Em entrevista ao jornal Público, a primeira depois de meses de silêncio, Alberto João Jardim teceu fortes críticas ao líder do PSD, Pedro Passos Coelho, com quem admitiu ter “uma questão pessoal”, acusando-o de “estar agarrado ao lugar”, de ter “mau caráter” e de se “ter retirado da matriz social-democrata e ter arrastado o PSD para a direita”.
Fora do poder há mais de um ano, Jardim acusou Passos Coelho de ter transformado Portugal num “protetorado”, algo que o primeiro-ministro António Costa não conseguiu reverter. “Quando o nosso dinheiro é depositado em bancos que depois vão pegar nesse mesmo dinheiro e vão aplicar noutros países, o nosso aforro não serviu para o desenvolvimento nacional”, sublinhou.
Não sei se, por este andar, o dr. Passos Coelho vai a algum lado. Sei que a sua teimosia em denunciar, nem sempre com assiduidade ou eficácia, a desgraça iminente é uma alusão constante de que nós podíamos ter ido. E de que, se não fomos, a culpa é nossa. Aparentemente sozinho, o dr. Passos Coelho recorda-nos que não há soberania, progresso e outras coisas assim lindas sem responsabilidade, realidade e a dose necessária de sacrifício. Donde o ódio que suscita.
Durante este ano, o primeiro de António Costa enquanto primeiro-ministro, foram registados menos avisos de greve do que em 2015. O número é o mais baixo dos últimos dez anos.
Num discurso em que se insurgiu contra os populismos que estão a emergir pela Europa fora e não só, Passos Coelho aproveitou para responsabilizar o Governo português pela falta de crescimento económico, sublimando que “não pode ser o Banco Central Europeu a tratar das condições de crescimento. O próprio presidente do BCE têm-no dito de uma forma muito intensa”.
presidente do PS diz que Passos Coelho anda desorientado entre a invocação do diabo e a invocação dos três Reis Magos