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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 392463 vezes)

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #560 em: 2015-10-20 12:25:04 »
Uma acordo à esquerda implica , como no caso do Syriza , aplicar austeridade,
eles sabem-no e não vão querer .

Certo, mas colocando-te na perspectiva "deles", olha para a alternativa...

A esquerda moderna está a definhar ideologicamente, vide Krugman, Stiglitz, Corbyn & Co ... é um discurso de desespero, sem rigor científico , sem estratégia,
é apenas uma reação ao seu próprio vazio.

Enquanto a esquerda não assumir que para redistribuir é preciso criar bases
sólidas de crescimento e criação de riqueza, colectivismo com capitalismo pode
funcionar, é preciso ser coerente .


Ok, não contesto---mas estás a desviar-te do assunto: à mesma, que opção será neste momento melhor para eles? Pegarem na mão do Costa e aceitarem fazer concessões, ganhando em troca margem negocial para fazer passar algumas propostas, ou... NADA, que é continuarem na oposição, com a mesma cassete de sempre, e sem conseguir fazer... nada.
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Deus Menor

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #561 em: 2015-10-20 12:27:48 »


Ok, não contesto---mas estás a desviar-te do assunto: à mesma, que opção será neste momento melhor para eles? Pegarem na mão do Costa e aceitarem fazer concessões, ganhando em troca margem negocial para fazer passar algumas propostas, ou... NADA, que é continuarem na oposição, com a mesma cassete de sempre, e sem conseguir fazer... nada.

Não está no ADN deles, é contra-natura, nunca o fizeram nem vão fazê-lo

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #562 em: 2015-10-20 13:14:07 »
O Presidente da República não terá muitas alternativas caso a PaF tenha o seu Programa de Governo rejeitado pelo PS, PCP e BE.

Só poderá ouvir de novo os partidos e 1) Pedir ao PS para formar governo ou 2) Manter o actual governo em gestão.

A 2ª opção, neste momento é muito complicada. Colocaria o País numa posição muito frágil e sem as medidas extraordinárias o Tratado Orçamental fica comprometido. Novas eleições só podem ocorrer, no mínimo, em Abril. Significaria que na melhor das hipóteses só teríamos orçamento para final de Maio ou Junho. Antes disso, já teríamos os juros a escalar e a UE cá de novo.

Assim, só restaria ao Presidente da República a 1ª opção.

Por enquanto, continuo a achar que Cavaco Silva não dará posse a um governo de esquerda, mesmo que a moção de rejeição fosse aprovada no parlamento (o que acho que tb não vai acontecer).

Sobre a situação frágil que seria um governo de gestão, o António Bagão Félix (Ex ministro das finanças e conselheiro de estado), já disse que um governo de gestão não era assim tão grave “se a situação for entendida como transitória”.

Citar
Em declarações ao i, o conselheiro de Estado admite que “se a situação for entendida como transitória” pelos mercados e pelos investidores, o facto de um governo estar sem um Orçamento aprovado e a governar em duodécimos (em regime provisório) não irá atirar o país para a bancarrota nem fazer disparar os juros da dívida pública.

O ex-ministro da Segurança Social e do Trabalho de Durão Barroso, e das Finanças no governo de Santana Lopes, lembra que Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, garantiu que Portugal tem uma almofada financeira (15 milhões de euros)para fazer face a qualquer evolução negativa nos mercados. A garantia foi dada quando os juros da dívida subiram em força em Maio, na sequência da incerteza e do risco de incumprimentos da Grécia.

Além disso, sublinha Bagão Félix, a política de incentivos do Banco Central Europeu, que veio permitir o alívio das taxas de juro associadas às obrigações dos países periféricos, “é uma aliada que antes não havia [antes das crises da dívidas soberanas], na medida em que o BCEaguenta o preço do dinheiro, por assim dizer”, clarifica o ex-ministro.

Thunder

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #563 em: 2015-10-20 13:34:52 »
O PCP, pelo menos, tem dado indicações claras que está muito mais inclinado para deixar passar legislação do PS do que em formar uma coligação formal.
O papel de ficar de fora a mandar bitaites é muito mais apelativo que ir queimar o cortiço estando no governo.

---///---

Em relação a estas "negociações" os eleitores estão a ser tratados como umas crianças, com bastante falta de respeito por parte dos partidos.

Que adultos sérios e com experiência de vida, acreditam que numa negociação séria e sem interesses "ocultos", os intervenientes andam todos os dias na rua a "lavar roupa suja" e a chutar as canelas uns dos outros.
A linguagem usada e a forma como andam a picar-se uns aos outros, nada têm à ver com intervenientes interessados em avançar com o processo.

Se nós aqui no fórum , a debater o sexo dos anjos, começamos a usar adjectivação forte, a ser picuinhas, indelicados, está mais que visto que não vamos a lado nenhum.
Adicionem milhões de expectadores e temos a receita perfeita para o insucesso.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #564 em: 2015-10-20 13:44:57 »
pessoalmente acho q nao vai haver acordo solido com a esquerda, isto porque o BE e PCP nao querem ficar associados a governacao e nao querem deixar de fazer a sua oposicao do "contra tudo o que eh mau e a favor de tudo o que eh bom"

portanto o costa vai aparecer no melhor dos casos com um acordo para o primeiro orcamento...

com tao pouco e se eu fosse o cavaco mandava-o bugiar, ate porque acordos com a direita ficarao obviamente impossibilitados e os comunistas vao chumbar tudo a seguir


Um acordo para o primeiro orçamento já é suficiente.

O presidente da republica não pode pedir uma garantia aos outros partidos de que não vão derrubá-lo a seguir. Se pudesse, os governos de minoria não teriam caído no passado. E já caíram 5 ou 6. Só um se aguentou até ao fim.

Pelo raciocínio que estás a dizer, mandaria tb o governo de minoria de direita bugiar, pq existe ainda menos garantias de que chegue ao fim da legislatura, quando existe uma maioria de esquerda no parlamento.

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #565 em: 2015-10-20 13:59:04 »
Em relação a estas "negociações" os eleitores estão a ser tratados como umas crianças, com bastante falta de respeito por parte dos partidos.

Que adultos sérios e com experiência de vida, acreditam que numa negociação séria e sem interesses "ocultos", os intervenientes andam todos os dias na rua a "lavar roupa suja" e a chutar as canelas uns dos outros.
A linguagem usada e a forma como andam a picar-se uns aos outros, nada têm à ver com intervenientes interessados em avançar com o processo.

Se nós aqui no fórum , a debater o sexo dos anjos, começamos a usar adjectivação forte, a ser picuinhas, indelicados, está mais que visto que não vamos a lado nenhum.
Adicionem milhões de expectadores e temos a receita perfeita para o insucesso.

Concordo em absoluto e junto-me ao protesto (mesmo que inconsequente). É devido a esta realidade suja do jogo político que há tanto desinteresse e tanta abstenção. Mas penso por outro lado que é impossível mudar a situação, de tal forma "minado" está o sistema---apenas podemos depositar um pouco da nossa confiança (através do voto e do debate cívico) nos candidatos, partidos e sistemas que nos parecerem menos maus.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #566 em: 2015-10-20 14:13:08 »
Eu até acho um pouco engraçado esta imprevisibilidade política, de não se saber ao certo quem são os partidos que vão formar governo. Isso não é diferente lá fora, embora a linguagem usada possa ser diferente.

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #567 em: 2015-10-20 14:18:04 »
O Costa tem tanta lata que ainda convida o PPC para ministro.

Thunder

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #568 em: 2015-10-20 14:23:19 »
Em relação a estas "negociações" os eleitores estão a ser tratados como umas crianças, com bastante falta de respeito por parte dos partidos.

Que adultos sérios e com experiência de vida, acreditam que numa negociação séria e sem interesses "ocultos", os intervenientes andam todos os dias na rua a "lavar roupa suja" e a chutar as canelas uns dos outros.
A linguagem usada e a forma como andam a picar-se uns aos outros, nada têm à ver com intervenientes interessados em avançar com o processo.

Se nós aqui no fórum , a debater o sexo dos anjos, começamos a usar adjectivação forte, a ser picuinhas, indelicados, está mais que visto que não vamos a lado nenhum.
Adicionem milhões de expectadores e temos a receita perfeita para o insucesso.

Concordo em absoluto e junto-me ao protesto (mesmo que inconsequente). É devido a esta realidade suja do jogo político que há tanto desinteresse e tanta abstenção. Mas penso por outro lado que é impossível mudar a situação, de tal forma "minado" está o sistema---apenas podemos depositar um pouco da nossa confiança (através do voto e do debate cívico) nos candidatos, partidos e sistemas que nos parecerem menos maus.

Sim o sistema está completamente minado e pervertido.
Os "pategos" só são chamados para fazer uma cruz de 4 em 4 anos. E pagar impostos, é claro!
O sistema tem que evoluir; os representantes têm que ter menos poder, e a população referendar muito mais questões.
Mesmo a nível local, o sistema deveria ser muito mais aberto e tentando envolver muito mais a população. O feedback das pessoas têm que ter muito mais peso.
« Última modificação: 2015-10-20 14:34:28 por Thunder »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #569 em: 2015-10-20 15:06:34 »
Em relação à disciplina de voto, o expediente mais usado pelos deputados é a de "faltar" (e inclusive apresentar o justificativo da falta) quando não concordam com a posição do partido. É a única forma de não lhe instaurarem um processo pelo partido.

Mas neste caso concreto, duvido muito que este expediente vá resultar. Não irão ser permitidas faltas nesse dia e o PS irá encarregar-se de ter a certeza disso.

Sobre a disciplina de voto, acho que é um assunto complexo, desconheço os estatutos do PS, ainda não ouvi nem li ninguém a pronunciar-se sobre a hipótese de alguns deputados do PS violarem a disciplina de voto (acho que se vai começar a falar disto quando o Cavaco nomear o Passos como primeiro ministro), mas acho que mesmo que haja disciplina de voto não acontecerá nada aos deputados do PS se o Costa deixar de ser líder depois, e já houve pelo menos uma situação em que houve disciplina de voto no PS, em 2010, contra a adopção por homossexuais, e alguns deputados do PS, pelo menos 7, disseram que não iam cumprir, e depois o PS acabou por abrir excepções para esses deputados.
A ideia que tenho é que é mais fácil castigar um ou outro deputado do que castigar vários deputados.
« Última modificação: 2015-10-20 15:11:05 por João-D »

McKricas

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #570 em: 2015-10-20 16:19:48 »
Em relação à disciplina de voto, o expediente mais usado pelos deputados é a de "faltar" (e inclusive apresentar o justificativo da falta) quando não concordam com a posição do partido. É a única forma de não lhe instaurarem um processo pelo partido.

Mas neste caso concreto, duvido muito que este expediente vá resultar. Não irão ser permitidas faltas nesse dia e o PS irá encarregar-se de ter a certeza disso.


Sobre a disciplina de voto, acho que é um assunto complexo, desconheço os estatutos do PS, ainda não ouvi nem li ninguém a pronunciar-se sobre a hipótese de alguns deputados do PS violarem a disciplina de voto (acho que se vai começar a falar disto quando o Cavaco nomear o Passos como primeiro ministro), mas acho que mesmo que haja disciplina de voto não acontecerá nada aos deputados do PS se o Costa deixar de ser líder depois, e já houve pelo menos uma situação em que houve disciplina de voto no PS, em 2010, contra a adopção por homossexuais, e alguns deputados do PS, pelo menos 7, disseram que não iam cumprir, e depois o PS acabou por abrir excepções para esses deputados.
A ideia que tenho é que é mais fácil castigar um ou outro deputado do que castigar vários deputados.


Concordo com o que dizes, mas neste caso concreto, e se o PS realmente decidir aprovar a moção de rejeição, não creio que deixará na mão dos deputados nenhum "livre arbítrio" que impeça essa rejeição.

Os deputados podem dizer o que quiserem fora do parlamento, mas quando o "partido fala mais alto" depois "alinham".

Vê o caso da Helena Freitas, que até publicou no Facebook que concordava que o Passos tinha todo o direito de governar e que estava contra o PS coligar-se aos partidos da Esquerda (http://observador.pt/2015/10/11/independente-do-ps-contra-governo-a-esquerda/)

Mas passados apenas 2 dias acabou a participar nas negociações com os Verdes:
http://www.dn.pt/portugal/interior/negociacoes_a_esquerda_antonio_costa_da_prioridade_a_familias_mais_pobres_4830693.html

 :D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #571 em: 2015-10-20 16:40:00 »
O Presidente da República não terá muitas alternativas caso a PaF tenha o seu Programa de Governo rejeitado pelo PS, PCP e BE.

Só poderá ouvir de novo os partidos e 1) Pedir ao PS para formar governo ou 2) Manter o actual governo em gestão.

A 2ª opção, neste momento é muito complicada. Colocaria o País numa posição muito frágil e sem as medidas extraordinárias o Tratado Orçamental fica comprometido. Novas eleições só podem ocorrer, no mínimo, em Abril. Significaria que na melhor das hipóteses só teríamos orçamento para final de Maio ou Junho. Antes disso, já teríamos os juros a escalar e a UE cá de novo.

Assim, só restaria ao Presidente da República a 1ª opção.

Por enquanto, continuo a achar que Cavaco Silva não dará posse a um governo de esquerda, mesmo que a moção de rejeição fosse aprovada no parlamento (o que acho que tb não vai acontecer).

Sobre a situação frágil que seria um governo de gestão, o António Bagão Félix (Ex ministro das finanças e conselheiro de estado), já disse que um governo de gestão não era assim tão grave “se a situação for entendida como transitória”.

Citar
Em declarações ao i, o conselheiro de Estado admite que “se a situação for entendida como transitória” pelos mercados e pelos investidores, o facto de um governo estar sem um Orçamento aprovado e a governar em duodécimos (em regime provisório) não irá atirar o país para a bancarrota nem fazer disparar os juros da dívida pública.

O ex-ministro da Segurança Social e do Trabalho de Durão Barroso, e das Finanças no governo de Santana Lopes, lembra que Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, garantiu que Portugal tem uma almofada financeira (15 milhões de euros)para fazer face a qualquer evolução negativa nos mercados. A garantia foi dada quando os juros da dívida subiram em força em Maio, na sequência da incerteza e do risco de incumprimentos da Grécia.

Além disso, sublinha Bagão Félix, a política de incentivos do Banco Central Europeu, que veio permitir o alívio das taxas de juro associadas às obrigações dos países periféricos, “é uma aliada que antes não havia [antes das crises da dívidas soberanas], na medida em que o BCEaguenta o preço do dinheiro, por assim dizer”, clarifica o ex-ministro.

Mas o problema não é apenas a situação dos mercados e dos juros da dívida, nessa matéria concordo que as coisas até podiam se aguentar com a ajuda do BCE.

O problema principal é o Tratado Orçamental. Se neste momento já é o que é para tentar chegar a um deficit abaixo dos 3% (e ainda sem certezas) com todas as medidas extraordinárias em curso, imagina como seria sem essas medidas em vigor durante quase 6 meses em 2016....

Seria impossível de cumprir e teríamos vários problemas com a UE.

Para além disso, ainda há o facto de esta medida ir contra tudo o que o Presidente da Republica sempre disse até hoje relativamente ao cumprimento dos acordos internacionais.

Já para não falar que esta decisão será muito provavelmente a última de Cavaco Silva e será também este o chegar ao fim da sua vida política. Não me parece que seja com um "Governo de Gestão" que ele quererá ser lembrado....

É por isso que não acredito minimamente que um Governo de Gestão possa vir a ser hipótese neste momento.

Acredito que será mais provável que se o governo da PaF cair na moção de rejeição o PR tenha que decidir pedir ao António Costa para governar mas colocando-lhe várias condições e inclusive uma forma de prazo de validade para o próximo Presidente convocar novas eleições e validar nas urnas ou não este governo.

É a regra de viver com menor dos possíveis males...

Joao-D

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #572 em: 2015-10-20 17:00:36 »
Em relação à disciplina de voto, o expediente mais usado pelos deputados é a de "faltar" (e inclusive apresentar o justificativo da falta) quando não concordam com a posição do partido. É a única forma de não lhe instaurarem um processo pelo partido.

Mas neste caso concreto, duvido muito que este expediente vá resultar. Não irão ser permitidas faltas nesse dia e o PS irá encarregar-se de ter a certeza disso.


Sobre a disciplina de voto, acho que é um assunto complexo, desconheço os estatutos do PS, ainda não ouvi nem li ninguém a pronunciar-se sobre a hipótese de alguns deputados do PS violarem a disciplina de voto (acho que se vai começar a falar disto quando o Cavaco nomear o Passos como primeiro ministro), mas acho que mesmo que haja disciplina de voto não acontecerá nada aos deputados do PS se o Costa deixar de ser líder depois, e já houve pelo menos uma situação em que houve disciplina de voto no PS, em 2010, contra a adopção por homossexuais, e alguns deputados do PS, pelo menos 7, disseram que não iam cumprir, e depois o PS acabou por abrir excepções para esses deputados.
A ideia que tenho é que é mais fácil castigar um ou outro deputado do que castigar vários deputados.


Concordo com o que dizes, mas neste caso concreto, e se o PS realmente decidir aprovar a moção de rejeição, não creio que deixará na mão dos deputados nenhum "livre arbítrio" que impeça essa rejeição.

Os deputados podem dizer o que quiserem fora do parlamento, mas quando o "partido fala mais alto" depois "alinham".

Vê o caso da Helena Freitas, que até publicou no Facebook que concordava que o Passos tinha todo o direito de governar e que estava contra o PS coligar-se aos partidos da Esquerda (http://observador.pt/2015/10/11/independente-do-ps-contra-governo-a-esquerda/)

Mas passados apenas 2 dias acabou a participar nas negociações com os Verdes:
http://www.dn.pt/portugal/interior/negociacoes_a_esquerda_antonio_costa_da_prioridade_a_familias_mais_pobres_4830693.html

 :D


Isso quase arruma com a questão sobre violarem a disciplina de voto...

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #573 em: 2015-10-20 17:07:39 »
.....pois........


Citar
António Costa: "Estão criadas condições para que o PS possa formar governo"

20 Out, 2015 - 16:43 R.R.

PSD e CDS não têm "solução de governo estável e consistente para os próximos anos. Declarações depois de o PS ter sido ouvido pelo Presidente da República

O PSD não conseguiu formar uma “solução maioritária” no actual quadro parlamentar e não se deve adiar o que é a “solução” que pode assegurar a estabilidade, afirmou o líder do PS, António Costa, após um encontro com o Presidente da República, esta terça-feira.

"Estão criadas condições para que o PS possa formar governo", viabilizado pelos deputados do PCP e Bloco de Esquerda na Assembleia da República (AR).

Costa diz que não se deve perder tempo. Não é do ”interesse nacional prolongar no tempo esta situação de indefinição”.

Questionado pelos jornalistas, o líder do PS não revelou se o PS chumbará a proposta de Orçamento do Estado 2016, mas aludiu à "falta de suporte maioritário" da coligação PSD/CDS na AR.

A coligação PSD/CDS tem uma representação parlamentar “claramente insuficiente” para garantir uma “solução de governo estável e consistente para os próximos anos” e “dar tradução governativa à grande maioria dos portugueses que expressou uma inequívoca vontade” de mudar de políticas.


[Em actualização]

......e agora ?.....eh.eh..... 8)

Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #574 em: 2015-10-20 17:11:57 »
O sistema tem que evoluir; os representantes têm que ter menos poder, e a população referendar muito mais questões.
Mesmo a nível local, o sistema deveria ser muito mais aberto e tentando envolver muito mais a população. O feedback das pessoas têm que ter muito mais peso.

sou de opinião diferente. considero que os representantes devem ter mais poder. e os partidos menos.

os representantes devem ser, por ordem de importância:

1. representantes das suas ideias.
2. representantes dos seus eleitores.
3. representantes do partido que apoiou a sua eleição.

os governantes deveriam ser obrigatoriamente representantes à priori. queres ir para o governo? apresenta-te a eleições e faz-te eleger.
é o sistema britânico em que os governantes são obrigatoriamente oriundos do parlamento.

os representantes deveriam ser muito bem pagos. muitas vezes mais do que são neste momento.
deveriam ter um staff  adequado à sua disposição para serem efectivos escrutinadores do poder executivo - vide congresso americano.
o parlamento em si deveria ter sofisticadas agências de controlo das actividades executivas.
agências absolutamente alheias aos partidos, pagas pelo contribuintes, aos quais os representantes poderiam encomendar investigações, análises e estudos.
uma das agências seria a agência jurídica, que seria encarregue de apoiar os representantes na elaboração de leis. nenhuma lei deveria ser elaborada fora do perímetro parlamentar.

e mais umas coisas....

não sou contra o referendo mas penso que seria mais efectivo a nível local, não nacional. a banalização do referendo torna-o manipulável e fácilmente usados por demagogos.
nacionalmente penso que como está, está bem. apenas grandes temas transversais são apresentados a referendo - aborto, regionalização.

L



« Última modificação: 2015-10-20 17:14:26 por Lark »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #575 em: 2015-10-20 17:17:44 »
.....pois........


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António Costa: "Estão criadas condições para que o PS possa formar governo"
....

......e agora ?.....eh.eh..... 8)

O Cavaco vai provavelmente ignorar o Costa e dar posse ao Passos como primeiro ministro (foi o que a TVI e alguns jornais já avançaram ontem), ele tb já tinha dito no discurso que não se "substituía ao parlamento", e depois logo se vê, no parlamento, se o PS faz o governo cair ou não, quando for apresentada a moção de rejeição pela CDU e BE.
Talvez faça... e depois talvez o Cavaco dê posse a um governo PS minoritário, com apoio do BE e CDU, ou talvez não...

Zel

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #576 em: 2015-10-20 17:18:06 »
pessoalmente acho q nao vai haver acordo solido com a esquerda, isto porque o BE e PCP nao querem ficar associados a governacao e nao querem deixar de fazer a sua oposicao do "contra tudo o que eh mau e a favor de tudo o que eh bom"

portanto o costa vai aparecer no melhor dos casos com um acordo para o primeiro orcamento...

com tao pouco e se eu fosse o cavaco mandava-o bugiar, ate porque acordos com a direita ficarao obviamente impossibilitados e os comunistas vao chumbar tudo a seguir

Um acordo para o primeiro orçamento já é suficiente.

O presidente da republica não pode pedir uma garantia aos outros partidos de que não vão derrubá-lo a seguir. Se pudesse, os governos de minoria não teriam caído no passado. E já caíram 5 ou 6. Só um se aguentou até ao fim.

Pelo raciocínio que estás a dizer, mandaria tb o governo de minoria de direita bugiar, pq existe ainda menos garantias de que chegue ao fim da legislatura, quando existe uma maioria de esquerda no parlamento.


o presidente tem todo o direito de avaliar as condicoes de governabilidade, nao foi o que o sampaio fez com o santana lopes?

neste caso nao pode derrubar o parlamento mas pode deixar um governo de gestao e convocar eleicoes
« Última modificação: 2015-10-20 17:18:29 por Neo-Liberal »

McKricas

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #577 em: 2015-10-20 17:20:28 »
.....pois........


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António Costa: "Estão criadas condições para que o PS possa formar governo"

20 Out, 2015 - 16:43 R.R.

PSD e CDS não têm "solução de governo estável e consistente para os próximos anos. Declarações depois de o PS ter sido ouvido pelo Presidente da República

O PSD não conseguiu formar uma “solução maioritária” no actual quadro parlamentar e não se deve adiar o que é a “solução” que pode assegurar a estabilidade, afirmou o líder do PS, António Costa, após um encontro com o Presidente da República, esta terça-feira.

"Estão criadas condições para que o PS possa formar governo", viabilizado pelos deputados do PCP e Bloco de Esquerda na Assembleia da República (AR).

Costa diz que não se deve perder tempo. Não é do ”interesse nacional prolongar no tempo esta situação de indefinição”.

Questionado pelos jornalistas, o líder do PS não revelou se o PS chumbará a proposta de Orçamento do Estado 2016, mas aludiu à "falta de suporte maioritário" da coligação PSD/CDS na AR.

A coligação PSD/CDS tem uma representação parlamentar “claramente insuficiente” para garantir uma “solução de governo estável e consistente para os próximos anos” e “dar tradução governativa à grande maioria dos portugueses que expressou uma inequívoca vontade” de mudar de políticas.


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......e agora ?.....eh.eh..... 8)

Agora: "Let the game begin...."

McKricas

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #578 em: 2015-10-20 17:26:35 »

O Cavaco vai provavelmente ignorar o Costa e dar posse ao Passos como primeiro ministro (foi o que a TVI e alguns jornais já avançaram ontem), ele tb já tinha dito no discurso que não se "substituía ao parlamento", e depois logo se vê, no parlamento, se o PS faz o governo cair ou não, quando for apresentada a moção de rejeição pela CDU e BE.
Talvez faça... e depois talvez o Cavaco dê posse a um governo PS minoritário, com apoio do BE e CDU, ou talvez não...

Não há grandes dúvidas que o Presidente da República irá nomear o Passos para formar governo primeiro. A PaF foi a força política mais votada e é "institucionalmente" o correcto a fazer e este PR sabe-se que é muito institucional.

Para além disso, é muito importante a vários níveis que o PS efectivamente se pronuncie no Parlamento e diga o qual é mesmo a sua vontade.

Pois para fazer isso o PS terá também que dizer Porquê e qual a alternativa "melhor" que possui.
« Última modificação: 2015-10-20 17:27:20 por McKricas »

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #579 em: 2015-10-20 17:30:54 »
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António Costa: "Estão criadas condições para que o PS possa formar governo"
[Em actualização]
......e agora ?.....eh.eh..... 8)
Agora: "Let the game begin...."

E agora, nada. O Presidente ainda não se pronunciou, portanto nada muda. Excepto talvez que venham a surgir mais uma dezenas de artigos de opinião na CS sobre estas declarações do Costa.
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad