https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/lucros-da-sonaecom-tombam-72-para-49-milhoes-de-euros-no-primeiro-semestre-620230"Os lucros da Sonaecom, que detém o jornal “Público”, diminuíram 72% no primeiro semestre do ano para 4,9 milhões de euros, depois dos 17,5 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2019.
De acordo com um comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o primeiro semestre de 2020 “foi marcado pelo surgimento da pandemia de covid-19 na Europa e o subsequente confinamento formal nacional foi declarado a 18 de março”, refere a empresa em comunicado, aludindo também ao “ambiente económico difícil e desafiante” após o levantamento de restrições de mobilidade.
Segundo a empresa, os impactos financeiros e operacionais da pandemia na atividade do grupo “são distintos em diferentes segmentos”, tendo as operações de negócios sido “afetadas em níveis muito diferentes”.
“A área da tecnologia não sentiu impactos significativos decorrentes desta situação nos resultados”, excetuando “uma desaceleração de receitas de ‘Professional Services’, na revenda de tecnologia (quer pela redução da procura, quer pela quebra no abastecimento) e no ritmo da atividade comercial de novos negócios”, afirma a Sonaecom no comunicado.
A área de tecnologia “continuou a alargar o seu portefólio, reforçando o investimento em algumas empresas do portefólio e entrando no capital de duas novas empresas”.
Já na parte que diz respeito à participação na NOS (através da ZOPT), os principais impactos dizem respeito à “exibição cinematográfica e audiovisuais”, ao “‘roaming’ e chamadas internacionais”, à redução da receita relativa aos “canais de desporto premium”, e ainda às quebras na venda de equipamentos.
Assim, a participação de 50% na ZOPT, que detém 52,15% da NOS, “apresentou um resultado negativo devido aos impactos da pandemia covid-19, nomeadamente, o registo de significativos itens não recorrentes e o abrandamento da atividade”.
Já a atividade do “Público” “foi materialmente impactada, nomeadamente a venda de jornais, com o fecho da maioria dos pontos de venda, e as receitas de publicidade”, refere também a empresa.
“No entanto, o novo contexto beneficiou os negócios ‘online'”, segundo a Sonaecom, tendo o jornal registado “melhorias relevantes” quer nas assinaturas, quer na publicidade do segmento, o que ainda assim não mitigou o efeito das quebras ‘offline’, havendo uma redução de receitas de 18,5%.
No total da Sonaecom, o volume de negócios consolidado do primeiro semestre foi de 69,6 milhões de euros, uma diminuição de 6,6% face ao mesmo período do ano anterior, uma evolução negativa devida ao “contributo quer da área de media quer de tecnologia, particularmente esta última, devido ao negócio transacional de produtos terceiros”."