Em relação aos cursos, todos nós pagamos impostos e uma das coisas que obtemos por troca é um ensino superior público para os nossos filhos. Todos sabemos que alguns desses cursos são mais caros do que outros (mas o meio milhão de euros é um mito urbano). Um curso de engenharia sai mais caro do que um curso de línguas e ninguém imagina obrigar um engenheiro a trabalhar 10 anos para o estado. Se calhar, obrigar todos a ficar seria uma boa medida para combater o envelhecimento da população. Mas teriam que ser todos obrigados. E poderiam sempre tentar fugir. Nem a ex-RDA impediu a fuga de muitos médicos/engenheiros.
A melhor coisa na alocação de recursos é haver um preço e os cursos superiores públicos não deviam ser excepção.
É verdade que a sociedade beneficia dos cursos superiores que suporta, mas o principal beneficiado é o próprio (um médico, um engenheiro, um gestor, etc) uma vez que (ainda) existe correlação entre salário e muitos cursos superiores.
Qualquer curso superior deveria ter um custo real a pagar pelo próprio e para que ninguém fique excluído por razões financeiras o estado podia proporcionar financiamento, total ou parcial, em condições vantajosas como juros zero, reembolso alargado, etc. (se o estado já hoje oferece o curso, o dinheiro para isto não seria problema).
O próprio pode depois reembolsar o estado quando começarem a trabalhar (ou trabalhar para o estado, como o caso dos médicos). No fundo já é o que fazem na força aérea e não vejo ninguém a barafustar por isso. Mesmo algumas empresas, quando oferecem MBAs aos trabalhadores, colocam cláusulas de X anos de trabalho ou reembolso do valor do mesmo.
Isto tinha a vantagem de eliminar/reduzir cursos que só geram desemprego porque antes de ir para a universidade, só para ser Doutor, o pessoal já começava a pensar duas vezes.