É, e eu tinha 6% de Pescanova em carteira. Digo tinha porque agora se valer 1/2 disso já me sinto feliz
Bem, são só 6%, agora transformados em 4% ou 2% ou menos, não é o fim do mundo! Mas nunca me tinha metido numa alhada destas
Não é que eu não soubesse a dívida enorme (800M€ longo prazo + 700M€ tesouraria) que a empresa tem, os cash-flows negativos (mas a melhorar) e o facto de alguns acionistas grandes estarem a reduzir posições (mas precisavam, para fazer frente às suas próprias dívidas). Também fizeram um aumento de capital o ano passado por causa da dívida. Mas eles têm renovado a frota e feito grandes investimentos em aqualcultura (que são rentáveis) pelo que a dívida não era propriamente injustificada nem parecia impagável.
As margens têm melhorado ligeiramente e a faturação também +12% (1750M€), ademais a empresa gera lucros cerca de 50M€, EBITDA por volta dos 190M€, e esperava-se uma redução da dívida em cerca de 80M€ já este ano pelos últimos dados de Setembro.
Enfim, a pintura não é famosa, mas há pior, e o preço de desconto, com um P/E de 7 e receitas crescentes ao longo dos últimos 6 anos a uma média de 6% ao ano, fez-me entrar. Até porque hoje em dia é difícil encontrar empresas baratas, rentáveis, e com pouca dívida.
Achei que o risco era alto, e por isso não me enterrei nela, mas achei que o potencial de valorização era alto face ao risco. Enfim... vou passar a dar mais importância à dívida! Só tenho uma dificuldade: o endividamento enorme de grande parte da praça Madrilena e Lisboeta! Fica difícil investir se eliminamos empresas com dívidas altas... um sinal do estado destes países, sem dúvida.
Não sei bem que lições hei de tirar, para além de que a dívida das empresas interessa mesmo, não é uma coisa virtual, e se deve limitar a exposição a este tipo de ativos "explosivos". Eu limitei a exposição, mas se calhar devia ter limitado mais ainda! Vou reduzir a minha exposição a alguns activos portugueses igualmente alavancados (apalancados, dicen nuestros hermanos jeje), não vá o cobrador aparecer por lá também e mandar a loja abaixo
PS: A minha suspeita neste momento é que alguns destes números possam ter sido forjados, ao estilo Enron, porque se não foram então a empresa tem todas as condições para reestruturar a dívida e safar-se. Só que nesse caso não se entende porquê tanto alarido: tinham falado com os bancos em privado e pronto. Se os dados foram forjados não é um problema de análise, é um problema de fraude.