O ministro da administração interna diz que é proibido circular por motivos não essenciais mas depois não exige um documento a comprovar a necessidade da deslocação. Isto assim acaba por ser uma perda de tempo e de recursos. É certo que sempre desincentiva alguma coisa, mas com o comprovativo seria muito mais eficaz.
Podia criar-se as autorizações numa base de dados associada à matrícula como comprovativo, para a polícia não ter de andar a manusear papéis. Como estão a fazer até pode ser contraproducente, porque os condutores têm de estabelecer diálogo com o polícia a dar explicações verbais do que andam a fazer e muitas vezes não cumprindo a distância de segurança. Não é recomendável que um polícia esteja numa operação stop a mandar parar e a falar diariamente com centenas de pessoas.
Não vejo como é que isso seria possível porque as pessoas podem sair para uma multiplicidade de coisas. Hoje para ir ao supermercado, daqui a três dias para ir ao pão, na próxima semana para ir buscar um miúdo que esteja em guarda conjunta, noutro dia para ir à farmácia comprar medicamentos para os pais, etc.
A única coisa verdadeiramente fixa parece ser a pessoa ir de carro trabalhar, como disse o Pedras. De resto é muito volátil.
Tanto quanto li, em França têm de escrever uma declaração sempre que saem à rua, copiar a minuta, dizer que previsivelmente das X à Y e o efeito da deslocação é ir a tal parte, sito em X. E como metem a data, só serve nesse dia. Idem em Itália. É mais desincentivador ter de escrever sempre a mesma coisa.
Claro que podem escrever que vão ao supermercado e ir à amante, mas é preciso a amante ser perto do supermercado e não será aceite que alguém do Seixal vá ao supermercado ao Cascais Shopping. Não sendo o ideal, se querem controlar tinha de ser assim. Sem ser com papel é mais difícil.
Uma prima minha foi controlada depois de vir do supermercado. Pediram-lhe o talão das compras. De qq das formas, não havendo penalização acessória (coima), mesmo que ela não tivesse talão o mais que faziam era mandarem-na para casa.