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Autor Tópico: Parlamento sem maioria absoluta  (Lida 397591 vezes)

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2660 em: 2015-11-14 13:47:28 »
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Isto é, quem, numa democracia, votaria democraticamente contra a própria ideia de votar em democracia?

Uns 20% já votam assim entre BE e PCP (assumindo que  no limite o BE poderia apoiar uma tal coisa) ... bastaria um líder maluco no PS para chegar ao limite ...  :D

Um líder maluco no PS a querer impor um regime comunista e um término à democracia socialista? Pois, concordo, bastaria.

Q.E.D.

Se esse líder ficasse no cadeirão às tantas não se importava ...  :D

Atenção que o nome correcto não é sequer "regime comunista". O nome correcto é "regime socialista". O socialismo é um passo em direcção ao comunismo, mas o comunismo em si é inatingível, porque nenhum socialista bem colocado o deseja. Na realidade o Partido Socialista faria bem em mudar de nome, porque o que defende NÃO é o socialismo. Quem defende o socialismo são o PCP e BE. O seu objectivo primário -- literalmente, no PCP -- é estabelecer um regime socialista.

Hmmm... penso que a definição de "socialismo" é abrangente o suficiente para lá caberem uma série de opiniões, a ponto de serem quase contraditórias. Eu percebo o que estás a defender, mas penso que o "Socialista" na sigla PS não é descabida, e deriva de um contexto histórico bem delineado.

Ainda não transcrevi para aqui os tais preambulos da constituição, de acordo com aquilo que seriam as intenções dos partidos originais da Constituinte, mas com esse post fizeste-me lembrar de uma interveção do Vital Moreira (PCP) a propósito da definição de "Socialismo"---e dos vários "usos" que dela eram feitos em conformidade com as ideologias dos partidos. Vou ver se encontro para transcrever para aqui (mais logo...  :P)
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2661 em: 2015-11-14 13:51:03 »
O problema está em que já faz parte da definição de socialismo a ausência de propriedade privada, nomeadamente dos meios de produção.

Faz parte da definição. Não se consegue ser a favor de "socialismo" sem ser a favor disso, a menos que se seja a favor de outra coisa qualquer que não socialismo.

Obviamente a esmagadora maioria (a quase totalidade) das pessoas que se dizem socialistas, são na realidade social-democratas.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2662 em: 2015-11-14 14:14:28 »
O PCP so aceita os privados  do minifúndio burgues  foi unico progresso serio que fez 40 anos  :D
Assim, quando ouvirem falar em minifundios lembrem-se que esta palavra e talvez a que define da melhor maneira o Norte de Portugal. Tanto a paisagem como, as terras, a mentalidade, cultura e casmurrice política. :D
« Última modificação: 2015-11-14 14:37:29 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Thunder

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2663 em: 2015-11-14 14:45:49 »
O problema está em que já faz parte da definição de socialismo a ausência de propriedade privada, nomeadamente dos meios de produção.

Faz parte da definição. Não se consegue ser a favor de "socialismo" sem ser a favor disso, a menos que se seja a favor de outra coisa qualquer que não socialismo.

Obviamente a esmagadora maioria (a quase totalidade) das pessoas que se dizem socialistas, são na realidade social-democratas.

Depende de quem criou a definição. Se falarmos da definição de Marx sim.
Mas havia outros socialistas, outras correntes, a aí já não é bem assim.
Houve claramente clivagem entre aqueles que defendiam uma via revolucionária para introduzir o socialismo e os que acreditavam numa via evolutiva (democrática até).
Um caso será o "Programa de Gotha" de 1875 quando ocorreu a fusão de dois partidos proletários alemães, para formar o Partido Social-Democrata dos Trabalhadores. (penso que trata-se do SPD ??)
Aliás Marx escreve uma crítica directa a esse mesmo programa, já que tinha uma visão muito diferente do que deveria ser o "caminho para o socialismo".
Os mais moderados, rapidamente entenderam que dificilmente conseguiriam construir um sistema totalmente novo, que substituísse o capitalismo e aceitaram economias mistas.
Os socialistas revolucionários, são os que associamos a "comunistas".

Em 1889 foi fundada a "Segunda Internacional". Na verdade ocorreram duas conferências em Paris, uma marxista e uma "não-marxista".
Keir Hardie, do Partido Trabalhista Britânico assistiu a ambas.
Vejam o que ele escreveu a Engels pouco antes dos encontros em Paris (Engels esteve presente na abertura da conferência, Marx já tinha morrido):
(os britânicos)  "são um povo bastante sólido, muito práticos, e que não têm tendência para construir castelos no ar"

(basicamente "goza" com ele, dando a entender que a solução de Engels e Marx é uma utopia)

Já em Paris e na conferência marxista disse:
" em Inglaterra ninguém acredita em outros métodos para alcançar a melhoria das condições que não as pacíficas"

Logo havia divisões. Visões diferentes entre o que deveria ser o socialismo.

Lenine pega na versão marxista e revolucionária, pois tinha um czar para derrubar. Ao implementar tal regime num estado com aquelas dimensões, mais os que lhe seguiram, é fácil associar socialismo aquilo que ele implementou.
Mas claramente não era a única via.
Não deixa de ser paradoxal, que numa economia eminentemente agrária, a revolta seja liderada por uma camada de operários. E que essa mesma população agrária, seja a camada que acaba por pagar um preço astronômico pela revolução.
Na China, outra sociedade agrária, o campesinato paga novamente um preço altíssimo.

« Última modificação: 2015-11-14 14:55:16 por Thunder »
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Reg

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2664 em: 2015-11-14 14:59:22 »
Visões diferentes entre o que deveria ser o socialismo

tevemos nos no PREC

grandes debates do cunhal e soares queriam lideram povo forma diferente

o debate do povo

https://www.youtube.com/watch?v=CbxGF7ZhHDM
37 anos depois
https://www.youtube.com/watch?v=MVZvdk1o0cg
« Última modificação: 2015-11-14 15:10:36 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2665 em: 2015-11-14 15:48:25 »
Obviamente a esmagadora maioria (a quase totalidade) das pessoas que se dizem socialistas, são na realidade social-democratas.
Até muitos dos comunistas porque o dia em que lhes pedissem para colocar a casinha e o terreno em nome da comunidade acabava-se logo o comunismo.

Automek

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2666 em: 2015-11-14 15:53:36 »
Se fosse realmente a sua intenção, colocariam AC numa situação de "vai ou racha". E AC nada mais poderia fazer que atribuir ministérios, secretarias de estado, etc.
Se tal não aconteceu, foi porque estes partidos assim não o quiseram.

Também podem ter a consciência que as exigências seriam tão grandes que o PS jamais as aceitaria (desde logo no PCP passaria por nacionalizações e coisas do género - duvido que tenham tentado, sequer, abordar essas hipóteses com o PS). Daí terem optado por ficar de fora.

Mas, claro, se quisessem ir para o governo teriam ido sem dificuldade, desde que tivessem exigências não muito radicais, o que não é difícil. O Costa dar-lhe-ia tudo dentro do razoável.

Incognitus

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2667 em: 2015-11-14 17:37:44 »
Citar
Isto é, quem, numa democracia, votaria democraticamente contra a própria ideia de votar em democracia?


Uns 20% já votam assim entre BE e PCP (assumindo que  no limite o BE poderia apoiar uma tal coisa) ... bastaria um líder maluco no PS para chegar ao limite ...  :D


Um líder maluco no PS a querer impor um regime comunista e um término à democracia socialista? Pois, concordo, bastaria.

Q.E.D.


Se esse líder ficasse no cadeirão às tantas não se importava ...  :D

Atenção que o nome correcto não é sequer "regime comunista". O nome correcto é "regime socialista". O socialismo é um passo em direcção ao comunismo, mas o comunismo em si é inatingível, porque nenhum socialista bem colocado o deseja. Na realidade o Partido Socialista faria bem em mudar de nome, porque o que defende NÃO é o socialismo. Quem defende o socialismo são o PCP e BE. O seu objectivo primário -- literalmente, no PCP -- é estabelecer um regime socialista.


Hmmm... penso que a definição de "socialismo" é abrangente o suficiente para lá caberem uma série de opiniões, a ponto de serem quase contraditórias. Eu percebo o que estás a defender, mas penso que o "Socialista" na sigla PS não é descabida, e deriva de um contexto histórico bem delineado.

Ainda não transcrevi para aqui os tais preambulos da constituição, de acordo com aquilo que seriam as intenções dos partidos originais da Constituinte, mas com esse post fizeste-me lembrar de uma interveção do Vital Moreira (PCP) a propósito da definição de "Socialismo"---e dos vários "usos" que dela eram feitos em conformidade com as ideologias dos partidos. Vou ver se encontro para transcrever para aqui (mais logo...  :P)


Praticamente todas as definições de socialismo que se conseguem encontrar correntemente são consensuais em excluir a propriedade privada, ou pelo menos a propriedade dos meios de produção.



Citar
socialism
      noun so·cial·ism \ˈsō-shə-ˌli-zəm\
: a way of organizing a society in which major industries are owned and controlled by the government rather than by individual people and companies
Full Definition of SOCIALISM

1
:  any of various economic and political theories advocating collective or governmental ownership and administration of the means of production and distribution of goods
2
a :  a system of society or group living in which there is no private property
b :  a system or condition of society in which the means of production are owned and controlled by the state
3
:  a stage of society in Marxist theory transitional between capitalism and communism and distinguished by unequal distribution of goods and pay according to work done


http://www.merriam-webster.com/dictionary/socialism


-----------

Eu não tenho paciência para ir post a post ver quem levou o debate para onde ele estava a ir, portanto apaguei 2 páginas inteiras de posts. Contenham-se, todos.
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Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2668 em: 2015-11-14 17:46:46 »
tem-se falado muito de espantalhos.

Strawmanning
A type of trolling where the Troller attempts to pwn someone by claiming something they said means something totally different to what that actually meant.
Innocent Person: "I think it is important that school children wear school uniforms".

Strawmanning Person: "Hitler believed in people wearing uniforms, are you trying to make all children Nazis?"

Innocent Person: No, that is not at all what I meant!

Strawmanning Person: Ha! I owned you!

O PCP está a mostrar ser o maior espantalho de todos os tempos.
ninguém, que eu saiba, aqui é comunista.
no entanto, uma enorme quantidade de posts são destinados a fazer passar um bom número de users por comunistas.
o objectivo não é claro e porventura que usa o espantalho comunista não sabe bem o que realmente quer fazer com ele.
atacar liberais? social-democratas? as intenções são dúbias. não porque estejam dissimuladas. mais porque não há intenção para lá a de esmurrar figuradamente alguns users mais liberais ou social-democratas do forum.

é, no entanto, uma conhecida falácia e forma de trolling.
que tem sido usada de uma forma espantosamente prolífica nestas conversas (dificilmente posso chamar debate a isto) que aqui temos tido.

Straw man
From Wikipedia, the free encyclopedia

A straw man is a common form of argument and is an informal fallacy based on giving the impression of refuting an opponent's argument, while actually refuting an argument which was not advanced by that opponent.

The so-called typical "attacking a straw man" argument creates the illusion of having completely refuted or defeated an opponent's proposition by covertly replacing it with a different proposition (i.e., "stand up a straw man") and then to refute or defeat that false argument ("knock down a straw man") instead of the original proposition.

This technique has been used throughout history in polemical debate, particularly in arguments about highly charged emotional issues where a fiery, entertaining "battle" and the defeat of an "enemy" may be more valued than critical thinking or understanding both sides of the issue.


O PCP devia chamar-se PEP. Partido espantalho português.

L

volto a postar o tópico porque deve ter sido apagado por engano.
foi na enxurrada.
« Última modificação: 2015-11-14 17:48:54 por Lark »
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
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If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2669 em: 2015-11-14 17:50:02 »
social democracy
     
: a political movement that uses principles of democracy to change a capitalist country to a socialist one

: a country that uses both capitalist and socialist practices

merriam-webster

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2670 em: 2015-11-14 17:52:09 »
social democracy
     
: a political movement that uses principles of democracy to change a capitalist country to a socialist one

: a country that uses both capitalist and socialist practices

merriam-webster

L


Portanto bebe um pouco de ambas, como já sabíamos. O socialismo não bebe um pouco de ambas, ao eliminar a propriedade privada ou a propriedade privada dos meios de produção, exclui o capitalismo. Exclui também o desenvolvimento e leva ao colapso económico, claro.

---------

Já agora a definição toda era esta:

Citar
Full Definition of SOCIAL DEMOCRACY

1
:  a political movement advocating a gradual and peaceful transition from capitalism to socialism by democratic means
2
:  a democratic welfare state that incorporates both capitalist and socialist practices


O socialismo acaba por ser o pior do capitalismo e comunismo. Nem há igualdade, nem há desenvolvimento.

Outra coisa, uma coisa é a tentativa de levar a coisa para o socialismo (mesmo na parte da definição que destacas) outra é SER socialismo.
« Última modificação: 2015-11-14 17:55:46 por Incognitus »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2671 em: 2015-11-14 17:58:14 »
social democracy
     
: a political movement that uses principles of democracy to change a capitalist country to a socialist one

: a country that uses both capitalist and socialist practices

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L


a pretensão da social-democracia em criar uma sociedade socialista, é evidente.
o socialismo, defendido pelos sociais democratas, não implica a ausência do direito à propriedade ou a inexistencia de uma economia de mercado.
é, não obstante, socialismo.

por isso os partidos social-democratas se chamam maioritariamente socialistas.

um regime em que a propriedade privada é inexistente tal como a economia de mercado, é comunista.

os comunistas advogam que se tem que passar por uma fase socialista - em que é admissível a propriedade privada e a economia de mercado - para atingir uma sociedade comunista.

é essa a diferença. tudo o resto são sofismas irrelevantes.

L
« Última modificação: 2015-11-14 18:04:23 por Lark »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2672 em: 2015-11-14 18:08:52 »
social democracy
     
: a political movement that uses principles of democracy to change a capitalist country to a socialist one

: a country that uses both capitalist and socialist practices

merriam-webster

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a pretensão da social-democracia em criar uma sociedade socialista, é evidente.
o socialismo, defnedido pelos sociais democratas, não implica a ausência do direito à propriedade ou a inexistencia de uma economia de mercado.
é, não obstante, socialismo.

por isso os partidos social-democratas se chamam maioritariamente socialistas.

um regime em que a propriedade privada é inexistente assim como a economia de mercado, é comunista.

os comunistas advogam que se tem que passar por uma fase socialista - em que é admissível a propriedade privada e a economia de mercado - para atingir uma sociedade comunista.

é essa a diferença. tudo o resto são sofismos irrelevantes.

L


Bem, a tua ideia sobre o que o socialismo é, que até é partilhada por muitas pessoas, não é a que consta na larga maioria das definições do mesmo. Desafio-te a encontrares UMA definição que diga que o socialismo inclui a possibilidade de capitalismo (que seja indepentente e não parta de um partido socialista, porque se leres os estatutos do PCP, eles também se dizem "democratas").

A social-democracia, mesmo na definição que colocaste, seria NO MÁXIMO uma tentativa de chegar ao socialismo (e isso é em parte da definição, na outra alternativa é simplesmente um sistema que combina partes do capitalismo e socialismo), e não socialismo (literalmente é o que ali está escrito). Ou seja, a social democracia seria tanto socialismo como tu dares um pulo na tentativa de chegares à lua, e dizeres que aí tinhas chegado.

O socialismo difere do comunismo na medida em que permite classes e rendimentos diferentes consoante "a importância para a sociedade", o comunismo não permite isso. Qualquer observação de um estado que se diga comunista, rapidamente mostra que é "socialista a caminho do comunismo", incluindo a URSS desde 1917. Chegar ao comunismo nunca se chegaria, porque quem manda no socialismo não tem incentivo para tal (pois goza de um nível de vida melhor que a média, e deixaria de o gozar).

Basicamente, nem a social-democracia nem o socialismo são o que tu desejarias que fossem, e na tua ideia ambos até seriam o mesmo o que é absurdo.
« Última modificação: 2015-11-14 18:09:12 por Incognitus »
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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2673 em: 2015-11-14 18:16:23 »
se fossem mesma coisa portugal nao tinha luta nenhuma


aqui sempre foi social democracia contra comunismo 
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2674 em: 2015-11-14 18:19:18 »
se fossem mesma coisa portugal nao tinha luta nenhuma


aqui sempre foi social democracia contra comunismo

social-democracia - PS. foram os que combateram o comunismo no prec.
a direita manteve-se encolhidinha em casa.

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2675 em: 2015-11-14 18:21:41 »
se fossem mesma coisa portugal nao tinha luta nenhuma


aqui sempre foi social democracia contra comunismo

social-democracia - PS. foram os que combateram o comunismo no prec.
a direita manteve-se encolhidinha em casa.



a direita era PS  ;)
« Última modificação: 2015-11-14 18:22:04 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Lark

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2676 em: 2015-11-14 18:22:52 »
O discurso da vida de Soares no comício da Fonte Luminosa

Naquele que viria a ser o primeiro dia do resto da sua vida, Mário Soares almoçou em Sintra com o futuro primeiro-ministro francês Michel Rocard. Falaram longamente de vinhos, como se Portugal vivesse em plena normalidade e aquele fosse um Verão como todos os outros. Mas não era. Poucas horas depois o Soares tranquilo dava lugar ao Soares indignado, gritando em cima de um palco duras palavras de ordem que alteraram o curso da revolução portuguesa. Foi o dia em que a "maioria silenciosa" do País decidiu enfim descer à rua, com o PS à frente, contra todos os radicalismos da esquerda civil e do Movimento das Forças Armadas (MFA).

Nove dias antes, o PS havia abandonado o IV Governo Provisório, liderado pelo general Vasco Gonçalves. A tomada do jornal República por tipógrafos conotados com a esquerda radical fora a gota de água numa série de divergências entre Soares e o PCP, de Álvaro Cunhal (ver páginas 3 e 4). Divergências iniciadas em Janeiro de 1975, com o aceso debate sobre a unicidade sindical, que o PS combatia em nome da livre constituição de sindicatos, e acentuadas nas celebrações do 1º de Maio, quando Soares foi impedido de subir à tribuna do comício "unitário" enquanto Cunhal brilhava nesse mesmo palco.

O PS era a força mais popular do País a 25 de Abril de 1975, vencera as eleições para a Assembleia Constituinte (com 38%), muito acima do PCP (que teve apenas 12,5%). Mas nas ruas, dominadas por manifestações diárias da esquerda mais radical, e nos órgãos de informação, na grande maioria controlados pelo PCP, o quadro apresentava-se bem diferente. Pareciam dois países dentro do País.

Para Soares, chegara a hora de fazer coincidir a maioria eleitoral e sociológica com a vontade das ruas. Para mostrar ao mundo que o Portugal de 1975 não era a Rússia de 1917 nem a Checoslováquia de 1948.

Nos primeiros dias de Julho, o estado-maior socialista reuniu-se para deliberar uma série de demonstrações de força, que deveriam culminar em dois comícios sucessivos sexta-feira, 18, no Porto; e sábado, dia 19, em Lisboa.

"A partir do momento em que as eleições se haviam realizado - e que o PS ganhara uma indiscutível legitimidade democrática -, estávamos em situação de cortar com o gonçalvismo [linha política pró-comunista, liderada por Vasco Gonçalves] e de fazer a nossa própria política", lembra Soares no livro Ditadura e Revolução, feito em parceria com Maria João Avillez.

O PS contava com o apoio de toda a Europa social-democrata, que em grande parte se encontrava no poder. Harold Wilson (Grã-Bretanha), Helmut Schmidt (Alemanha), Bruno Kreisky (Áustria), Olof Palme (Suécia) e Joop Den Uyl (Holanda) eram alguns dos amigos de Soares que dirigiam governos estrangeiros e lhe transmitiam mensagens de ânimo. E até alguns líderes comunistas, como o espanhol Santiago Carrillo e o italiano Enrico Berlinguer, manifestaram apoio ao PS no caso República.

um murro na mesa. Faltava escolher o local para a manifestação na capital. Quando alguns colegas da direcção do partido sugeriram um recinto de média dimensão, Soares deu um murro na mesa ele, pelo contrário, apostava no maior espaço disponível de Lisboa. "Mandem já marcar a Alameda!"

No dia 18, os comunistas e alguma esquerda militar procuraram barrar os acessos ao Porto. Sem êxito o comício no Estádio das Antas, que abarrotava de gente, foi um sucesso. E o melhor dos ensaios para a concentração de Lisboa.

Na própria edição do dia 19, o Diário de Notícias - dirigido pela dupla Luís de Barros-José Saramago - dava o mote ao bloqueio do comício na capital, com esta larga manchete "Povo e militares nas barricadas em defesa da revolução". A Intersindical convocava os trabalhadores a "integrarem-se nas barreiras". O PCP, em comunicado, ia mais longe: "É preciso cortar o passo à reacção! É necessário levantar barragens para impedir uma marcha sobre Lisboa."

Apesar das barricadas, a Alameda transformou-se num mar de gente - da Fonte Luminosa às imediações do Instituto Superior Técnico. Falando na instalação sonora, Manuel Alegre garantia que se encontravam ali 300 mil pessoas.

Durante quase quatro horas, sucederam-se os oradores, incluindo alguns deputados à Assembleia Constituinte Manuel Pires, Luís Filipe Madeira, Marcelo Curto. Lopes Cardoso, líder do grupo parlamentar do PS, denunciou a "acção irresponsável" do PCP, "semeando o ódio". Salgado Zenha, número dois socialista, disparou contra Vasco Gonçalves, chamando-lhe "um factor de divisão nacional".

Mas o mais inspirado foi Soares, que fez talvez o discurso da sua vida. "Nós não temos medo", bradou. Cada vez mais rouco, à medida que o discurso progredia, o líder socialista sublinhou "Não pode impunemente mentir-se ao povo português." Insurgiu-se contra os dirigentes do PCP, que queriam "amordaçar a voz do povo", e arrancou prolongados aplausos ao garantir: "Uma marcha sobre Lisboa só existia na cabeça desses paranóicos." Lembrou "os dois milhões e meio de portugueses que votaram no PS" e exigiu a demissão imediata de Vasco Gonçalves

A multidão gritava slogans que não se escutavam noutras manifestações "É preciso respeitar a vontade popular"; "O povo não está com o MFA". Virava-se uma página na revolução: a rua deixava de ser monopólio dos comunistas e da extrema-esquerda.

Michel Rocard estava lá para testemunhar. O Soares burguês e bon vivant que com ele almoçara em Sintra nada tinha a ver com aquele orador arrebatado no palco da Fonte Luminosa. De facto, Lisboa não seria Moscovo nem Praga. A História nem sempre se repete...

dn
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Incognitus

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2677 em: 2015-11-14 18:23:29 »
se fossem mesma coisa portugal nao tinha luta nenhuma


aqui sempre foi social democracia contra comunismo

social-democracia - PS. foram os que combateram o comunismo no prec.
a direita manteve-se encolhidinha em casa.

L

Social-democracia = PS, PSD, se calhar até BE (na prática), CDS, etc. Tudo são diferentes misturas de capitalismo e socialismo, quanto muito.

Tu basicamente estás a defender algo irracional: que socialismo e social-democracia são a mesma coisa. Algo que não é suportado pela generalidade das definições. Se socialismo = social-democracia, então praticamente todas as definições diriam serem sinónimos.
« Última modificação: 2015-11-14 18:25:02 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Zel

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2678 em: 2015-11-14 19:01:29 »
o BE tb eh comunista, embora de varios tipos diferentes e em geral mais tolerante

Jsebastião

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Re: Parlamento sem maioria absoluta
« Responder #2679 em: 2015-11-14 21:46:57 »
Visões diferentes entre o que deveria ser o socialismo

tevemos nos no PREC


grandes debates do cunhal e soares queriam lideram povo forma diferente

o debate do povo

https://www.youtube.com/watch?v=CbxGF7ZhHDM
37 anos depois
https://www.youtube.com/watch?v=MVZvdk1o0cg

Exacto.

Já consegui localizar o discurso de Vital Moreira perante a assembleia COnsittuinte a propósito do assunto "socialismo", e já me vou por a copiar o texto...

«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

«Name one thing that can't be negotiated...» - Walter "Heisenberg" White---Breaking Bad