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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 392511 vezes)

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1680 em: 2015-11-06 11:03:09 »
Uma coisa que eu não percebo é como o pessoal de esquerda aceita sem piar (e aparentemente até luta por) que agora os salários e pensões que vão ser aumentados a sério sejam APENAS os mais elevados.

É de uma aberração extraordinária. Jsebastião, consegues explicar esta absurdidade? Isto é coisa de esquerda ou drogados?

Queres que EU explique isso?

Apenas posso dizer que também considero um absurdo.
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Tridion

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1681 em: 2015-11-06 11:19:14 »
Uma coisa que eu não percebo é como o pessoal de esquerda aceita sem piar (e aparentemente até luta por) que agora os salários e pensões que vão ser aumentados a sério sejam APENAS os mais elevados.

É de uma aberração extraordinária. Jsebastião, consegues explicar esta absurdidade? Isto é coisa de esquerda ou drogados?

Queres que EU explique isso?

Apenas posso dizer que também considero um absurdo.

Podes argumentar como o Bagão Félix e com a Manuela Ferreira Leite, que são de direita, e que defendem a reposição de pensões.

Porque argumentam que os cortes são uma parte irrisória dos gastos dos estado, que os pensionistas já não podem programar mais as suas poupanças, que muitas vezes sustentam os filhos e netos, que têm elevados gasto com a sua saúde, que é onde está a camada da população mais pobre e desprotegida.



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Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1682 em: 2015-11-06 11:28:13 »
Não, não posso argumentar com isso. Porque na questão do INC também estão salários, e está um "APENAS" em maiúsculas a apontar para um escalão específico.

Filhos e netos têm todos os pensionistas (passa o exagero na generalização).

Há qualquer coisa que não bate certo nesta ideia, ou nesta notícia, ou em qualquer interpretação que se tenha perdido algures no caminho.
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Zel

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1683 em: 2015-11-06 11:34:09 »
Ainda não há acordo. PCP “continua a trabalhar”

trabalhar trabalhar trabalhar

pelo povo marchar !

Zel

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1684 em: 2015-11-06 11:51:33 »
o BE e o PS tem estado a mentir sobre a existencia de acordo desde o final das eleicoes

so acredito num acordo qd o PCP disser que ha acordo, o resto eh lixo

ha aqui uma estrategia de fuga para a frente de forma a pressionar todos os intervenientes, incluindo a comissao politica do PS
« Última modificação: 2015-11-06 11:53:38 por Neo-Liberal »

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1685 em: 2015-11-06 12:17:56 »
Vamos chegar ao dia do chumbo do governo e não vai haver acordo. Nesse dia as pessoas irão perceber o aldrabão que o Costa é.

Deus Menor

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1686 em: 2015-11-06 12:21:23 »

Quem está a ganhar com isto é o PCP, deixa o BE "enterrar-se" com PS e depois dizem
que foram os únicos coerentes que mantiveram o discurso e nunca fizeram concessões.

A Catarina Martins está a revelar-se , a ambição dela pelo poder é nítida, ela
é muito mais perigosa do que muitos julgam.

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1687 em: 2015-11-06 13:06:02 »

Quem está a ganhar com isto é o PCP, deixa o BE "enterrar-se" com PS e depois dizem
que foram os únicos coerentes que mantiveram o discurso e nunca fizeram concessões.

A Catarina Martins está a revelar-se , a ambição dela pelo poder é nítida, ela
é muito mais perigosa do que muitos julgam.


Se o acordo for para a frente, ela vai ganhar um protagonismo imenso durante os próximos meses/anos, não só porque sairá como uma das "vencedoras" do nó gordio em que tudo se encontra neste momento, como terá muito maior "peso participativo" (por fazer parte da solução governo) no parlamento e na comunicação social. Neste cenário, preparem-se para a ver/ouvir muitas mais vezes nas notícias. Do ponto de vista do Bloco, este resultado eleitoral conseguido será então para encarar com mais firmeza como um ponto de partida (e não de chegada) para "algo maior". E não sei se não será mesmo indicada para ministra de alguma coisa (indefinido, neste momento, se bem a a pasta da cultura continua a parecer a mais adequada).

Já se o acordo não for para a frente...
« Última modificação: 2015-11-06 13:06:50 por Jsebastião »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1688 em: 2015-11-06 13:30:15 »

Quem está a ganhar com isto é o PCP, deixa o BE "enterrar-se" com PS e depois dizem
que foram os únicos coerentes que mantiveram o discurso e nunca fizeram concessões.

A Catarina Martins está a revelar-se , a ambição dela pelo poder é nítida, ela
é muito mais perigosa do que muitos julgam.


Se o acordo for para a frente, ela vai ganhar um protagonismo imenso durante os próximos meses/anos, não só porque sairá como uma das "vencedoras" do nó gordio em que tudo se encontra neste momento, como terá muito maior "peso participativo" (por fazer parte da solução governo) no parlamento e na comunicação social. Neste cenário, preparem-se para a ver/ouvir muitas mais vezes nas notícias. Do ponto de vista do Bloco, este resultado eleitoral conseguido será então para encarar com mais firmeza como um ponto de partida (e não de chegada) para "algo maior". E não sei se não será mesmo indicada para ministra de alguma coisa (indefinido, neste momento, se bem a a pasta da cultura continua a parecer a mais adequada).

Já se o acordo não for para a frente...

acho que vai ser tudo ao contrario, ate porque o governo de esquerda vai correr muito mal e vai desfazer a virgindade de poder do BE que ira ficar com as maos sujas

eh alias disso que o PCP tem tanto medo, sao partidos que prometem tudo e nao podem destruir ilusoes para se manterem

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1689 em: 2015-11-06 13:35:42 »

Quem está a ganhar com isto é o PCP, deixa o BE "enterrar-se" com PS e depois dizem
que foram os únicos coerentes que mantiveram o discurso e nunca fizeram concessões.

A Catarina Martins está a revelar-se , a ambição dela pelo poder é nítida, ela
é muito mais perigosa do que muitos julgam.


Se o acordo for para a frente, ela vai ganhar um protagonismo imenso durante os próximos meses/anos, não só porque sairá como uma das "vencedoras" do nó gordio em que tudo se encontra neste momento, como terá muito maior "peso participativo" (por fazer parte da solução governo) no parlamento e na comunicação social. Neste cenário, preparem-se para a ver/ouvir muitas mais vezes nas notícias. Do ponto de vista do Bloco, este resultado eleitoral conseguido será então para encarar com mais firmeza como um ponto de partida (e não de chegada) para "algo maior". E não sei se não será mesmo indicada para ministra de alguma coisa (indefinido, neste momento, se bem a a pasta da cultura continua a parecer a mais adequada).

Já se o acordo não for para a frente...

acho que vai ser tudo ao contrario, ate porque o governo de esquerda vai correr muito mal e vai desfazer a virgindade de poder do BE que ira ficar com as maos sujas

eh alias disso que o PCP tem tanto medo, sao partidos que prometem tudo e nao podem destruir ilusoes para se manterem

Se correr mal, de acordo. Se correr mal, há três partidos que estão basicamente entalados para a próxima década ou mais.
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Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1690 em: 2015-11-06 13:47:19 »
eh alias disso que o PCP tem tanto medo, sao partidos que prometem tudo e nao podem destruir ilusoes para se manterem

o PCP é realista por isso é que não quer nada escrito que o comprometa mais tarde. são muitos anos a virar frangos. ainda hoje no blasfémias uma crónia do arroja falava disso:

Citar
É muito simples: encostar o PC à parede, imputando-lhe a responsabilidade final pela existência, ou inexistência, do governo das esquerdas. Pelo PS e pelo Bloco são tudo rosas, e, por estes dois partidos, «estão reunidas as condições para um acordo à esquerda pela proteção do emprego, dos salários e das pensões», como a inefável Catarina Martins não se cansa de repetir, com o silêncio concordante de António Costa. Como quem diz: «agora, Jerónimo, a bola está do teu lado; vê bem o que fazes com ela».

Na verdade, este «acordo» das esquerdas serve mais para reorganizar os seus diversos bandos, do que para tirar a direita do poder, poder que seria sempre fictício se ela, por milagre, mantivesse o governo com uma maioria parlamentar de esquerda.

Dito de outro modo, entre o Partido Comunista e o Bloco, num cenário de coligação de poder, não ficarão os dois vivos. Um será responsável por tudo o que de mau venha a acontecer, enquanto que o outro levará os louros do que possa correr menos mal.

O PS sabe disto, o PC sabe disto e o Bloco sabe disto, e estão, no fim de contas, a tentarem empurrar-se uns aos outros para ver quem cai primeiro.

Só que nesta famigerada táctica, que é mais uma espertalhonice saloia do que um plano, esquece-se que o Partido Comunista Português tem décadas de história e que sobreviveu à URSS, ao Eurocomunismo, à queda do muro e à morte de Cunhal. Certamente que não serão meia dúzia de artistas recém-nascidos para a política, capitaneados por um náufrago agarrado a uma boia furada, que vão domar o velho urso. A coisa vai acabar mal, se é que alguma vez chegará a começar.
http://blasfemias.net/2015/11/06/a-tactica-3/

Zel

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1691 em: 2015-11-06 14:08:14 »

Quem está a ganhar com isto é o PCP, deixa o BE "enterrar-se" com PS e depois dizem
que foram os únicos coerentes que mantiveram o discurso e nunca fizeram concessões.

A Catarina Martins está a revelar-se , a ambição dela pelo poder é nítida, ela
é muito mais perigosa do que muitos julgam.


Se o acordo for para a frente, ela vai ganhar um protagonismo imenso durante os próximos meses/anos, não só porque sairá como uma das "vencedoras" do nó gordio em que tudo se encontra neste momento, como terá muito maior "peso participativo" (por fazer parte da solução governo) no parlamento e na comunicação social. Neste cenário, preparem-se para a ver/ouvir muitas mais vezes nas notícias. Do ponto de vista do Bloco, este resultado eleitoral conseguido será então para encarar com mais firmeza como um ponto de partida (e não de chegada) para "algo maior". E não sei se não será mesmo indicada para ministra de alguma coisa (indefinido, neste momento, se bem a a pasta da cultura continua a parecer a mais adequada).

Já se o acordo não for para a frente...

acho que vai ser tudo ao contrario, ate porque o governo de esquerda vai correr muito mal e vai desfazer a virgindade de poder do BE que ira ficar com as maos sujas

eh alias disso que o PCP tem tanto medo, sao partidos que prometem tudo e nao podem destruir ilusoes para se manterem

Se correr mal, de acordo. Se correr mal, há três partidos que estão basicamente entalados para a próxima década ou mais.

isto tem tudo para correr mal, eh so olhar para as contas do estado para perceber que a austeridade tera de continuar

sera que o PCP se quer associar a tal empreitada? no max por um ano e so para derrubar o passos, nao acredito em mais
e ate um ano pode ser muito
« Última modificação: 2015-11-06 14:09:29 por Neo-Liberal »

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1692 em: 2015-11-06 14:12:12 »
LOL, genial. E depois ver se o PS chumba uma medida que estava no seu próprio programa.  :D

Citar
Despedimento conciliatório. Governo recupera medida de Centeno que PS deixou cair

Programa da direita admite introduzir na lei o mecanismo do despedimento conciliatório e a arbitragem em conflito laboral, ideia de Mário Centeno que estava no programa do PS (e que o Bloco fez cair).
http://observador.pt/2015/11/06/despedimento-conciliatorio-governo-recupera-medida-de-centeno-que-ps-deixou-cair/

Zakk

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1693 em: 2015-11-06 14:24:40 »
Até pode correr bem, basta aumentar impostos na mesma proporção (em valor) das reposições salariais e das pensões. As tabelas de Irs vão ser revistas.
Isto numa óptica de curto prazo
O maior problema está no salário mínimo.

Thunder

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1694 em: 2015-11-06 14:42:49 »
Sebastião, eu vi um bocado do programa com o debate em que estava o Assis e pensei ... o homem anda a ler o ThinkFN ... eheheh
A posição do Rosas chega a roçar a desonestidade intelectual. Ele usou termos como neoliberais extremos (ou radicais já não tenho certeza). Não faz sentido nenhum.
Nos últimos (largos) anos, o nível de coleta de impostos, o grau de apoios sociais e serviços prestados pelo estado, não tem nada a ver com um estado governado por liberais. Quanto mais radicais. Convém falar-se de coisas com o mínimo de ligação à realidade, senão estamos a debater o sexo dos anjos.

Em relação ao PP deves ter ouvido o argumento do L. Xavier. Não faltam blogs de esquerda e pessoas ligadas à esquerda, a proferirem insultos; afirmações e textos sem o mínimo de nível e ponta por onde se lhe pegue. Não ver que há ignorância dos dois lados é querer deturpar as coisas.
Viste que ele ficou totalmente entalado pela resposta do L. Xavier, nem quis se esticar muito por esse tema ...
Ele ainda há dias dizia que a candidatura da Maria de Belém era algo construído pela direita. Acho que ele tem um bias enorme. Se há chance de malhar nos "neoliberais" ele não perde tempo.
« Última modificação: 2015-11-06 16:14:55 por Thunder »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1695 em: 2015-11-06 14:46:36 »
Acho incrível como o BE e PCP não querem ter ministros, SE ou whatever ...
E como os jornalistas e população não pressionam nessa questão.
Sem envolvimento directo no governo, será uma construção tão frágil ... aos meus olhos não faz sentido.
« Última modificação: 2015-11-06 16:16:32 por Thunder »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1696 em: 2015-11-06 15:01:58 »
Quando comparamos o PIB com os níveis de 2006/2007 penso que devemos pensar sempre numa questão.
Os níveis de endividamento público, privado e empresarial é que permitiram aquele pico de valor no PIB.
Não é que a economia ou o paradigma do momento fossem algo de excepcional.
A entrada de capital (via crédito), permitia continuar com o motor a carburar em alta rotação.
O problema é que há limite para o montante de crédito que qualquer dos elementos citados consegue contrair.
E, até mais que o Governo (que parece ser o único elemento que interessa nestes debates, mas não é) as empresas e os privados estavam atolados em dívida. O ritmo de expansão de dívida não poderia continuar para sempre.
E na falta deste rocket fuel o PIB não tinha outra hipótese senão descer.

mr T, desculpe mas vou ter demonstrar a falácia que está aí embebida.
se nós já tivemos um determinado output económico, não há nenhuma razão para não o voltarmos a ter.
a capacidade produtiva está cá.
a mão de obra está cá.
as duas à capacidade máxima geram um GDP idêntico ao que já geraram.

só não o farão se a capacidade produtiva se tivesse reduzido - fábricas desmanteladas, espaço comercial dedicado a outra coisa qualquer etc.
destruição física mesmo. do tipo de uma catástrofe natural.
não aconteceu. a capacidade produtiva está aí.

a mão de obra está aí. se existe capacidade produtiva, então existe capacidade de empregar a mão de obra.
aqui só se poderia considerar uma quebra, se a quantidade de pessoas disponíveis para trabalhar se tivesse reduzido. o que até pode ter acontecido devido à emigração.
mas é a única razão para não podermos atingir o mesmo output económico que já tivemos.
a procura interna, se em pleno emprego, equivaleria à que já existiu.
a diferença é a dívida que poderá reduzir a procura. em pleno emprego é difícil que isso aconteça. e é mais uma razão para termos moeda própria. poder estimular a procura.

o output alcançado antes, como uma marca de água, pode ser alcançado outra vez. não depende da dívida.
depende de utilizar a capacidade produtiva e a mão de obra de forma maximizada.

isso é uma falácia muito utilizada, mas já desmontada há muito tempo. por vários economistas.

L

Vamos pegar num exemplo muito concreto e real.
De 2000 até 2006/2007 houve um boom enorme de compras de apartamentos, moradias, etc. Foi pelo menos o que eu vi ao meu redor.
E os preços escalaram de acordo com isso. Na minha zona a especulação era visível.
Como os preços eram altos, os créditos adaptaram-se para cativar os clientes. Créditos à 30 ou mais anos.
As pessoas que optaram por essa aquisição, e dados os preços envolvidos, fizeram a compra de uma vida. Optaram por consumir naquele momento algo de grande valor em detrimento de outros consumos nos anos seguintes.
E sabendo nós que várias pessoas fizeram simultaneamente a mesma opção, não me parece absurdo pensar que há inúmeros núcleos familiares que não poderão fazer uma compra do mesmo tipo nos próximos anos.
As empresas de construção para responderem a esse pico, compraram betoneiras, camiões, carrinhas, pás, picaretas, níveis, berbequins.
De que adianta eles terem esses instrumentos todos, se não há a mínima hipótese nos próximos tempos de haver um pico como o de 2000-2006?
E como sabemos a construção arrasta muita coisa. São arquitetos, decoradores, venda de tapetes, electrodomésticos, móveis. Quem trabalha nesses ramos associados também se equipou para responder ao pico. E quem trabalha nesses ramos compra Lcds, compra carros, gasta no cabeleireiro. E toda essa gente se equipou para responder ao pico.
Mas como o pico esteve intimamente ligado ao crédito auto, crédito pessoal, crédito à habitação e as pessoas atingiram o seu limite de crédito (optaram por consumir num determinado momento em detrimento de outro), não havia forma (do meu ponto de vista) de evitar a queda ocorrida no PIB. Era inevitável.

E tudo isto não aconteceu por acaso, sem que se desse por ela. Houve conivência política. Para que iriam andar a tentar abrandar o momento favorável?
E sempre fixe ficar no CV dum político ou presidente dum BC que durante o seu mandato as coisas bombaram.
O problema é o que vêm a seguir. É o tal "quem vier à seguir que feche a porta".
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1697 em: 2015-11-06 15:02:40 »
 “Não vamos fazer como outros: acordos são acordos e fazem-se em reuniões, de forma séria, e quando houver resultados eles serão públicos“.

mais uma boca dos comunistas ao BE e PS

Thunder

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1698 em: 2015-11-06 15:12:51 »

parece-me que te apressaste a desmentir algo que conheces mal.
se todos os portugueses estivessem empregados, haveria salários e crédito, hoje a condições muito melhores do que antes.
O GDP tenderia a superar o seu máximo anterior e em muito.

a capacidade produtiva existe. basta pôr a mão de obra a trabalhar, com dinheiro no bolso e acesso ao crédito novamente.
a mão de obra daqui e de acolá. para exportarmos e importarmos e comerciarmos e todos crescermos.

na história da civilização sempre houve ciclos de dívida e o GDP não parou de crescer.
só mesmo quando havia destruição da capacidade produtiva, como as invasões bárbaras ou grandes diminuições de população como a provocada pela peste negra.
na ausência destas catástrofes naturais, o GDP aumenta em função da produtividade. não em função da dívida.
sei que ideologicamente isto é delicado para ti. mas não estou muito preocupado com isso.
mais com factos e em como realmente a economia funciona.

L

Só para responder ao ponto que sublinhei.
Já houve pico de dívida/PIB estatal bem acima dos 150% ao longo da história. À nível privado também havia maluqueiras.
A questão era que aconteciam defaults para limpar esses excessos de dívida. O mercado tinha forma de penalizar quem alocou mal os capitais.
E ficava terreno livre para quem poupou capital, poder investir.
Algo que não acontece neste momento.


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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #1699 em: 2015-11-06 15:45:11 »
Não, não posso argumentar com isso. Porque na questão do INC também estão salários, e está um "APENAS" em maiúsculas a apontar para um escalão específico.

Filhos e netos têm todos os pensionistas (passa o exagero na generalização).

Há qualquer coisa que não bate certo nesta ideia, ou nesta notícia, ou em qualquer interpretação que se tenha perdido algures no caminho.

Não ... não há nada que não bata certo -- isto acontece porque os cortes aconteceram essencialmente nos salários e pensões mais elevados (o que toda a gente parece esquecer), e portanto se repõem os cortes, repõem-nos onde aconteceram, ou seja, nos salários e pensões mais elevados.

É igual a injustiça de agora descerem o horário de trabalho de 40 para 35 horas só para alguns. Qual a lógica, ética, igualdade ou socialidade disso?
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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