Como correram os meus investimentos em 2017?
2017 foi também um ano bom. Deixo aqui as rentabilidades da minha conta no Saxo:
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 1 ano
2016 -8,2 1,3 8,2 1,2 -2,2 2,0 4,5 2,2 1,4 2,4 0,6 3,5 17,3
2017 3,7 3,0 0,9 0,5 -0,4 -0,2 2,9 3,3 1,7 3,1 1,1 1,3* 18,8*
Nota: rentabilidade global da conta Saxo, já descontados os encargos e as comissões e incluindo alguma liquidez (habitualmente <5%).
Rentabilidade total desde início de 2016: 39,4%
Grande parte investi em ETFs específicos de países:
Os melhores: Polónia e Áustria, com valorizações na casa dos 35%
Os países asiáticos, o Brasil e os ETFs de emergentes tiveram desempenhos muito bons, mas foram um pouco prejudicados pela valorização do euro. Mesmo assim, os ganhos em euros foram de aproximadamente 20%.
O pior: a Rússia, com evolução negativa.
Como comparação, o SP500 subiu 19,5% este ano, mas apenas 6% em euros se tivermos em conta a depreciação do USD/EUR.
Os ETFs de ações globais (que investem quase só em mercados desenvolvidos) tiveram valorizações em euros semelhantes (por exemplo, o db x-trackers MSCI World Index UCITS ETF (DR) 1CXDWD:GER:EUR valorizou 7,3% desde o final de 2016).
E em 2018?
Vou continuar a investir principalmente em ETFs europeus (UCITS), de replicação directa e de acumulação (quase todos iShares ou do DB), por motivos de redução de custos e de impostos.
Vou investir nos seguintes países:
ÁSIA
-China (15%): vou manter. As valorizações ainda são atractivas e o país mantem bom potencial de crescimento. Mantêm-se algumas nuvens no horizonte, mas se não existissem não estaria barato, estaria como a Índia (que penso ter um excelente potencial, mas que continua caríssima).
Os níveis de endividamento privado são elevados (o público é baixo), pelo que investirei em ETFs que investam menos em financeiras (ver documento com ETFs da China que postei o ano passado).
-Coreia do Sul (de 20 para 15%): vou reduzir. Tem corrido bem e as valorizações estão atractivas, mas o risco de guerra não está totalmente afastado.
-Singapura (7%): país bem gerido, valorizações bastante razoáveis.
Notas: Outras alternativas na Ásia: HK, Japão e Taiwan estão com valorizações aceitáveis. Índia, Indonésia e Filipinas estão muito caras.
-Brasil (de 15 para 10%): vou reduzir. Valorizações ainda razoáveis, mas muito arriscado em caso de crise arrefecimento da economia mundial (finanças públicas em mau estado e muito dependente do preço das matérias-primas).
-Rússia (5%): mantenho a aposta. Tenho investido num ETF e na Lukoil.
Valorizações russas mantêm-se muito atractivas. Economia tarda a arrancar. Se a Síria estabilizar, reduzir-se-ão encargos militares.
-Polónia (10%): mantenho. Europa de leste a crescer, valorizações atractivas.
Notas: A Europa de leste está atractiva. ETFs de Europa de Leste investem principalmente na Rússia. É difícil investir na R. Checa ou Hungria.
-Áustria (47%): aumento um pouco aproveitando o bom momentum. Algum risco do sector financeiro. A Grécia está a recuperar (tenho ainda uma pequena posição no GREK), a Europa do leste está bem, isso é bom para a Áustria.
-Espanha (NOVO: 7%): valorizações razoáveis, economia a crescer. Para diversificar o risco. Usei o ETF do DB.
Nota: Uma alternativa seria a Itália, usando o ETF da iShares (ou mesmo o ETF de small caps). Itália tem valorização um pouco mais atractiva, mas a economia espanhola parece-me ter mais potencial (país menos envelhecido, o Rajoy é melhor a gerir a economia do que a Catalunha).
-Portugal (NOVO: 5%): este ano, é um dos países com valorizações mais atractivas. Muitas empresas não me inspiram confiança. Investi em BPI e Ibersol.
Notas sobre Europa: os países mais ricos estão quase todos para o carote (a Noruega poderá ser a exceção para quem acredite na força do petróleo, a França também está aceitável se o Macron melhorar um pouco a rigidez).
-Países emergentes (20%): reforço nos países emergentes. Estão menos valorizados do que os desenvolvidos e, se a economia mundial continuar a crescer, deverão valorizar-se. Tendo em conta o investimento na ásia e na Europa de Leste, mais de ¾ do investimento será em emergentes.
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Tenho cerca de 2/3 das aplicações financeiras em acções e o resto principalmente em cash/dívida pública. Gostaria de ter menos em acções e menos em cash.
Outros investimentos:
-Ouro: boa defesa se as coisas correrem para o torto. As empresas mineiras pareciam-me um investimento melhor do que o ouro físico a longo prazo (mas o Automek mostrou-me um gráfico de longo prazo que regista o contrário…), apesar de estarem com valorizações puxadas. Se investir em mineiras, investir menos do que se investiria em ouro físico pois as variações (para cima ou para baixo) poderão ser mais amplas. Sugestão: iShares Gold Producers UCITS ETF USD (Acc).
-REITS: adoraria investir num país com elevado crescimento (económico e demográfico). Ainda não encontrei nada (se tiverem sugestões digam), mas comecem a surgir REITS na Índia. De qualquer modo, se existir turbulência, os REITS podem cair mais rápido do que o investimento imobiliário.
-Obrigações: continuo negativo (risco de aumento de taxas de juro, principalmente nos EUA).
-Cash: parece-me uma boa solução para reduzir o risco.
Shorts:
Tendo em conta as elevadas valorizações dos mercados americanos, penso apostar na sua queda durante o ano de 2018. A ciclo económico americano está bem avançado, o dólar desceu este ano, a desemprego já vai nos 4% criando pressão sobre os salários e sobre a inflação, com potencial de subida dos juros e a reforma fiscal já está reflectida nas cotações.
O que aconselham: comprar opções de venda de longo prazo sobre o SP 500? Um ETF curto? Outra alternativa?
Um 2018 com Saúde e Prosperidade !