Mais ou menos. Não é só o não ser suficiente para gerar empregos para quem beneficia do estado social, é para retirar uma certa camada da população, que não sei quntificar, quer da pobreza, quer das proximidades dos limites da pobreza. Um cenário a que não se chega apenas criando mais postos de trabalho, embora isso possa sem dúvida a ajudar. Concordo contigo na parte em que dizes que há gastos que o estado tem que são mal aplicados, ou que não têm efeitos multiplicadores na economia, mas em contrapartida há sectores estatais que necessitam de muitos mais fundos e recursos (a meu ver), como a saúde, a educação e a justiça, que parecem estar a rebentar pelas costura. "Reduza-se a despesa! Quem não tem dinheiro não tem vícios." Pois sim, mas onde cortar? E com que visão ou cegueira devemos cortar?
A pobreza existe e existirá sempre porque é um conceito relativo e sujeito a constante actualização. Basta ver os critérios de
privação material da UE onde se incluem coisas como TV a cores, carro ou máquina de lavar. Nada disto existia há 100 anos e não eram todos pobres.
Como se isso não fosse suficiente, o conceito de pobreza é ainda altamente subjectivo e varia de pessoa para pessoa.
Em relação à capacidade de produzir, a maior parte das conversas sobre pobreza querem levar a crer que as pessoas são inúteis, incapazes de produzir. Ora isso não é verdade. A % da população portuguesa que não pode produzir é muito baixa. Pode não conseguir produzir aquilo que queria. Agora meramente para sobreviver a maioria consegue, mesmo que tenha de mudar de localização geográfica ou de tipo de emprego.
Há uma diferença entre o modo como tu olhas para a pobreza e o modo como eu a vejo. Eu vejo um pobre essencialmente como um vítima da sociedade, não como um oportunista e muito menos como alguém que acha que tem o direito de me ir à carteira. Haverá certamente uns quantos casos desses, mas são as situações que os colocam nesse estado de atitude que devem de ser combatidas, e não os apoios sociais à pobreza e às desigualdades em si.
Eu não vejo o pobre como um oportunista nem como uma vitima. É simplesmente alguém que temporariamente ou permanentemente tem menos capacidade ou oportunidade de ganhar dinheiro. Se tentar ser músico também vou passar fome.
Além disso tinhamos de definir o que significa pobre porque um pobre em Portugal é muito rico ao pé dum desgraçado africano.
Não me incomoda nada que parte dos impostos que me tiram da carteira seja para ajudar de alguma forma as pessoas que neste país têm acesso a menos recursos financeiros do que eu. Não só não me incomoda, como considero isso justo. Não é para alimentar oportunistas, é para ajudar quem realmente necessita, mas haverá sempre uma parcela que irá parar às mãos de quem não merece - é um dado adquirido e uma situação que é necessário combater.
Mas se não te importa e consideras justo então que sejas tu a ajudar. Não me arrastes é para ajudar alguém que eu não conheço e que não sei se merece a minha ajuda.
Eu não concordo em quem quer fazer altruísmo com o dinheiro dos outros (não leves isto para a ofensa).