Também não defendi nenhuma excepção aos artistas, acho é que as regras que foram feitas para abranger o pessoal de recibo verdes não abrange a maioria dos artistas, como a regra de terem que ter tido em 2019 3 meses seguidos de actividade aberta. Os trabalhos deles são esporádicos no tempo e abrem quando fazem alguma coisa. Por exemplo um desses meus amigos abriu actividade, segundo ele, por 6 vezes. Mas não esteve com ela aberta 3 meses seguidos, portanto fica sem direito a nada. O que eu defendo é incluirem os artistas nos apoios, não é darem-lhes mais que aos outros. Não te esqueças que eu estava contra, tal como vocês, o milhão da RTP. E tal como eles.
Não dúvido Robaz, mas da mesma forma que há esses que conheces, por estares mais ligado ao meio (ou via amigos), haverá outros idênticos. Por exemplos, no ténis o jornalismo é essencialmente feito por free lancers. Tipos que cobrem localmente os eventos (ou que são contatados para ir a X ou Y cobrir outros países diferente do seu) e que vendem o seu trabalho às agências noticiosas, que depois os difundem. Com a inexistência de torneios, esses desgraçados ficaram sem nada para facturar. Os professores de tenis, por exemplo, costumam receber um X por aula (o clube cobra X e dá Y ao professor). Não há aulas, não há dinheiro.
Ou seja, há um mundo de gente idêntica a esse exemplo que dás e aos que eu dei, e muitos outros que nem nos passa pela cabeça, e que estão na mesma situação. Os apoios devem, por isso, ser genéricos, não discriminando por sector, mas sim por situação laboral.
É por isso que me causa comichão quando se tenta justificar isto ou aquilo num sector com o "tem uma equipa de gente a trabalhar com eles", como foi o caso da música ou que vai ser, seguramente, com o teatro e outras coisas.
O Luis de Matos tem uma equipa enorme a trabalhar com ele, seguramente tem malta que trabalha à peça (cenários e coisas do género), e que também estarão à rasca. É exactamente igual a um músico, mas não é músico, é ilusionista.