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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 392452 vezes)

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #500 em: 2015-10-17 00:03:57 »
A questão dos 70%, não faz sentido, e o Golpe de Estado tb não.
Por vezes, os políticos exageram para se fazerem ouvir.
« Última modificação: 2015-10-17 00:39:39 por João-D »

pedras11

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #501 em: 2015-10-17 00:55:02 »
Com este frenesim todo nos últimos dias deu para perceber o fanatismo que reina por aqui, nas TV's e na rua.

A esquerda tem ou não tem maioria no parlamento?

Qual é o "golpe de Estado"?

Uma coisa é não gostarmos de políticas de esquerda e aí cada um tem direito à sua ideologia, outra bem diferente é querer governar quando existe uma maioria disposta a juntar-se.


Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #502 em: 2015-10-17 01:42:52 »
Com este frenesim todo nos últimos dias deu para perceber o fanatismo que reina por aqui, nas TV's e na rua.

A esquerda tem ou não tem maioria no parlamento?

Uma coisa é não gostarmos de políticas de esquerda e aí cada um tem direito à sua ideologia, outra bem diferente é querer governar quando existe uma maioria disposta a juntar-se.

Não é assim tão simples, embora ultimamente se esteja a tornar um lugar comum atirar com esta ideia (muitíssimo redutora) para o ar.

Os conceitos de "Esquerda" e "Direita", à luz deste tipo de comentários, saem completamente deturpados, em particular se pensarmos nos pontos que unem os partidos associados a cada um deles. Dito de outro modo, se formos analisar as coisas através do prisma das proximidades ideológicas, o que temos é uma maioria de centro (composta por PSD+PS, e seguida de perto pelo CDS), e uma minoria de (extrema) esquerda (composta pelo Bloco e PC).

Dá imenso jeito fazer associações baseadas em "verdades historicamente assentes", que já não se questionam, apenas se usam e re-usam por hábito enraizado, como é neste caso a "Esquerda" e a "Direita". Para quem deseja um cenário de esquerda, então dá mesmo muito jeito falar nestes moldes, e perpetuar a mensagem sem olhar para os seus infundados fundamentos, sem ligar realmente ao que interessa, e sem perceber que a esquerda não existe (existe várias, e entre elas as diferenças são certamente maiores do que as de um certo partido em relação à direita).

Agora, se há um desejo explícito de uma das forças de centro para virar à esquerda, então há uma legitimação de um certo desejo de alteração, o que não significa, em todo o caso, que "a esquerda tem maioria no parlamento".
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Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #503 em: 2015-10-17 11:07:11 »
Costa acorda da letargia e passividade (em relação à coligação) e passa ao ataque:
(http://www.publico.pt/politica/noticia/em-carta-dura-costa-critica-displicencia-de-passos-1711449)

(os sublinhados são meus)

Citar
Em carta dura, Costa critica "displicência" de Passos

O tom não é amigável e o caderno de encargos não é pequeno. Num total de 14 páginas, Costa apresenta a sua agenda para um entendimento político com o PSD e o CDS.

É duro o tom da carta enviada pelo secretário-geral do PS ao presidente do PSD e líder da coligação Portugal à Frente, ainda que cumpra as regras de cortesia de abrir com a saudação nominal do seu interlocutor, bem como a manifestação final de “consideração pessoal”, manuscritas pelo próprio António Costa.

A missiva de seis páginas enviada a Pedro Passos Coelho, sexta-feira ao fim da tarde, é acompanhada de um documento de oito páginas intitulado Pontos essenciais dos objectivos do PS ausentes da proposta feita pela coligação na segunda-feira para servir de base negocial. Nesse documento, que foi preparado por Mário Centeno, os socialistas respondem ao documento da coligação e enumeram uma série de medidas que integravam o seu programa eleitoral e que consideram as suas condições para uma negociação de um acordo de viabilização do Governo PSD-CDS.

Na carta, a que o PÚBLICO teve acesso, António Costa estranha o facto de Passos Coelho se ter apresentado “displicente, sem nada a propor” na primeira reunião com o PS. E termina a afirmar que, “com total franqueza”, quer “sublinhar cinco conclusões” que retira das reuniões com a coligação. E é nessas conclusões que é evidenciada a distância que ainda há a percorrer para que possa haver um entendimento.

A primeira conclusão de Costa é a de que a coligação “prosseguiu, durante o diálogo com o PS, uma política de falta de transparência e ocultação de informação”, que classifica de “reveladora da sua incapacidade de, de boa-fé, construir uma qualquer plataforma de entendimento”. E concretizando, Costa diz que tal “incapacidade revelou-se particularmente grave na ausência de informação consistente sobre a situação orçamental, sobre a situação do sector financeiro e sobre os fundamentos das projecções económicas para 2016 e 2107”, bem como “sobre os impactos financeiros das medidas de políticas propostas no programa da coligação”.

A segunda conclusão de Costa é que a coligação “revelou-se incapaz de assumir qualquer correcção à política económica prosseguida aos longo dos últimos quatro anos” e mantém “no essencial a estratégia de consolidação das contas públicas através de políticas de empobrecimento do país”.

A terceira conclusão é que a coligação “confirmou a manutenção do objectivo de redução de rendimentos das famílias portuguesas como política para uma ‘poupança’ de 600 milhões de euros/ano (2400 ao longo da legislatura) na área da segurança social”.

A quarta conclusão de Costa é que a coligação mantém “inalteráveis aspectos essenciais do seu programa de enfraquecimento das funções sociais do Estado, que foram explicitamente rejeitados por uma ampla maioria do eleitorado”. Exemplificando com “a abertura à privatização do ensino e a ausência de compromissos claros de alteração da política de ciência”.

A quinta conclusão é que a coligação “não manifestou qualquer disponibilidade para a construção de uma política europeia que, no respeito pelos compromissos europeus de Portugal, se empenhasse em criar condições mais favoráveis para concretizar uma recuperação da economia portuguesa”.

Apesar do tom crítico da carta, Costa nunca fala de vontade de rompimento de conversações da parte dos socialistas. Pelo contrário, faz questão de manifestar a sua estranheza pelo facto de Passos Coelho ter rompido negociações. E afirma a surpresa com “o modo – no mínimo deselegante – como sem esperar sequer pela resposta escrita a que nos comprometemos, o Dr. Passos Coelho pôs ‘ponto final’” aos contactos entre partidos.

António Costa recorda que, na segunda reunião, enumerou uma série de medidas que o PS desejava ver contempladas pela coligação no programa de Governo e no Orçamento do Estado e que foram verbalizadas a Pedro Passos Coelho e a Paulo Portas no segundo encontro de trabalho que decorreu no Rato no dia 13. São precisamente essas medidas sistematizadas por escrito que agora foram enviadas à coligação, na expectativa de que na próxima semana as conversações possam prosseguir.

Explicações em directo

Mas na sexta-feira à noite, na TVI, António Costa deu como acabadas as conversas com a coligação. Não por ele, embora tenha enumerado as razões do seus descontentamento, mas pelo próprio líder do PSD: “A última vez que ouvi falar dessas conversas foi o dr. Passos Coelho a pôr-lhes fim.”

E foi a propósito delas que Costa lançou uma nuvem de fumo. Foi na segunda parte da entrevista, quando o programa já só passava no cabo, que sugeriu que um dos motivos pelos quais a conversa com a coligação azedou foi por causa de “uma má notícia para o país que um dia os portugueses vão saber”. Mais: “Foram sempre deixando cair uma nova surpresa desagradável que um dia vão ser tornadas públicas sobre a real situação financeira do país.”

Sem querer revelar a que factos se estava a referir, sempre respondeu com um “sim” quando o jornalista Pedro Pinto lhe perguntou se eram factos de “grande gravidade económica”. “Infelizmente os portugueses vão ficar a saber”, porque “há um limite” para “o que não se diz”, reafirmou Costa.


A sombra estava lançada e ajudava a explicar a primeira parte da entrevista, em que António Costa se tinha demorado a explicar como estavam a correr bem as negociações à esquerda. Mas também para balizar que tipo de horizonte têm: “Um governo que tenha condições na perspectiva da legislatura”, ou seja, para quatro anos. Para que não haja dúvidas, afirmou: “Não há cá governos de gestão.”

Isto, depois de repetir qual é a posição do PS sobre o actual xadrez político: a coligação ganhou as eleições, tem o direito de formar governo e o PS só não viabiliza o programa de governo, se tiver “uma alternativa de governo estável”. E, quando lhe perguntaram, respondeu sem hesitar: “Neste momento, o PS está, tudo indica, em melhores condições de formar uma maioria governativa do que a coligação PSD-CDS.”   


Má notícia para o páis? Grande gravidade económica? Um dia os portugueses vão ficar a saber?

HEIN????

Estratégia a pedra no sapato: gerar desconfiança (e pânico?) sem abrir o jogo...  >:(



Fica um resumo das propostas sugeriras pelo PS:
(http://www.publico.pt/politica/noticia/propostas-do-ps-a-coligacao-1711441)

Citar
Rendimento

    Acabar até 2017 com os cortes extraordinários de salários do Estado.
    Criação do complemento salarial anual, para trabalhadores pobres.
    Repor o RSI nos níveis de protecção de 2010.

Emprego

    Redução do IVA da restauração para 13% e programas de forte incentivo à reabilitação urbana, como formas de criar emprego.
    Programa de apoio ao emprego jovem “Contrato-Geração”.
    Reformas a tempo parcial e incentivos à contratação pelas empresas de jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego.
    Evitar o uso excessivo dos contratos a prazo e os falsos recibos verdes, alterando as regras do seu regime de Segurança Social.
    Agravar a Segurança Social das empresas que revelem excessiva precarização das relações laborais.
    Avaliar o regime de protecção no desemprego para trabalhadores independentes.
    Limitar o uso pelo Estado de trabalho precário.
    Relançar a negociação colectiva sectorial e também no Estado.
    Revogação do banco de horas individual.

Empresas

    Apoio público para financiar as empresas e dinamizar a actividade económica e a criação de emprego.
    Remover obstáculos e reduzido o tempo e o custo do investimento com programa Simplex para as empresas.

Combate à pobreza e às desigualdades

    Nova prestação social para melhorar rendimento dos trabalhadores pobres.
    Renovação das políticas de mínimos sociais.
    Aumento do abono de família, do abono pré-natal e da majoração para as famílias monoparentais e da reposição do valor de referência do CSI.
    Programa de combate à pobreza das crianças e jovens.

Saúde

    Defender o SNS
    Reduzir as taxas moderadoras.

Justiça fiscal

    Reestruturar os escalões do IRS. Imposto sobre heranças de elevado valor. Fim do quociente familiar. Revisão da tributação municipal do património. Créditos fiscais e da Segurança Social. Proibição das execuções fiscais sobre a casa de morada de família.
    Fim da privatização ou concessão dos  transportes coletivos urbanos.
    Investimento na Ciência, na Inovação, na Educação, na Formação e na Cultura.
    Programa Novo Impulso para a Convergência na Europa.


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Deus Menor

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #504 em: 2015-10-17 11:18:10 »


Má notícia para o páis? Grande gravidade económica? Um dia os portugueses vão ficar a saber?

HEIN????

Estratégia a pedra no sapato: gerar desconfiança (e pânico?) sem abrir o jogo...  >:(



Demagogia no seu ponto mais alto.

Nunca pensei que existisse alguém pior que o Sócrates.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #505 em: 2015-10-17 13:55:45 »


Má notícia para o páis? Grande gravidade económica? Um dia os portugueses vão ficar a saber?

HEIN????

Estratégia a pedra no sapato: gerar desconfiança (e pânico?) sem abrir o jogo...  >:(



Demagogia no seu ponto mais alto.

Nunca pensei que existisse alguém pior que o Sócrates.

Vejam o que o tosta fez quando perdeu as eleições da associação académica ....perdeu e não entregou as chaves a quem tinha ganho ou seja mostra mau perder e estar no sangue .....monhés são  assim

Incognitus

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #506 em: 2015-10-17 14:32:03 »
Claramente o PS quer governar com o BE e PCP, porque aquela lista de exigências só contempla aumentos de custos e reduções de receitas, não contempla formas de os financiar. É uma lista estruturalmente impossível de forma a que não exista qualquer possibilidade de entendimento com o PSD/CDS.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #507 em: 2015-10-17 15:46:02 »
Não conheço essa história da associação acadêmica mas a ser verdade junta-se a tomada do PS das mãos do Seguro, sem bases racionais nenhumas como episódios que vão demosntrando o carácter da pessoa.
E agora este espetáculo que estamos a assistir. Tentar salvar a sua pele política usando joguinhos de poder; que por mero acaso influenciam a vida de uns milhões de pessoas, mas isso é um mero detalhe.

E contudo ainda há quem acredite  que esta instabilidade política não vai ter repercussões muito negativas na economia portuguesa.

Concordo. Saia o que sair desta brincadeira toda, teremos um construção muito precária. Também me parece que não teremos meses ou anos saudáveis pela frente.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #508 em: 2015-10-17 16:04:44 »
Um detalhe que ainda não vi ser comentado em lado nenhum e que até estou admirado da coligação não usar como defesa para os ataques do tipo:
"Os portugueses deram-vos o poder mas duma forma moderada; tiveram uma derrota porque já não possuem maioria absoluta".

O Syriza, que nas eleições de Janeiro teve 36,34% dos votos (35,46% em Setembro), segundo a esquerda (principalmente a extrema esquerda) tinha legitimidade até para fazer Deus descer à Terra. Segundo as visões desse quadrante, era a expressão do povo grego a empossar um governo para mudar os destinos do país. Era uma avalanche popular, um grito dos gregos a dizer basta. A descrição dava a entender que um povo martirizado desencadeou um tsunami em termos de votos.

Eu sempre referi aqui no fórum, que a votação em termos percentuais não indicava nada disso, o discurso era bem empolado e exagerado. As pessoas ao fazerem estas descrições "esqueciam-se" sempre da bonificação de assentos parlamentares ...

O PS vendeu essa história; o BE e o PCP tiveram sonhos molhados com essa versão.

Eis que no nosso país, uma coligação com 36,86% dos votos aparece, na visão dos mesmos partidos que citei anteriormente, como algo em que os portugueses não confiam (que até têm aversão), como algo ultra-frágil. A incoerência no discurso é espantosa.

(nos resultados que estive a consultar o PPD/PSD ainda tem mais 1,5% dos votos numa coluna separada. O CDS 0,14%. São os votos da Madeira? Assim sendo a percentagem acima da obtida pelo Syriza ainda seria maior ... )
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #509 em: 2015-10-18 09:35:54 »
Citar
Costa vive impasse à esquerda e à direita

  Maria Luís desmente Costa e Marco António diz que a coligação quer negociar. No PCP começa a ser dado por adquirido que não haverá acordo.

http://www.publico.pt/politica/noticia/costa-vive-impasse-a-esquerda-e-a-direita-1711522?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoPolitica+%28Publico.pt+-+Pol%C3%ADtica%29

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #510 em: 2015-10-18 11:24:02 »
Claramente o PS quer governar com o BE e PCP, porque aquela lista de exigências só contempla aumentos de custos e reduções de receitas, não contempla formas de os financiar. É uma lista estruturalmente impossível de forma a que não exista qualquer possibilidade de entendimento com o PSD/CDS.

Hmmm... mas aquilo é "apenas" um lista de exigências, não é um programa governativo.

O que estás a dizer é que o PS apresentou propositadamente um documento que sabe que a coligação vai rejeitar---por ser inaplicavel---, de modo a que possam deitar a culpas de um falhanço nas negociações para o outro lado. Mas...  se aquelas exigência fazem parte do programa governativo do PS de origem, então não são de "má fé". Quer dizer, o PS tenciona mesmo tentar estas ideias, com ou sem a coligação. Claro que à esquerda é sempre mais fácil que isto tudo passe.
« Última modificação: 2015-10-18 11:24:40 por Jsebastião »
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Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #511 em: 2015-10-18 11:27:45 »


Má notícia para o páis? Grande gravidade económica? Um dia os portugueses vão ficar a saber?

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Demagogia no seu ponto mais alto.

Nunca pensei que existisse alguém pior que o Sócrates.

Quanto ao Costa, desta vez tenho de concordar. Aquilo foi mesmo muito mau. Vamos ver como é que ele descalça esta bota---i.e. se diz rapidamente qual é o "segredo", ou se se mantém "estrategicamente" calado.
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McKricas

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #512 em: 2015-10-18 11:46:14 »
Deixo uma actualização da minha opinião com base nas noticias dos últimos dias:

1) As negociações entre o PS e o PCP e BE não estão a funcionar como o PS esperaria. Há, como se esperava, vários problemas em várias matérias e nem um Acordo de incidência parlamentar será possivelmente alcançado. No máximo, o PCP e o BE irão apoiam o Programa de Governo do PS e deixam para a discussão no parlamento cada medida do OE do eventual governo PS.

Penso que com o apuramento dos deputados dos círculos eleitorais internacionais as coisas ficaram mais complicadas, pois o PS tinha a secreta esperança que o número total dos seus deputados com os do BE permitiriam ficar à frente dos da PaF (e assim evitariam a necessidade do PCP). Caso que acabou por não acontecer com o reforço dos deputados na PaF.

2) O PS conta com um trunfo importante e penso que está a desenhar toda a sua estratégia à volta disso. O facto de que mesmo sem Acordos com o BE e o PCP, de conseguir formar governo rapidamente com o seu Programa de Governo (com o tal apoio mínimo do PCP e do BE). E com isso chegar à discussão do OE para permitir recolocar as medidas extraordinárias para cumprimento do Tratado orçamental para 2016.

Ironicamente isso até poderá depois ser feito com o apoio da PaF no Parlamento. Seria muito complicado e difícil de explicar estes não aprovarem estas medidas....

Mais, esta situação poderá completamente invalidar a hipótese de um Governo de Gestão, pois é necessário recolocar as medidas extraordinárias para cumprir o Tratado Orçamental. Este facto tem, por isso, muita força.

Portanto, e tendo por base estes factos e dependendo também das conversas que haverá na 3a e 4a-feira entre o Presidente da República e os partidos (principalmente o PS), penso que o Presidente da República poderá fazer o seguinte :

1) Se o PS disser ao PR que rejeita o Programa da PaF por ter uma "melhor" alternativa - mas o PR não concordar, penso que veremos o Presidente da República a chamar a PaF e o PS e sentarem-se os 3 à mesa para tentar promover um acordo comum.

2) Mesmo que o PS continue a rejeitar o acordo, penso que o Presidente da República irá dar sempre primeiro a possibilidade à PaF de formar governo no parlamento por ser a força política mais votada e porque institucionalmente é "o mais correcto a fazer". Isso levará o PS a ter que dizer explicitamente no Parlamento o que fará e esse facto é bastante importante por vários motivos.

O PS, com base na informação que teve das conversas anteriores com o PR, terá mesmo que decidir o que irá fazer e se a sua "melhor" alternativa mais as medidas que eventualmente o PR lhe irá dizer para concordar esta hipótese, vale o risco.

3) Se o PS realmente vier a rejeitar o Programa da PaF no Parlamento, penso que o Presidente da República não terá outra hipótese do que permitir o PS de formar governo, mas não é linear se o fará sem colocar um conjunto de imposições ao PS.

Vamos vendo como as coisas se irão desenrolar estes próximos dias.
« Última modificação: 2015-10-18 11:49:21 por McKricas »

McKricas

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #513 em: 2015-10-18 11:55:06 »
Claramente o PS quer governar com o BE e PCP, porque aquela lista de exigências só contempla aumentos de custos e reduções de receitas, não contempla formas de os financiar. É uma lista estruturalmente impossível de forma a que não exista qualquer possibilidade de entendimento com o PSD/CDS.

Hmmm... mas aquilo é "apenas" um lista de exigências, não é um programa governativo.

O que estás a dizer é que o PS apresentou propositadamente um documento que sabe que a coligação vai rejeitar---por ser inaplicavel---, de modo a que possam deitar a culpas de um falhanço nas negociações para o outro lado. Mas...  se aquelas exigência fazem parte do programa governativo do PS de origem, então não são de "má fé". Quer dizer, o PS tenciona mesmo tentar estas ideias, com ou sem a coligação. Claro que à esquerda é sempre mais fácil que isto tudo passe.

Neste momento, não há qualquer hipótese de nenhum acordo entre a PaF e o PS (infelizmente).

Ambos querem chegar ao Parlamento como governo formal, para então se colocar à discussão cada medida para o OE de 2016.

É no Parlamento que tanto o PS como a PaF querem discutir cada uma dessas matérias específicas. A única diferença está em quem é que será Governo e por isso com que Programa de Governo base se irá partir para essa discussão.
« Última modificação: 2015-10-18 11:57:10 por McKricas »

Incognitus

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #514 em: 2015-10-18 12:51:59 »
Claramente o PS quer governar com o BE e PCP, porque aquela lista de exigências só contempla aumentos de custos e reduções de receitas, não contempla formas de os financiar. É uma lista estruturalmente impossível de forma a que não exista qualquer possibilidade de entendimento com o PSD/CDS.

Hmmm... mas aquilo é "apenas" um lista de exigências, não é um programa governativo.

O que estás a dizer é que o PS apresentou propositadamente um documento que sabe que a coligação vai rejeitar---por ser inaplicavel---, de modo a que possam deitar a culpas de um falhanço nas negociações para o outro lado. Mas...  se aquelas exigência fazem parte do programa governativo do PS de origem, então não são de "má fé". Quer dizer, o PS tenciona mesmo tentar estas ideias, com ou sem a coligação. Claro que à esquerda é sempre mais fácil que isto tudo passe.

Essas ideias no programa do PS vêm supostamente juntas a formas de as financiar. Ali, só vêm os custos como sendo não negociáveis, mas depois na receita não dizem que nada não é negociável.

Basicamente isto só pode ser assim por um de dois motivos:
* Porque querem que as negociações falhem ou;
* Porque não querem apresentar coisas desagradáveis para serem vistas pelo público em geral (as formas de financiar). Só querem apresentar futuros sorridentes com medidas agradáveis, o "pagar", isso é culpa dos outros.

---------

Outra coisa, aquelas exigências passariam tanto á esquerda como à direita ... se não fosse necessário pagar por elas de alguma forma.
« Última modificação: 2015-10-18 12:54:49 por Incognitus »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #515 em: 2015-10-18 13:22:00 »

Neste momento, não há qualquer hipótese de nenhum acordo entre a PaF e o PS (infelizmente).

Ambos querem chegar ao Parlamento como governo formal, para então se colocar à discussão cada medida para o OE de 2016.

É no Parlamento que tanto o PS como a PaF querem discutir cada uma dessas matérias específicas. A única diferença está em quem é que será Governo e por isso com que Programa de Governo base se irá partir para essa discussão.

Consideras mais provável não haver qualquer acordo (nem à esquerda nem à direita) do que haver um acordo entre PaF e PS?

Andam por aí uns rumores de que o PCP está a roer a corda às propostas do PS.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #516 em: 2015-10-18 15:08:59 »

O Costa pensa que ainda está em campanha e que as eleições ainda não aconteceram....

Exatamente.
O único que não parece estar em campanha é o Passos.
A esquerda fala em fim da política de austeridade, aumento do rendimento das famílias, combate a precariedade, fim da governação ruinosa.

Já sabemos que as opiniões dos partidos e dos eleitores variam e já se contaram as espingardas. Agora é tempo de nogociar e cada um dizer quais as medidias para si mais importantes e ver se o outro pode ceder nalgumas e nas outras tentarem-se encontrar a meio do caminho.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #517 em: 2015-10-18 16:47:43 »
O Passos podia convidar o Costa para a festa (o governo) de forma um pouco mais amigável.  :)

Citar
Se o PS prefere discutir estas matérias enquanto futuro membro de coligação de governo mais alargada (…) então que o diga também com clareza.

Passos desafia Costa a integrar Governo PSD/CDS
http://observador.pt/2015/10/18/passos-antonio-costa-mostra-radicalismo-pais-nao-entende/

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #518 em: 2015-10-18 18:24:11 »

Neste momento, não há qualquer hipótese de nenhum acordo entre a PaF e o PS (infelizmente).

Ambos querem chegar ao Parlamento como governo formal, para então se colocar à discussão cada medida para o OE de 2016.

É no Parlamento que tanto o PS como a PaF querem discutir cada uma dessas matérias específicas. A única diferença está em quem é que será Governo e por isso com que Programa de Governo base se irá partir para essa discussão.

Consideras mais provável não haver qualquer acordo (nem à esquerda nem à direita) do que haver um acordo entre PaF e PS?

Andam por aí uns rumores de que o PCP está a roer a corda às propostas do PS.

Nesta fase acredito que não haverá nenhum tipo de acordo nem à esquerda nem à direita.

É já público as "dificuldades" que existem com o PCP e o BE. Destes dois, a única coisa que o PS terá é o seu apoio para a não rejeição de um eventual governo. Algo que estes partidos já fizeram saber que um "qualquer" governo da PaF terá o seu voto de rejeição no Parlamento - uma posição claramente "democrática", pois claro.

Com a PaF é notório as acusações e as "não-negociações" que estão a ocorrer.

Assim, não havendo nenhum tipo de acordo nesta fase, o que importa é quem terá a melhor hipótese de ser chamado a formar governo, e portanto, com que Programa de Governo (o do PS ou o da PaF) base se iniciará a discussão do OE para 2016.

Da parte da PaF, o trunfo é o de ter tido a maior votação nas legislativas. Da parte do PS é o facto de contar com a não rejeição do Programa de Governo por parte do PCP e pelo BE.

Cabe ao Presidente da República conseguir encontrar algum acordo ou influenciar de alguma forma algum estes partidos para se gerar uma solução mais estável de governo.

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #519 em: 2015-10-18 21:35:23 »
Acho que PSD + CDS vão para o governo, com ou sem PS.

Esta sondagem pode dar uma ajudinha.

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Sondagem: se eleições fossem hoje, coligação reforçaria vantagem

Portugal à Frente conseguiria mais de 41% dos votos, mas isso ainda não chegaria para garantir uma maioria absoluta
http://www.tvi24.iol.pt/politica/sondagem-tvi/sondagem-se-eleicoes-fossem-hoje-coligacao-reforcaria-vantagem


Mas o motivo é mais pq acho muito dificil o Cavaco dar posse a um governo de esquerda com CDU e BE, quando existem mais semelhanças nos programas eleitorais entre a coligação de direita e o PS, e quando o próprio não deverá simpatizar nada com essa ideia.

Com o convite (tímido) do Passos para o Costa ir para o governo, fica tb dificil para o Costa se recusar a um acordo com a coligação de direita, mesmo que seja um acordo de incidência parlamentar, pois Costa já não poderá dizer que não houve abertura da parte da coligação, pois até lhe convidou para ir para o governo, embora um pouco tardiamente.
« Última modificação: 2015-10-18 21:38:29 por João-D »