por falar em individualismo ...
Sogro de cavaco apoia Antonio Costa
"É um político da Champions", disse Montez, que apareceu numa acção de campanha do candidato às primárias do PS
A sessão pública de António Costa, ontem em Lisboa, chegou a estar marcada para um restaurante mais pequeno, mas acabou por ser feita no Mercado da Ribeira "devido ao número de inscrições", adiantou a candidatura. A ideia era reunir os apoios na área da cultura (mais de uma centena marcaram presença). A esmagadora maioria eram previsíveis e até esperados. Um deles menos: Luís Montez.
É empresário na área dos espectáculos (dono da promotora Música no Coração), mas é outra a referência que torna curioso este apoio público: Montez é genro do Presidente da República. Aos jornalistas explicou que não estava ali "nessa qualidade. Estou aqui como cidadão". Não vai inscrever-se para votar nas primárias do PS - "não vou inscrever-me em nenhum partido" -, ainda assim deixou claro quem quer ver como primeiro-ministro: "Pela carreira que tem, por aquilo que tem feito enquanto presidente da Câmara de Lisboa, António Costa dá-me garantias de que é uma boa pessoa para mobilizar o país e para levar o barco para a frente. É um político da Champions League e não da distrital". E ainda rematou: "Temos homem para tomar conta disto".
Apesar de surpreender o apoio público numa iniciativa que se enquadra numa luta partidária (as primárias vão escolher o candidato do PS a primeiro-ministro), a admiração de Montez por Costa não é de hoje. Em 2010, numa entrevista ao "Expresso", revelou ter votado no socialista para a Câmara de Lisboa - "Voto em quem quero, ninguém me faz a cabeça"; "em Lisboa, votei Costa". Nessa altura, o empresário mostrou também desconforto com as ligações frequentes feitas entre o seu trabalho e o sogro Cavaco Silva e declarou: "Eu não faço política e o meu sogro não faz concertos."
No espaço do Mercado da Ribeira (recentemente renovado), estavam intelectuais e personalidades da área da cultura, alguns deles repetidos nestas iniciativas do PS numa outra era, a de Sócrates. Caso de António Mega Ferreira, ou de Isabel Alçada e Gabriela Canavilhas, que chegaram mesmo a estar à frente das pastas da Educação e da Cultura, respectivamente, no segundo governo de José Sócrates.
Regresso do ministério No executivo que se seguiu, o actual, a Cultura deixou de ter um ministério, passando a secretaria de Estado.