O escudo é algo indesejável, não só porque permitiria novamente a irresponsabilidade na gestão pública e a desvalorização contínua, como também porque exporia tudo quanto é Português que queira ter alguma coisa a ver com o exterior a comer custos e chatices de conversão de moeda.
E claro, levaria a uma perda de compra de bens exteriores também ela contínua.
irresponsabilidade - sabes a minha opinião sobre a rotulagem de um país inteiro como irresponsável.
Eu não sou, a maior parte das pessoas que conheço não são! antes pelo contrário!
Muitos políticos são, alguns não são!
Muitos que não são políticos agora, se fosse não seriam e evidentemente, alguns seriam.
Não considero os portugueses uns merdas (não que tu o tenhas sugerido, mas uso a palavra no seguimento de um debate que tem vindo a haver sobre isso) e muito menos com algum gene de irresponsabilidade que os alemães, por acaso, não tenham no seu ADN.
Não sou um merdas, não sou um irresponsável, não admito que me tratem como tal. Basicamente foi o que os eleitores gregos disseram quando elegeram o syriza.
Se isto fosse referendado a resposta dos portugueses seria esmagadoramente (julgo eu) igual à minha.
Sendo assim, não consultar os portugueses sobre a questão euro/escudo e o que ela implica, apontado muito claramente que uma das defesas do euro é precisamente 'os portugueses são uns merdas e uns irresponsáveis', é algo completamente não democrático.
desvalorização contínua: não há nenhuma evidência que aponte que isso iria acontecer. pelo contrário e tu sabes perfeitamente porquê.
a desvalorização inicial seria um choque na economia.
levaria à diminuição imediata das importações, à substituição de importações por produção interna, levando ao investimento produtivo interno.
igualmente levaria a um elevado investimento estrangeiro dados todos os custos de contexto económico que baixariam.
uma sequência de desenvolvimento económica destas levaria a uma valorização contínua do escudo, já que seríamos um país eminentemente exportador, com a produtividade a subir rapidamente, devido ao investimento interno e externo.
precisamente o contrário do que tu defendes. que não sei em que está baseado.
estou convencido que se estes argumentos fossem apresentados aos portugueses de forma simples e intelígivel, seriam igualmente referendados positivamente.
não o fazer é, na minha opinião, um atentado à democracia.
custos e chatices de conversão: como traders que aqui estamos sabemos perfeitamente o quão fácil e prático é fazer forex. com os recursos tecnológicos que temos agora à disposição esse problema não se põe nem de longe. é negligível.
e até por uma outra razão. o euro provavelmente continuaria a existir no centro da europa e como moeda 'oficial' da união.
só haveria um exchange rate: moeda local /euro. a partir daí tudo seria feito em euros.
Sinceramente, considero esses custos insignficantes face às vantagens de ter moeda própria.
Lark