Tenho que dar os meus parabens ao Inc por definitivamente ter desmontado cabalmente a argumentação do Thorn.
Personagem perverso que nem com as evidencias todas à frente consegue ter um pingo de vergonha e pelo menos calar-se em vez de continuar aqui a lançar cortinas de fumo para defender até ao limite o seu patrão.
Relativamente à forma como os lesados devem de agir para tentar verem ressarcido algum do dinheiro que perderam para o esquema de comissionamento que alimentou uma cadeia alimentar assaz voraz, devo alertar que o visado nunca poderá ser o gestor mas sim a Dif Broker.
Independentemente de teram perdido dinheiro com o gestor Ulisses , Pedro Lino, Paulo Pinto ou outro qualquer a entidade responsavel pelo que aconteceu será sempre a corretora.
A corretora disponibiliza um serviço de gestão de carteiras e foi com ela que os clientes assinaram os respectivos contratos de gestão.
Já vi por aqui escrito que o assunto deveria ser resolvido em tribunal e não neste espaço parecendo que quem teria de ser levadao a tribunal era o Ulisses Pereira.
Nada mais errado.
O Ulisses Pereira apenas seria alvo de um processo se estivéssemos perante matéria criminal quando o tema aqui terá de ser dirimido sempre no âmbito do direito civil.
Alias tendo em conta a data dos factos, tudo o que se pudesse enquadrar no âmbito criminal já teria prescrito.
Depois não nos esqueçamos que o Ulisses Pereira não inventou a roda.
Ele não fez nada que não fosse prática corrente na forma como eram geridas as carteiras na DIf.
Alias pelo que eu vi, comparativamente com a gestão do Pedro Lino, presidente da corretora, o Ulisses usava um nível de alavancagem inferior imprimindo uma menor rotatividade dos activos, ou seja, menos comissionamento total.
O problema descrito neste tópico era endémico.
O conflito de interesses era brutal.
Quando eram os próprios sócios fundadores da corretora que se empenhavam directamente na gestão das carteiras, o que se podia esperar senão um esquema destes bem encapuçado para gerar proveitos obscenos para a corretora?
O Ulisses foi só mais um que se aliou a um projecto que por sinal era muito proveitoso.
Todos na corretora sabiam o risco brutal em que incorriam as contas dos clientes e com certeza que faziam o possível para que o estoiro a acontecer fosse o mais tarde possível mas claramente sabiam que o esquema era insustentável.
No dia em que a coisa desse o berro escudavam se nos argumentos mais do que gastos que nós já por aqui nos fartamos de ler.
A lei é vaga e a CMVM inoperante portanto o clima é o ideal para proliferarem estas práticas.
Posso vos dizer desde já que queixas individuais sobre este tema enviadas à CMVM serão ignoradas olimpicamente.
O tema arrasta-se indefinidamente por lá completamente esquecido e eventualmente 1 ou 2 anos depois do queixoso já ter insistido varias vezes por uma resposta, enviam- lhe uma carta com meia duzia de larachas dando o processo por encerrado.
Tendo em conta os dados que conheço, presumo mesmo que tenha havido algum tipo de acordo entre a a DIF e a CMVM.
Um pouco na lógica de impor uma série de alterações à corretor e em troca ser um pouco condescendente na lógica de, desta vez passa.
Ou seja a DIF no ambito de auditorias da CMVM foi forçada a alterar muita coisa internamente.
Por exemplo em 2008 as carteiras geridas pelo Pedro Lino deram um estoiro monumental a coisa foi tão grave que a DIF repentinamente teve de colocar um disclaimer no perfil do gestor.
Passados poucos meses o tipo saiu de cena como gestor de carteiras, algo que tinha feito desde sempre.
Durante muitos anos ele e o Paulo Pinto eram os unícos na corretora a fazerem gestão de carteiras
Muito estranho portanto.
Na altura, até por tudo o que estava a começar a vir ao de cima no sistema financeiro em Portugal tanto o BdP como a CMVM tornaram-se bastante mais activos e intrusivos e pelo que sei as auditorias da CMVM à Dif foram tudo menos abonatórias.
Eu não tenho quaisquer dúvidas que o esquema descrito neste tópico é mais do que conhecido do regulador pelo menos desde 2008.
A meu ver os lesados só conseguirão alguma reacção da CMVM se houver aqui uma queixa conjunta de 10 , 20 ou mais ex-clientes.
Aí será bem mais difícil a CMVM chutar para canto, acima de tudo quando o tema já tomou proporções mediáticas.
De qualquer forma nunca será via CMVM que os lesados verão ressarcido algum do dinheiro perdido.
A CMVM na melhor das hipóteses poderia instaurar um processo contra-ordenacional à DIF em resultado das queixas.
Os fundamentos dessa decisão é que poderiam então ser usados em tribunal, e como se pode imaginar, com um peso muito forte a favor da questão dos lesados.
Vejo que neste momento o foco se encontra unicamente no Ulisses e a meu ver erradamente.
Alias isso não é por acaso e acredito, até a julgar pelo discurso do lacaio de serviço, que o objectivo é mesmo o de desviar o foco da corretora de forma a que tudo parece resultado da atitude tresloucada de um gestor guru caído em desgraça.
É mais uma cortina de fumo.
O Ulisses apenas fazia parte duma cadeia onde todos recebem a sua comissão.
Os angariadores em regra trabalhavam na base dos 50%, ou seja recebiam numa base mensal metade das comissões de retrocessão correspondentes aos cliente angariados. Claramente que o Ulisses era antes de mais um angariador que adicionalmente geria o dinheiro dos clientes angariados.
A DIF como um white label partner do SAXO é em ultima análise um angariador de clientes para o SAXO .
Enfim uma verdadeira cadeia alimentar em que na base está o mexilhão.