Líbano: nação ou agregado de grupos religiosos?
HOMEM BRANCO romano nunca tratou suas fronteiras com geito
isto tem algum geito....
Não é acaso que o presidente Emmanuel Macron tenha sido o primeiro líder ocidental a visitar os escombros da explosão em Beirute. Os laços da França com o Líbano são fortes e antigos. Com o fim do Império Otomano, depois da Primeira Guerra Mundial, a França recebeu um mandato da Liga das Nações, a antecessora da ONU, para a administração e construção do Líbano.
A relação se manteve mesmo depois da independência do Líbano, em 1943. Uma parte da elite libanesa fala, até hoje, francês. Muitas escolas dão aulas em francês. Muitos libaneses ricos têm uma segunda residência na França. A parcela cristã da sociedade libanesa, que corresponde a 39% da população, vê na França uma espécie de potência protetora.
Durante sua visita, Macron prometeu ajuda, mas exigiu um novo sistema político. Isso seria interferir em assuntos internos? Não, afirma o professor Maximilian Felsch, da Universidade Haigazian de Beirute. "É do interesse da França manter boas relações com os países francófanos do Oriente Médio e também da África", comenta. Se a França estiver disposta a ajudar, será bem-recebida. "Não ouço ninguém chamando isso de intervenção pós-colonialista."
O especialista em Oriente Médio Elie Abouaoun considera improvável, porém, que a França possa ser essa potência. "A França perdeu muita influência na comparação com a situação de 20 ou 30 anos atrás. Isso tem muitos motivos e vale não só para o Líbano, mas para toda a região", diz Abouaoun, que dirige o escritório em Túnis do Instituto dos Estados Unidos para a Paz, uma organização americana para a resolução de conflitos.
Ele concorda que ainda existe uma relação afetiva entre franceses e libaneses, e essa pode influenciar a opinião pública no Líbano. "Mas pudemos ver em várias oportunidades que decisões do governo libanês não são mais influenciadas por aquilo que os franceses dizem."
Muito mais decisiva, diz Abouaoun, é a influência do grupo xiita libanês Hisbolá, que é apoiado pelo Irã e classificado como organização terrorista pela União Europeia (UE). O grupo participa do governo, mantém sua própria milícia e controla também o porto de Beirute, onde aconteceu a explosão e onde o nitrato de amônio esteve armazenado por anos.
basicamente e israel ou nada...
"Pode-se temer que essa crise evolua rapidamente para uma espécie de conflito religioso", avalia Felsch. De um lado estariam os cristãos, que desejam a França como potência protetora, e do outro os xiitas, que querem defender a influência do Hisbolá e, com isso, a do Irã