dar um tiro numa mulher para ganhar 5 milhões de euros. portanto não diria a ninguém para seguir os meus julgamentos de pessoas.

O passos parece-me boa pessoa.
O costa parece-me mais político, com mais jogo de cintura, mas não o tenho como desonesto.
Vale o que vale. Que é poucochinho.

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Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #465 em: 2015-10-15 22:27:00 »
Mortágua na sic notícias confirmou agora que o acordo com o PS seria de incidência parlamentar


Tb vi. Ela disse mais coisas interessantes.

Deu a entender que as condições para o BE apoiar o governo do PS são as que a líder do partido falou no debate com o Costa.

Ou seja, são estas:
Citar
Bloco disponível para diálogo de governo

A porta-voz do Bloco de Esquerda manifestou-se disponível para um diálogo de Governo, mas António Costa não respondeu.

No seu minuto final, Catarina Martins elencou as condições para um diálogo de Governo entre socialistas e bloquistas. "Se o PS estiver disponível para abandonar esta ideia de cortar 1660 milhões de euros nas pensões, abandonar o corte da TSU (Taxa Social Única) e o regime conciliatório de despedimentos, no dia 5 de outubro cá estarei para que possamos conversar sobre um Governo que possa salvar o país, que possa pensar como reestruturar a sua dívida para termos futuro e emprego".

http://www.rtp.pt/noticias/entrevistas-e-debates/antonio-costa-e-catarina-martins-o-frente-a-frente-na-integra_v858386


E levantou algumas duvidas quanto à possibilidade do presidente manter o governo em gestão no caso da moção de rejeição ser aprovada no parlamento. Não disse abertamente que não o podia fazer, mas questionou. Eu tb tenho duvidas nisto.
Se a moção rejeição for aprovada o governo caí, e ao cair tenho duvidas que possa ficar em gestão.
Em 1978 aconteceu uma situação similar e o que aconteceu depois foi que houve um governo de iniciativa presidencial com outro primeiro ministro escolhido pelo presidente, mas desde 1982 que já não pode haver um governo de iniciativa presidencial...
« Última modificação: 2015-10-16 01:02:20 por João-D »

Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #466 em: 2015-10-15 22:41:23 »
o partido  dos jovens defende os reformados...os ja tem emprego
"Se o PS estiver disponível para abandonar esta ideia de cortar 1660 milhões de euros nas pensões, abandonar o corte da TSU (Taxa Social Única) e o regime conciliatório de despedimentos,



e coisa eu nao entendo


so se for mesmo pelas miudas que la tem  8)

pelo menos extrema direita americana  tem propaganda de criar jobs!
 tipo isto  "new job and business opportunities for Latinos in this country"

« Última modificação: 2015-10-15 22:45:35 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #467 em: 2015-10-15 22:47:57 »
Sobre as condições do PCP para apoiar o governo do PS:

Citar
As respostas do PS para as exigências do PCP

Exigências feitas por Jerónimo de Sousa depois de encontro com PS têm vários pontos de encontro com propostas socialistas.


No seu discurso após a reunião de quarta-feira com o PS, Jerónimo de Sousa enunciou dez condições para um entendimento político entre os dois partidos. Deixou de fora grande parte do património ideológico do PCP que contraria as opções socialistas pela União Europeia, pela Zona Euro e pela NATO.

“Perante o quadro de correlação de forças e o pronunciamento do povo, não é apenas de uma questão de composição do Governo que se trata, mas sim de uma solução de resposta aos anseios e às necessidades dos trabalhadores, do povo e do país”, afirmou o líder comunista, passando depois a enunciar as concretizações políticas que entende necessárias.

A Renascença olhou para essas condições e lembra o que diz o PS sobre cada uma delas.

1 - A valorização dos salários, designadamente o aumento do salário mínimo para 600 euros no início de 2016 e do valor real das pensões de reforma

Problema. No programa do PS define-se como essencial o congelamento das pensões durante a legislatura. São 1.600 milhões de euros que, se forem descongelados, é preciso ir buscar a outro lado. Quanto ao salário mínimo, Costa nunca se comprometeu com números e remeteu sempre para negociações com parceiros, o que levou Jerónimo de Sousa a acusá-lo de deixar o assunto nas mãos dos patrões

2 - O combate aos empregos precários, designadamente com alterações à legislação laboral e a aprovação de um Plano Nacional de Combate à Precariedade

Sem problema. O PS também promete grande combate à precaridade.

3 - A reposição dos direitos na legislação do trabalho, nomeadamente valorizando a contratação colectiva

Problema. Esta será a mais difícil de resolver. O PS quer flexibilizar e esta reposição tornará mais rígidos os contratos.

4 – A reposição dos salários, pensões, feriados e outros direitos cortados, nomeadamente dos complementos de reforma

Problema e não problema. Quanto aos feriados não há obstáculos ao entendimento entre comunistas e socialistas. O mesmo não acontece nos complementos de reforma (ver ponto 1). A reposição de salário também é defendida pelo PS, ainda que faseada, mas o PCP não diz que tem de ser imediata

6 - Uma política fiscal justa que tribute fortemente os grupos económicos e financeiros e alivie os impostos sobre os trabalhadores, os reformados e pensionistas, os micro, pequenos e médios empresários e o povo

Sem problemas. Pode ser um ponto de consenso. O PS de Costa revoga o apoio do PS de Seguro à reforma do IRC e recusa a diminuição das taxas. No IRS, o PS quer voltar a aumentar o número de escalões para tornar o imposto mais progressivo. E a descida do IVA da restauração dá resposta às preocupações do PCP com pequenos e médios empresários

7 – O reforço e diversificação do financiamento da Segurança Social e a garantia dos apoios sociais, designadamente do abono de família, subsídio de desemprego e subsídio social de desemprego

Não problema. É outro ponto de consenso: o PS defende o mesmo. Jerónimo de Sousa não se pronunciou neste discurso sobre o ponto mais polémico do PS para a Segurança Social: a descida temporária das contribuições, que tem sido rejeitada por todos, tanto à esquerda como à direita.

8 – A contratação de médicos, enfermeiros de família e outros profissionais para o SNS, a reposição do transporte de doentes não urgentes e a eliminação das taxas moderadoras

Sem problema. O PS também promete mais meios para o Serviço Nacional de Saúde.

9 - A reversão dos processos de concessão, subconcessão e privatização, designadamente das empresas de transportes;

Sem problema. O PS defende o mesmo

10 - A revogação da recente alteração à Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez

Sem problema. Toda a esquerda defende o mesmo e a revogação desta lei que introduziu o pagamento de taxas moderadoras nos abortos feitos a pedido da mulher deve ser dos primeiros diplomas a ser aprovado no novo Parlamento.

http://rr.sapo.pt/noticia/36404/as_respostas_do_ps_para_as_exigencias_do_pcp

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #468 em: 2015-10-15 22:48:22 »
Isto é cómico. Jerónimo a negociar com PS e o Edgar Silva, candidato presidencial do PCP, a bater forte e feio na subjugação do país à entidades externas, à intromissão da Europa na soberania nacional, etc.

Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #469 em: 2015-10-15 22:49:07 »
o do pcp e nao passa
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #470 em: 2015-10-15 22:51:57 »
Com esta brincadeira se o Costa não se entender com o BE+PCP, o PPC entala-o.

O Cavaco indigita o PPC, o PPC submete o programa de governo sem mudar uma virgula e obriga o PS a abster-se, voltando atrás na palavra, perdendo a face e sendo atacado pelo BE e PCP, ou então chumba o programa e força a queda do governo. Em qualquer dos casos fica sempre mal.


Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #471 em: 2015-10-15 22:57:52 »
o do pcp e nao passa

Se não houver acordo entre PCP e PS não há PS no governo, pq PSD+CDS têm mais deputados do que PS+BE.

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #472 em: 2015-10-15 23:07:40 »
vi a entrevista que o costa deu em bruxelas, o homem parecia arrasado e rebentado
o que se passa costa? nao estas a curtir a festa?

Acho que o Costa está a fazer as coisas certas para que possa ir para o governo. Dá entrevistas aos estrangeiros, vai a Bruxelas... está empenhadissimo e a esforçar-se imenso... esse empenho tão forte faz-me ter duvidas quanto à possibilidade do PS não votar favoravelmente à moção de rejeição do BE e/ou CDU no parlamento, no caso de isso vir a acontecer.
Eu achava que na hora da verdade o PS se acobardava, mas agora tenho dúvidas.
« Última modificação: 2015-10-15 23:10:24 por João-D »

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #473 em: 2015-10-15 23:23:19 »
Citar
Costa confia na nomeação de Cavaco. E vê trunfo no calendário
HÁ 38 MINUTOS
António Costa mostrou-se confiante de que Cavaco o nomeará, numa conversa com eurodeputados. Negociação com o BE já vai na distribuição de medidas pela legislatura. PCP quer desfazer medidas laborais.


Na discreta conversa em Bruxelas, o secretário-geral do PS insistiu por mais do que uma vez que PCP e Bloco não vão colocar em causa os compromissos europeus. E apontou um risco para o país, que virá se Cavaco quiser dar posse ao Governo PSD/CDS, mesmo havendo um acordo maioritário à esquerda. Eis, portanto, o trunfo: Há medidas extraordinárias em vigor que vão cair, a 31 de dezembro, se não for aprovado rapidamente um orçamento para 2016. E só a esquerda, dirá Costa, estará em condições de aprovar rapidamente esse orçamento – garantindo o cumprimento das metas orçamentais.

Dito de outra forma: o PS deitará sempre abaixo o governo de direita (se tiver maioria à esquerda), ficando o Governo de Passos em gestão e sem poder para aprovar leis. Se o Presidente não desse posse ao PS, o país iria viver em duodécimos até haver novo Governo e novo orçamento. Situação que, com a queda das medidas extra, deixaria logo em risco o défice do próximo ano.

A chave na mão do Presidente

A preocupação de alguns eurodeputados, ao que apurou o Observador, é a mesma que outros dirigentes nacionais do PS já manifestaram no Largo do Rato. É que para o argumento valer, Costa tem que garantir desde já que PCP e BE aprovam o 1º orçamento da legislatura. E que aprovam, com ele, a permanência de parte dessas medidas extraordinárias. A missão não parece fácil: entre elas está a sobretaxa de IRS e o corte de salários da função pública – que a esquerda propunha devolver na íntegra no primeiro momento. Aceitarão?

Em Bruxelas, António Costa mostrou também confiança nisso – até confiança num acordo mais global. Mas é aqui, sobretudo no plano político, que o PS entra em território ainda incógnito face ao papel que o Presidente da República ainda terá no processo. Na reunião, Costa admitiu que não vai ser fácil fechar a negociação. E, nos bastidores, há socialistas que admitem ter dúvidas que podem fugir ao controlo do partido. “O Presidente tem a chave na mão”, admite fonte do secretariado nacional, contactada pelo Observador. “Pode exigir, por exemplo, que PCP e BE integrem o Governo”. E esse é um ponto onde as negociações ainda não chegaram – e é um passo que ninguém sabe se os dois partidos estão dispostos a dar.

PS admite deixar cair mais uma medida, para dar espaço ao BE

Para já, é nas contas que as reuniões técnicas à esquerda se têm desenrolado. Mário Centeno, o homem que fez o cenário macroeconómico do PS, anda à volta dos números para acomodar exigências de ambos os partidos. Segundo fontes contactadas pelo Observador, o encontro de terça-feira com os bloquistas foi visto como “animador” para os lados do Rato. Fala-se já de um trabalho de distribuição das propostas do BE pelos primeiros três anos da legislatura (nomeadamente o descongelamento das pensões), com uma folga extra que virá de uma medida que o PS deixou cair: o crédito fiscal aos mais pobres, bastante criticado por Catarina Martins durante a campanha – e que implicaria forte despesa pública a partir de 2017.

Antes, no início do processo, os socialistas já tinham deixado cair mais duas propostas do seu programa – que lhe eram, aliás, centrais: a redução da TSU e o novo mecanismo para negociar despedimentos nas empresas.

A próxima reunião com os bloquistas, onde o PS dirá o que cabe ou não no seu cenário macroeconómico, ficou entretanto adiada para esta sexta-feira, já depois do PS fazer as suas próprias contas – e de Costa dar o aval sobre os limites em que o partido admite ceder.

PCP concentra-se em desbloquear contratos coletivos

Do lado do PCP, as informações mais fiáveis vêm ainda da primeira reunião, onde os socialistas assumem ter ficado “de boca aberta” com a abertura dos comunistas. “As exigências do PCP foram mais centradas em matéria laboral do que em questões orçamentais”, diz a mesma fonte da direção do PS. Sobretudo na revogação de boa parte das medidas aprovadas pela direita (com a troika), para desbloquear os contratos coletivos – dando uma ajuda importante à CGTP, que viu o número de trabalhadores abrangidos por contratos coletivos descer de cerca de 2 milhões para pouco mais de 200 mil, em apenas quatro anos”. A juntar a isto, Jerónimo de Sousa quis também a anulação dos contratos de concessão da Metro de Lisboa e do Porto, da Carris e STCP – empresas públicas onde o partido comunista tem forte representação laboral.

Mesmo assim, há alguns sinais de que nem tudo são rosas, neste processo de diálogo à esquerda. As declarações de Jorge Cordeiro e de Ilda Figueiredo, dizendo que o PCP aprovará o Governo PS, negociando depois as medidas uma a uma, na AR, deixaram apreensivos alguns socialistas. “Chegar a um acordo com os dois já é difícil, juntar-lhe a exigência de cumprir o Tratado Orçamental… vai ser preciso muito jeito. Isto é tudo muito bonito, mas… só acredito quando chegar ao fim”, explica um dirigente do PS.

Esta sexta-feira, António Costa estará de volta a Lisboa. E o processo negocial dos socialistas com a esquerda devem entrar em fase final: Costa e Centeno têm reunião marcada, para definir até onde admitem ir, nomeadamente na troca de medidas do programa socialista com as do BE e com outras do PCP. A direita está, até lá, em stand-by: Costa quer assegurar que tem hipóteses de chegar a uma maioria antes de dizer um não definitivo a Passos. A carta prometida, com as exigências do PS, ainda nem seguiu para São Bento.

http://observador.pt/2015/10/15/costa-confia-na-nomeacao-de-cavaco-o-trunfo-esta-no-calendario/

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #474 em: 2015-10-15 23:38:35 »
Sobre as condições do PCP para apoiar o governo do PS:

Citar
As respostas do PS para as exigências do PCP

Exigências feitas por Jerónimo de Sousa depois de encontro com PS têm vários pontos de encontro com propostas socialistas.

Interessante, se bem que na sua maioria previsíveis.

Isto são "exigências", mas desconfio que estejam sujeitas a diálogo e a um "limar de arestas", usando uma expressão utilizada pelo Costa. Ou seja, serão ainda para debater e possivelmente para haver algumas concessões.

Continuo a achar o trabalho do Costa francamente bom neste cenário de pós-eleitoral. Foi desastrado durante a campanha, mas parece estar agora muito mais determinado sobre o que pretende alcançar. Pela negativa, o partido ainda fala a várias vozes, os ecos de contestação interna fazem-se ouvir com algum estrondo, e o problema do/a candidato/a à Presidência já não tem solução.
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad

Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #475 em: 2015-10-15 23:50:19 »
Se costa conseguir  por BE e PCP aplicar austuridade  dentro governo e uma vitoria  para bruxelas PS e PSD


vai partir estes partidos todos


e como portas com  reforma do estado  se fosse frente    deixa-va  existir  por isso nao fez...


Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #476 em: 2015-10-16 01:21:59 »
no dia em que o costa aplicar austeridade o governo cai, por isso eh que uma solucao assim so duraria 1 ano ou parecido

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #477 em: 2015-10-16 08:32:07 »
Isto explica bastante da nossa desgraça (e dos gregos).
Citar
Partidos comunistas há muitos, mas na União Europeia o PCP é o que tem mais votos. E, logo a seguir, o grego é o que tem melhores números.


Comunistas na Europa. O PCP é o que mais resiste

Pip-Boy

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #478 em: 2015-10-16 11:18:32 »
Isto explica bastante da nossa desgraça (e dos gregos).
Citar
Partidos comunistas há muitos, mas na União Europeia o PCP é o que tem mais votos. E, logo a seguir, o grego é o que tem melhores números.


Comunistas na Europa. O PCP é o que mais resiste


No UK tiveram pouco mais de mil votos, caramba nem os militantes votam! :D
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #479 em: 2015-10-16 11:52:48 »
Partidos de extrema esquerda só subsistem em sociedades com muito ignorância.
« Última modificação: 2015-10-16 12:43:36 por Incognitus »