Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3466045 vezes)

Zel

  • Visitante
Re: Portugal falido
« Responder #5420 em: 2013-10-17 13:29:31 »
concordo e a suica eh o pais mais perto dessa filosofia que conheco, sai do cancro brasileiro para um pais no extremo oposto que agora aprecio ainda mais

gatogato

  • Jr. Member
  • **
  • Mensagens: 74
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5421 em: 2013-10-17 13:33:41 »
Já que tanto fala-se de TC e Constituição nos últimos tempos.....

Concordo com o INC, não há nada a alterar que pudesse mudar a questão actual dos chumbos do TC. Os princípios que eles invocam estão em qualquer Constituição, pois são princípios básicos que estão sempre incorporados. Não há forma de alterar isso. A questão é a leitura desses mesmos fundamentos e aí como eles são humanos vão oscilar ao longo do tempo e conforme os interesses.
Como disse e bem o Tote uma forma seria inscrever o tal limite na Constituição. Mas isso será complicado, os partidos parecem uma cambada de putos e para chegarem a um acordo desse era preciso que a Sra de Fátima visitasse Portugal novamente.

(...)

Como já disse, poderá não ser preciso que a Nossa Senhora tenha de ceder a preces de Cavaco e da sua Maria, pois a imposição da inscrição na CRP do limite do défice pode vir mesmo de outra forma: como condição necessária de um segundo resgate.  Aliás, penso que a única forma de tal alteração na CRP vir a ter lugar - é como dizes, Thunder, não é esta cambada que vai, voluntariamente, decidi-la. Por outro lado, já não consigo saber qual a atiturde que a troika irá adoptar a partir daqui: se vai endurecer as exigências ou se vai começar a capitular e começar a dar folgas...
« Última modificação: 2013-10-17 13:34:29 por gatogato »

karnuss

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1071
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5422 em: 2013-10-17 13:36:18 »
Bom artigo do Pedro Santos Guerreiro:

Citar
Fernando Ulrich tinha razão, o povo aguentaria mais austeridade. Tanto aguentaria que aguentará este Orçamento. Por mais que Passos Coelho finja que isto é igual ao litro, isto é igual à tonelada. Vai valer a pena? Em vez de fazer de conta, façamos contas.

O presidente do BPI nunca desejou mais austeridade, avisou apenas que quem pensava que não era possível dar mais peso ao fardo estava enganado. É um facto: enganado estava. Como aqui se escreveu ontem, cortar custos do Estado é isto e isto só veio tarde, o que tornou tudo mais injusto; e este Orçamento não visa crescimento, nem reformas, nem justiça, visa apenas comprar bilhete para aceder aos mercados e ao programa cautelar. Mas agora emparedemos a alma e empedremos o coração. Pensemos como um computador. Analisemos os riscos.

O crescimento económico orçamentado (de 0,8%) depende um pouco do investimento e sobretudo das exportações e do mercado interno.

O aumento do investimento terá de ser sobretudo privado (o Estado permanece depenado) e estrangeiro (as empresas portuguesas continuam descapitalizadas e o crédito caro). A ferramenta do Governo, de descida do IRC, está longe de ser um choque fiscal. E mais importante que isso é a justiça e a estabilidade política, que não se legislam.

Para as exportações contribui a competitividade das empresas portuguesas e a procura externa, que não controlamos.

Para o mercado interno é preciso mais consumo das famílias. É aqui que entra o medo do "choque de expectativas". É curioso que o mesmo Governo que desejava o aumento da taxa de poupança (que se verificou) queira agora que esse dinheiro seja gasto. Como curioso é que o primeiro-ministro reconheça que esse aumento da poupança resulta de medo das famílias, mais do que de uma nova atitude cultural perante o consumismo, o crédito e a poupança. Se o primeiro-ministro tiver razão (e possivelmente tem), isso só quer dizer que quando estiver "tudo bem", os portugueses consumirão furiosamente como dantes. Não é grande perspectiva.

O problema é que o choque de austeridade não é apenas um choque de expectativas. Muitas famílias terão menos dinheiro. E é um paradoxo que o mesmo Governo que quer que os portugueses consumam mais queira também que poupem mais, pretendendo arrecadar 2,5 mil milhões em certificados de aforro e do tesouro. Com um corte de rendimentos, não é possível ao mesmo tempo gastar alegremente e poupar caninamente.

Que efeitos terá este choque no PIB, denominador de todos os rácios orçamentais? Sejamos ainda mais analíticos. Usemos os famosos múltiplos, que em 2012 traíram a infalibilidade dos modelos do FMI e de Vítor Gaspar. O Governo vai cortar quase quatro mil milhões de euros, o que com um múltiplo de 0,8 (usado em 2012) significa que o PIB perderá 3,2 mil milhões de euros, ou quase dois pontos percentuais. Se assumirmos um múltiplo maior, de 1,5 vezes, então o efeito recessivo é de seis mil milhões de euros, ou um pouco mais de 3,5 pontos percentuais do PIB.

Estes são riscos reais, ou a diferença entre ter crescimento baixo ou regressar à recessão. Nesse caso, não se percebe, por exemplo, como espera o Governo encaixar mais quase 900 milhões em impostos, metade dos quais no IRS. Como, se não há mais emprego e se há corte de pensões e de salários? Depois das cabeleireiras, vão perseguir os engraxadores?

São perguntas estritamente lógicas sobre um orçamento que se diz estritamente lógico. Mas o OE não é apenas lógico, é também ideológico. Na descida do IRC. No aumento do orçamento do Ministério da Defesa e redução do da Saúde. No propor menos Estado e menos apoios sociais.

José Sócrates diz em entrevista ao Expresso: "Sou o chefe democrático que a direita sempre quis ter". Estou completamente de acordo. A "esquerda moderna" com que ganhou a maioria absoluta em 2005 é social-democracia de direita envergonhada que domina o PSD. Mas não com Passos Coelho, o mais liberal de todos que está mais liberal que nunca. A sua maior escravidão é, no entanto, não ser escravo do povo, mas dos mercados. Este Orçamento é deles. Para eles. E por eles. Que corra bem. Que valha a pena.

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5423 em: 2013-10-17 13:54:38 »
Por um lado acho que se queremos democracia e ela pode ser mais directa, o deve ser.

Por outro, qualquer pergunta que seja feita às pessoas deve ser muito concreta e trazida ao nível da pessoa em vez de ser uma coisa conceptual. As propostas deveriam vir com um custo associado ao nível da pessoa, tipo "É de manter a RTP?", "Custo estimado para si: 50 EUR/Ano".

As pessoas não percebem o poder que possuem e que delegam de olhos fechados.
Por exemplo: Toda a gente reclama (e bem) das reformas antecipadas escandalosas dos deputados. Trocam-se mensagens nas redes sociais e tal e coiso (a maioria nem lê nada, vê que é algo a malhar nos políticos e reencaminha).
Convocava-se um referendo e a população deliberava sobre a questão.
É claro que este sistema não é isento de defeitos e em muitas questões mais complexas iria ser um bico-de-obra para saírem decisões de jeito. Mas acho que rapidamente as pessoas iriam interessar-se mais pelos assuntos, iriam debater com mais propriedade as questões e reflectir melhor nos assuntos, pois iriam perceber que os seus actos têm consequências directas, que seriam responsáveis pelo desenrolar dos acontecimentos.


Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Zel

  • Visitante
Re: Portugal falido
« Responder #5424 em: 2013-10-17 13:59:04 »
na suica se um politico faz uma lei estupida arrisca-se a ser humilhado num refendo convocado para revogar essa lei, neste momento basta essa ameaca para terem cuidado e fazerem poucas dessas

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5425 em: 2013-10-17 14:00:26 »
concordo e a suica eh o pais mais perto dessa filosofia que conheco, sai do cancro brasileiro para um pais no extremo oposto que agora aprecio ainda mais

Tenho a ideia que realmente a Suíça é um "líder" nesse aspecto.
Deve ser um gosto viver num sistema desses!!
Podes desenvolver um pouquinho mais o assunto p.f.
Qual o critério para convocar-se um referendo?
Qual a tua percepção da cultura política e económica do cidadão "médio"?
As pessoas interessam-se pelos assuntos?
Há muita abstenção?
Os assuntos levados a referendo são importantes do teu ponto de vista, ou achas que são questões menores?
As pessoas cedem facilmente "a demagogia barata"?
Os referendos podem interferir sobre o OE?

Desculpa tanta pergunta, mas embalei.....  :)
Não precisas de responder a todas, são apenas ideias....

Desde já obrigado!  :)
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5426 em: 2013-10-17 14:14:31 »
Já que tanto fala-se de TC e Constituição nos últimos tempos.....

Concordo com o INC, não há nada a alterar que pudesse mudar a questão actual dos chumbos do TC. Os princípios que eles invocam estão em qualquer Constituição, pois são princípios básicos que estão sempre incorporados. Não há forma de alterar isso. A questão é a leitura desses mesmos fundamentos e aí como eles são humanos vão oscilar ao longo do tempo e conforme os interesses.
Como disse e bem o Tote uma forma seria inscrever o tal limite na Constituição. Mas isso será complicado, os partidos parecem uma cambada de putos e para chegarem a um acordo desse era preciso que a Sra de Fátima visitasse Portugal novamente.

(...)

Como já disse, poderá não ser preciso que a Nossa Senhora tenha de ceder a preces de Cavaco e da sua Maria, pois a imposição da inscrição na CRP do limite do défice pode vir mesmo de outra forma: como condição necessária de um segundo resgate.  Aliás, penso que a única forma de tal alteração na CRP vir a ter lugar - é como dizes, Thunder, não é esta cambada que vai, voluntariamente, decidi-la. Por outro lado, já não consigo saber qual a atiturde que a troika irá adoptar a partir daqui: se vai endurecer as exigências ou se vai começar a capitular e começar a dar folgas...

A Troika "impor" um alteração dessas.... acho pouco provável.
Há um sentimento muito forte de "perda de soberania" com a intervenção da Troika e uma intervenção desse tipo iria dar muita força (ou até o argumento final) para esse tipo de leitura.
Penso que irá endurecer exigências, o Governo/whatever vai dizer que, sim, sim, sim, somos muito bonzinhos e vamos cumprir isso tudo e até mais..... mas como o comboio já vai de tal forma lançado (dívida em % do PIB e peso do serviço da dívida), penso que é tudo um adiar, um empurrar com a barriga.... vamos pelo barranco abaixo.... qual será o fim (default, default parcial, etc), sinceramente não sei...
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

Thunder

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2009
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5427 em: 2013-10-17 14:24:00 »
Bom artigo do Pedro Santos Guerreiro:

Citar
Fernando Ulrich tinha razão, o povo aguentaria mais austeridade. Tanto aguentaria que aguentará este Orçamento. Por mais que Passos Coelho finja que isto é igual ao litro, isto é igual à tonelada. Vai valer a pena? Em vez de fazer de conta, façamos contas.

O presidente do BPI nunca desejou mais austeridade, avisou apenas que quem pensava que não era possível dar mais peso ao fardo estava enganado. É um facto: enganado estava. Como aqui se escreveu ontem, cortar custos do Estado é isto e isto só veio tarde, o que tornou tudo mais injusto; e este Orçamento não visa crescimento, nem reformas, nem justiça, visa apenas comprar bilhete para aceder aos mercados e ao programa cautelar. Mas agora emparedemos a alma e empedremos o coração. Pensemos como um computador. Analisemos os riscos.

O crescimento económico orçamentado (de 0,8%) depende um pouco do investimento e sobretudo das exportações e do mercado interno.

O aumento do investimento terá de ser sobretudo privado (o Estado permanece depenado) e estrangeiro (as empresas portuguesas continuam descapitalizadas e o crédito caro). A ferramenta do Governo, de descida do IRC, está longe de ser um choque fiscal. E mais importante que isso é a justiça e a estabilidade política, que não se legislam.

Para as exportações contribui a competitividade das empresas portuguesas e a procura externa, que não controlamos.

Para o mercado interno é preciso mais consumo das famílias. É aqui que entra o medo do "choque de expectativas". É curioso que o mesmo Governo que desejava o aumento da taxa de poupança (que se verificou) queira agora que esse dinheiro seja gasto. Como curioso é que o primeiro-ministro reconheça que esse aumento da poupança resulta de medo das famílias, mais do que de uma nova atitude cultural perante o consumismo, o crédito e a poupança. Se o primeiro-ministro tiver razão (e possivelmente tem), isso só quer dizer que quando estiver "tudo bem", os portugueses consumirão furiosamente como dantes. Não é grande perspectiva.

O problema é que o choque de austeridade não é apenas um choque de expectativas. Muitas famílias terão menos dinheiro. E é um paradoxo que o mesmo Governo que quer que os portugueses consumam mais queira também que poupem mais, pretendendo arrecadar 2,5 mil milhões em certificados de aforro e do tesouro. Com um corte de rendimentos, não é possível ao mesmo tempo gastar alegremente e poupar caninamente.

Que efeitos terá este choque no PIB, denominador de todos os rácios orçamentais? Sejamos ainda mais analíticos. Usemos os famosos múltiplos, que em 2012 traíram a infalibilidade dos modelos do FMI e de Vítor Gaspar. O Governo vai cortar quase quatro mil milhões de euros, o que com um múltiplo de 0,8 (usado em 2012) significa que o PIB perderá 3,2 mil milhões de euros, ou quase dois pontos percentuais. Se assumirmos um múltiplo maior, de 1,5 vezes, então o efeito recessivo é de seis mil milhões de euros, ou um pouco mais de 3,5 pontos percentuais do PIB.

Estes são riscos reais, ou a diferença entre ter crescimento baixo ou regressar à recessão. Nesse caso, não se percebe, por exemplo, como espera o Governo encaixar mais quase 900 milhões em impostos, metade dos quais no IRS. Como, se não há mais emprego e se há corte de pensões e de salários? Depois das cabeleireiras, vão perseguir os engraxadores?

São perguntas estritamente lógicas sobre um orçamento que se diz estritamente lógico. Mas o OE não é apenas lógico, é também ideológico. Na descida do IRC. No aumento do orçamento do Ministério da Defesa e redução do da Saúde. No propor menos Estado e menos apoios sociais.

José Sócrates diz em entrevista ao Expresso: "Sou o chefe democrático que a direita sempre quis ter". Estou completamente de acordo. A "esquerda moderna" com que ganhou a maioria absoluta em 2005 é social-democracia de direita envergonhada que domina o PSD. Mas não com Passos Coelho, o mais liberal de todos que está mais liberal que nunca. A sua maior escravidão é, no entanto, não ser escravo do povo, mas dos mercados. Este Orçamento é deles. Para eles. E por eles. Que corra bem. Que valha a pena.

Na parte final ele coloca o PPC como de direita (e bastante). Mas há uma coisa que não bate certo com esse rótulo.... o constante aumento de impostos, que se totalizarmos IRS, IVA, ISP, IMI, etc, etc, atinge nível lunáticos e de confisco....
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered

tote

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1281
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5428 em: 2013-10-17 14:24:12 »
nao estou em portugal mas sempre que posso pratico essas modalidades, gosto muito e recomendo

os impostos em portugal sao imorais e ninguem tem o dever moral de os pagar na totalidade

Mas se "gosta muito" (presumo que se traduz em alguma felicidade), "recomenda" (é algo suficientemente bom para si que aconselha os outros a fazer) e "PRATICA" (tem conhecimento de causa), não percebo porque refila tanto com os impostos altos.
Vamos manter os impostos altos para que o Neo-Liberal seja feliz!!

Zel

  • Visitante
Re: Portugal falido
« Responder #5429 em: 2013-10-17 14:44:42 »
nao estou em portugal mas sempre que posso pratico essas modalidades, gosto muito e recomendo

os impostos em portugal sao imorais e ninguem tem o dever moral de os pagar na totalidade

Mas se "gosta muito" (presumo que se traduz em alguma felicidade), "recomenda" (é algo suficientemente bom para si que aconselha os outros a fazer) e "PRATICA" (tem conhecimento de causa), não percebo porque refila tanto com os impostos altos.
Vamos manter os impostos altos para que o Neo-Liberal seja feliz!!

hehehe  ;)

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5430 em: 2013-10-17 19:28:20 »
As pessoas não percebem o poder que possuem e que delegam de olhos fechados.
Por exemplo: Toda a gente reclama (e bem) das reformas antecipadas escandalosas dos deputados. Trocam-se mensagens nas redes sociais e tal e coiso (a maioria nem lê nada, vê que é algo a malhar nos políticos e reencaminha).
Convocava-se um referendo e a população deliberava sobre a questão.


O referendo pode, de facto, ser proposto por iniciativa dos cidadãos mas tem de ser aprovado pela AR. O sistema está bem blindado.

Lei do referendo

Citar
Artigo 16.º
Titularidade
O referendo pode resultar de iniciativa dirigida à Assembleia da República por cidadãos
eleitores portugueses, em número não inferior a 75000, regularmente recenseados no
território nacional, bem como nos casos previstos no artigo 37.º, n.º 2, por cidadãos aí
referidos.

 
Artigo 17.º
Forma
1 - A iniciativa popular assume a forma escrita e é dirigida à Assembleia da República,
contendo, em relação a todos os signatários, os seguintes elementos:
a) Nome completo;
b) Número do bilhete de identidade.
 
2 - A Assembleia da República pode solicitar aos serviços competentes da Administração
Pública, nos termos do Regimento, a verificação administrativa, por amostragem, da
autenticidade das assinaturas e da identificação dos subscritores da iniciativa referida no
número anterior.
 
3 - Da iniciativa constará a explicitação da pergunta ou perguntas a submeter a referendo,
devidamente instruídas pela identificação dos actos em processo de apreciação na Assembleia
da República.
 
4 - Quando não se encontre pendente acto sobre o qual possa incidir referendo, deve a
iniciativa popular ser acompanhada da apresentação de projecto de lei relativo à matéria a
referendar.
 
5 - A iniciativa de grupos de cidadãos eleitores, verificada que seja a observância das
disposições constitucionais, legais e regimentais aplicáveis, toma a forma de projecto de
resolução para efeitos de discussão e votação em Plenário da Assembleia da República.


Happy_TheOne

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6653
  • I have a problem.I'm getting better at everything
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5431 em: 2013-10-17 19:48:25 »
Do que vou vendo por aí (antes e agora), um belo naco da fuga deve-se a não facturação e a não pagar IVA.

Pode ser que agora com o "totofisco" que vai sendo falado as pessoas comecem a apertar e a pedir fatura.
Agora o consumidor também vai sentir, porque algumas empresas ou repassam esse custo extra que vão ter ou vão estourar.

Há algum tempo aconteceu algo que ilustra bem o porque deste país estar todo f#dido:
O meu pai era sócio duma PME e estava a atender um juiz que estava a comprar artigos para reformar uma propriedade que tinha.
Naquela época o pessoal nas zonas mais rurais queria comprar sempre sem pagar IVA. Como devem compreender isso complicava em muito a contabilidade da empresa, e ao realizar as vendas tinham que "dar pra trás" os máximo que pudessem, tentando mentalizar o pessoal que não dava para fazer assim.
O tal juiz estava também a pressionar fortemente para comprar sem pagar o IVA. O meu pai la tentou explicar que era muito complicado vender tal material dessa forma (imaginem o caricato da situação!!), quando o homem sai-se com a seguinte pérola:
"Eu sou muito Constitucionalista, mas esse valor dá cabo do meu orçamento"
Está tudo dito.....

Tenho outros "casos" que se passaram onde eu trabalhava (local diferente do da situação acima), mas nem vale a pena. Esses casos só servem para mostrar que eles são pessoas cheias de defeitos e passíveis de errar (ou serem corrompidos) como a maioria de nós também o é.
Tudo isso para dizer que há reverência a mais para a classe judicial, o colocar o seus membros "nas nuvens", uns oráculos e iluminados, quando nos últimos tempos a actuação do ramo judicial tem sido lastimável.

A mim disseram-me cada pessoa tem o seu preço ;) é uma questão de chegar a esse preço ;D

Happy_TheOne

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6653
  • I have a problem.I'm getting better at everything
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5432 em: 2013-10-17 19:56:41 »
O orçamento anual que é despendido por  aqueles incompetentes todos que estão no circo que chamam de assembleia  deve dar para fazer uns 50 referendos por ano ....logo dispensa-se a assembleia toda e sempre que algo tiver de ser aprovado o presidente convoca a população a referendo .... ;)

Zel

  • Visitante
Re: Portugal falido
« Responder #5433 em: 2013-10-17 20:52:51 »
concordo e a suica eh o pais mais perto dessa filosofia que conheco, sai do cancro brasileiro para um pais no extremo oposto que agora aprecio ainda mais

Tenho a ideia que realmente a Suíça é um "líder" nesse aspecto.
Deve ser um gosto viver num sistema desses!!
Podes desenvolver um pouquinho mais o assunto p.f.
Qual o critério para convocar-se um referendo?
Qual a tua percepção da cultura política e económica do cidadão "médio"?
As pessoas interessam-se pelos assuntos?
Há muita abstenção?
Os assuntos levados a referendo são importantes do teu ponto de vista, ou achas que são questões menores?
As pessoas cedem facilmente "a demagogia barata"?
Os referendos podem interferir sobre o OE?

Desculpa tanta pergunta, mas embalei.....  :)
Não precisas de responder a todas, são apenas ideias....

Desde já obrigado!  :)

nao fiques chateado mas nao me considero especialista para te responder como gostaria e muitas das respostas estao disponiveis pelo google e wikipedia


valves1

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1160
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5434 em: 2013-10-17 21:08:34 »
Citar
Na parte final ele coloca o PPC como de direita (e bastante). Mas há uma coisa que não bate certo com esse rótulo.... o constante aumento de impostos, que se totalizarmos IRS, IVA, ISP, IMI, etc, etc, atinge nível lunáticos e de confisco....
esse e o grande problema deste governo : nao ser  carne nem  peixe . Cortando na despesa e aumentando  nos impostos.
desagradou a  a tudo e a  todos atinjindo o pleno ( do descontentamento ).
Neste momento ja se percebeu que existe flexibilidade por parte da Alemanha para validar defices de 6/7 % em boa medida
o perdao de divida esta em marcha.
 se o tribunal constitucional inviabilizar os cortes e se a Alemanha voltar a validar niveis altos de defice  na pratica o perdao de divida acontecera mesmo antes do corte nominal da divida da Republica Portuguesa ou seja Portugal sentira os efeitos de um perdao de divida mesmo antes do corte nominal do capital em divida ...
"O poder só sobe a cabeça quando encontra o local vazio."

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5435 em: 2013-10-17 21:10:20 »
Eheheh, muito bom

Citar
Como fazer um Orçamento de Estado à moda do povo
Henrique Monteiro

Já aqui critiquei duramente este Orçamento do Estado, que me parece ir na linha do costume - não há reformas, há impostos e cortes ao desbarato. Claro que não tenho alternativa, mas depois de ouvir atentamente a vox populi, cheguei a 12 conclusões. (Concordo com algumas, mas confesso que com estas condicionantes não conseguia fazer orçamento nenhum).

1)      Não se pode cortar nas pensões. É imoral e são direitos adquiridos e já pagos.

2)      Não se pode despedir funcionários públicos. Desfaz as legítimas expectativas contratuais que estes tinham quando foram contratados (até 2009).

3)      Não se pode aumentar mais os impostos. O que se paga já é de loucos

4)      Não se pode cortar nas despesas da Saúde, Educação, Justiça e Segurança Social - já são escassas e mais cortes é dar cabo do Estado Social. Devia-se, até, aumentar alguns desses orçamentos, colocar no quadro os trabalhadores contratados e aumentar a dotação para a cultura.

5)      Não se pode aumentar substancialmente os impostos sobre as grandes fortunas ou as empresas poderosas, caso contrário elas abandonam o país e vão pagar impostos para outro sítio.

6)      Não se pode falar da dívida de 1,6 mil milhões de Angola a Portugal, porque se estragam as relações entre os países (nem dos 3,2 mil milhões que, somados a Angola, nos deve também Moçambique - mil milhões - e em partes muitos mais pequenas, Cabo Verde, Guiné e São Tomé). Mas eles vão pagar.

7)      Não se pode baixar o IRC, mesmo quando se defende o crescimento da Economia, porque isso é beneficiar uns poucos grupos ricos em detrimentos dos pobres.

8 )     Não se podem cortar salários na função pública, sobretudo quando se começa na miséria de salários de 600 euros.

9)      Não se pode despedir funcionários por razões económicas, porque não foram eles a gerir as repartições e empresas.

10)   Pode-se despedir à vontade motoristas, assessores e membros de gabinetes de ministros, ainda que os homens também tenham família a sustentar.

11)   Tudo isto se deve ao neo-liberalismo ou então a José Sócrates.

12)   Se o país ficasse entregue a participantes dos fóruns e espaços de opinião pública da TSF, Antena 1, SIC, etc. há muito que tínhamos o país salvo e as contas sãs.

http://expresso.sapo.pt/como-fazer-um-orcamento-de-estado-a-moda-do-povo=f836100#ixzz2i0nXt8iX

Happy_TheOne

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6653
  • I have a problem.I'm getting better at everything
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5436 em: 2013-10-17 23:00:15 »
Automek,

Isso devia estar na secção anedotas :)

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13854
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5437 em: 2013-10-17 23:01:30 »
Gostava de ver hoje
as discussões deste fórum
de Outubro de 2017.

Happy_TheOne

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 6653
  • I have a problem.I'm getting better at everything
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5438 em: 2013-10-18 01:14:48 »
Alguém no privado pagas indemnizações deste valor  :o

Deixo o quadro dos professores

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30962
    • Ver Perfil
Re: Portugal falido
« Responder #5439 em: 2013-10-18 01:45:59 »
O quadro é estranho, não faz sentido pagar tanto a quem se está quase a reformar.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com