Dou a minha breve experiência no imobiliário. Em 2014 comprei um T2 na Damaia, com a perspectiva de reabilitar para arrendamento a média/longa duração. O apartamento está localizado a 500m da estação da CP da Damaia e da estação de metro da Reboleira (na altura ainda por inaugurar). Vim a descobrir posteriormente que o edifício tinha diversos problemas, nomeadamente infiltrações no telhado, um sótão (do condomínio) ocupado por um vizinho desocupado e de maus fígados e condóminos que não pagavam o condomínio, quer por dificuldades financeiras quer porque não lhes apetecia pagar. Todos estes processos estavam a ser tratados pelo advogado da empresa da administração de condomínio.
Dado o mercado na altura, decidi colocar a casa no mercado por 400€ (agora acho que estão a arrendar por 600€/700€ o que é claramente exagerado para ao segmento de famílias que arrenda naquela zona: é estar a pedir para que as famílias não paguem). Para o processo de arrendamento contratei, para tratar do processo de arrendamento, a mesma imobiliária que me vendeu a casa, tendo-me sido cobradas 2 rendas. Documentos solicitados:
-último IRS (se casal, de ambos)
-últimos recibos de vencimento (verificar efectividade)
-documentação do fiador (identificação consta no contrato)
-verificar, sempre, a taxa de esforço
Recebi imensas visitas, a maioria (se não de todos) de pessoas que tinham contratos de trabalho precários, salários muito baixos (salários brutos de 600€), etc...
Na assinatura do contrato foi cobrada ao arrendatário uma renda de caução, devolvida no último mês em caso de denuncia do contrato. Os contratos das utilidades ficaram em nome do arrendatário.
Acabei por selecionar como arrendatário um casal com um filho pequeno. Nos 2 primeiros meses correu bem, tendo depois começado as queixas e as derrapagens nos pagamentos das rendas. A dado momento, comecei a ver a coisas mal paradas porque:
-a geringonça chegava ao poder;
-a arrendatária, apesar de pagar a renda ainda que com atraso, apresentava sempre a ladainha da vida difícil e do filho asmático e que não suportava a humidade dos quartos;
-a perspectiva dos €€ a gastar nas obras do condomínio e de um potencial acidente com as aventuras do vizinho okupa no sótão;
No processo de compra: Evitar comprar últimos andares; falar com a vizinhança para averiguar de eventuais problemas e conflitos no prédio; visitar as redondezas fora de horas para despistar problemas de ruído, p ex;
No processo de arrendamento: não arrendar a casais com filhos porque, para além de ser uma despesa extra, no processo de eventual despejo o argumento da criança despejada é sensível;
Em 2016 vendi o T2 da Damaia (aproveitando o facto de a arrendatária ter-se mudado para a casa da sogra) e comprei um T3 na Parede (para remodelação), numa zona tranquila, sendo os condóminos uma paz de alma e cumpridores. Inicialmente seria para arrendamento de longa duração mas optei por arrendar os 3 quartos a estudantes da ESHTE (2x300€+250€ + utilidades) estando já no 2º ano lectivo. No período das férias elas pagam para ter os quartos reservados, mas não pagam as utilidades. As raparigas pagam sempre a horas, cuidam do apartamento e os vizinhos não têm queixas. Incluo no serviço a limpeza quinzenal. Em relação ao arrendamento de longa duração, diversifiquei o risco, tenho rendibilidade e tenho paz e sossego.