Grande!!!
Isto sim, é cultura.
É disto que o meu povo gosta.
(Fez me lembrar o James...)
Aqui segue literatura da boa.
A Sardenta
"Sempre gostei de mulheres de sardas. A sério. Tiram-me do sério. Não sei se é pelo ar demoníaco, se pela ideia de serem fogosas, a verdade é que quando passa por mim uma mulher de sardas fico invariavelmente com um grande sardão. É uma espécie de contágio fonético. Que depois passa a contacto fodético. Se bem que foda com sentido ético é coisa que não me agrada. Pronto. Lá está o Patife a dispersar. Dizia eu: Gosto de mulheres de sardas... Epá, desculpem. Só de escrever fico de sardão em riste. Que foi como fiquei este fim-de-semana assim que a PS (calma, já decifro) começou a falar comigo. Ainda para mais ela passou a tarde a beber finos o que me levou a pensar: Se tens uma fixação dessas por finos imagino como ficarás quando vires a minha imperial. Como sempre pareceu-me uma consistente ordem de ideias, por isso fui averiguar. Qual não é o meu espanto – por momentos pareceu-me que até o Pacheco teve um esgar de incredulidade – quando vejo que as sardas não eram um exclusivo do rosto. Lá em baixo tinha um pesseguinho perfeitinho, todo sardento, de pêlo curto, que era um mimo. Este facto, que lhe valeu o epíteto de PS (Pesseguinho Sardento) fez-me lembrar os sábios conselhos da senhora minha mãe: Come sempre uma peça de fruta por dia. A fruta faz bem à saúde. Mas o Patife não gosta de descascar fruta por isso deixei-lhe o pêssego em calda. O pior veio depois. Era uma menina pouco rodada nestas coisas de one night stand e após o segundo orgasmo do Patife, que se espalhou pelo peito da mocita, a rapariga soltou algumas lágrimas de emoção e confusão emocional que lhe caíam igualmente sobre o peito. E o Patife, do alto da sua sensibilidade nestes momentos, só se lembrou de soltar um: Vá... pronto... não adianta chorar sobre o leite derramado."
Erros ortográficos tiram-me o tesão
"Gosto muito de guisados. É coisa para me deixar água na boca durante horas a fio. Dental. Desculpem. Quando penso em guisados fico ainda mais parvo. Mas nos dias em que como guisado penso sempre num episódio capaz de me baixar a ponta da pichota. Há cerca de um ano calhou-me dizer a uma PIA - Peida Integralmente Arrebitada - que andava a comer, que adorava guisado. No dia seguinte apareceu-me toda contente com um guizo preso no piercing que tinha na campainha da pachacha. Para seu espanto nunca mais a consegui comer. Ainda lhe tentei explicar: Oh filha, comer-te isso assim seria um guizado e os erros ortográficos baixam-me a tola. A moça desata-me a gritar, vociferando impropérios que até me deixariam cheio de tesão caso não os imaginasse cheios de erros: Imgrato, eztúpido, inbecil, só queres é uma gaija que tu lemba, e outras coisas do género. O que me fez lembrar uma outra tipa que se via pela proeminência labial que era uma deusa mamífera pois devia mamar no palhaço como uma artista de circo. Só que antes de o fazer sussurrou: Ah, agora é que tu vais saber o que é lember... E pronto. Já não soube nada. A fonética de “lember” é coisa para me arrepiar os pêlos do rêgo. Mas voltando à pachacha com guizo: Dado o indesculpável erro saí porta fora. Gosto muito de saídas. Da casca, claro. Por isso estuguei o passo até ao Chiado para onde, está bom de ver, saem as saídas da casca. Uma morena daquelas com ar tímido encapotado chamou-me a atenção. Tinha acabado de receber o café, despejou o açúcar mas a colher havia caído ao chão. Como bom cavalheiro que se apressa a socorrer uma donzela em apuros pensei: Deixa lá a colher que é mais saboroso aqui com o meu pau-de-canela. Ainda pensei em dizer-lho em voz alta mas eu até estava num dia calmo e equilibrado por isso apenas o sussurrei ao ouvido. Fez cara feia mas não desandou. Eu continuei a falar até aos limites da sua exaustão: Ai... Dás-me um minuto de descanso? Claro que enquanto cavalheiro do esfreganço me apressei a responder: Dou. Mas depois dou-te com os meus 30 centímetros de avanço. Ela sorria enquanto abanava a cabeça: Céus. Mas tu tens paciência para ti próprio? A resposta, como sempre, estava como o Pacheco ficou a seguir - na ponta da língua: Claro que tenho muita paciência. É apanágio de quem não tem o pavio curto."
Patife