O EXEMPLO MAIS MARCANTE DE UMA DITADURA COM ROSTO DE DEMOCRACIA..
Portugal é o exemplo mais marcante de uma ditadura imposta por um governo de regime político dito democrático. A crise financeira mundial é um alibi de costas largas, com a qual se pretende justificar esta triste realidade. Em condições normais (ausência de crise) a atitude deste Governo seria totalmente inaceitável. A tal ponto isso é verdade, que o Governo chegou descaradamente a decretar medidas totalmente inconstitucionais. É essa a verdadeira razão de todo este sofrimento imposto ao povo português, procurando culpá-lo e torna-lo responsável pelo que está a sofrer. O Governo apoiado nos seus poderosos meios de comunicação que o servem religiosamente, tem feito tudo o que tem podido para criar nos portugueses uma consciência de culpa, acusando-os de terem sido excessivamente consumistas. Se pudessem ser rigorosamente quantificados esses ditos excessos de consumo do povo, facilmente se veria que o endividamento excessivo do país nada tem a ver com esse facto mas sim com a incompetência, a irresponsabilidade e a corrupção de quase toda a nossa administração política. As principais causas desse terrível problema foram cuidadosamente eclipsadas aos olhos do povo e criminosamente silenciadas e rotuladas como verdadeiras matérias tabu. Apesar do gigantesco esforço que o Governo tem feito para ocultar aos cidadãos a verdade, ela tem conseguido escapar ao seu inteiro controle.
Muitas pessoas ainda hoje se deixam influenciar por estes falsos argumentos do Governo que tem estado a utilizá-los com obstinação e frieza para tornar a nossa vida uma amarga realidade.
Todos parecem esquecer-se com relativa facilidade que Portugal tem estado a ser impiedosamente vendido aos pedaços, porque todas as vezes que o Governo vai aos mercados vender dívida pública, está a vender um bocado de Portugal. Foi a troco desse estratagema que se viveu a gastar o dinheiro que nos era emprestado a juros altos. Quem o fazia tão irresponsavelmente sabia bem que estava a conduzir o país para um beco de difícil saída. E isso, foi feito para poder transmitir aos portugueses a ideia de que Portugal estava a viver em abastança e progresso e para poder alargar as bases eleitorais do seu partido. Em paralelo com esse procedimento, iam-se projectando e anunciando obras faraónicas que colocariam Portugal em sintonia com os países mais desenvolvidos da Europa. Não houve qualquer contenção nem temor e foi-se descendo a escada degrau a degrau. Estávamos governados por insensatos que escondiam deliberadamente a verdade ao povo. No final dessa escada para a ruína económica estava uma coisa importantíssima que significaria a destruição do nosso país – estava a nossa própria soberania económica e política, sem o que um país não pode ser país e passa a ser uma dependência de credores. E sem que o mais alto responsável da Nação o tivesse evitado, fomos direitinhos para a boca do lobo, que é, onde nos encontramos agora.
O que fez com que tudo isto nos pudesse acontecer? Esta é uma pergunta difícil de responder, mas a que não é impossível responder. Ela remete-nos para um pântano político muito doloroso e revoltante. Temos então o dever de perguntar com que direito moral se exige a um povo inteiro os amargos sacrifícios que se lhe estão a impor? Como é que uma situação que não é da responsabilidade do povo tem de ser paga pelos contribuintes mais débeis? Como pode aceitar-se que fora deste sacrifício sobre humano fiquem aqueles que efectivamente contribuíram para esta situação e com que moral se isentam todos aqueles que enriqueceram escandalosamente com verdadeiros roubos ao património nacional?
Por favor, senhores governantes, usem agora o poder da comunicação oficial para responder concretamente a estas escandalosas verdades e não continuem a tapar o Sol com uma peneira rotulando todos os portugueses de burros.
A.S.Lopes