No cerco de Berlim as pessoas cerravam fileiras , mesmo com os bombardeamentos , com as senhas salpicadas de sangue , para receberem as suas " rações "...
Sim, e então? Achas que se fosse hoje em dia não seria igual? As massas, independentemente da era e conjuntura sociocultural, ajusta-se sempre ao "new standard". Um exemplo prático é o crescimento deste self-quarantine generalizado, que tem sido gradual. Há 1 mês, ninguém pensava fazê-lo ou sabia pouco mais do que o nome do virus.
E daqui por 6 meses se todos precisarem de "rações", é mais um "new standard" entre muitos que iriam ocorrer nesse intervalo de tempo para se chegar a tal ponto crítico, mas que todos iriam aderir em massa. Por uma razão simples: zero alternativas.
Concordo a 100% que estamos perante um conjunto de gerações pós-WWII que claramente está impreparada mentalmente para qualquer mudança brusca de rotina, como se vê nas reacções lentas para a mitigação individual e colectiva desta pandemia, quanto mais para um contexto de guerra, grande ou pequena.
Esse "mimo" que falas é real e é claramente uma liability que nos tem custado claras evoluções e continuará a fazê-lo. Mas como disse no início, a diferença estaria no tempo mais prolongado na reação e assimilação do "choque", pois não tenho grandes dúvidas que o ajuste mental seguinte tenderia sempre a fazer o que outras gerações fizeram no exemplo que deste.
Quero com isto dizer, que me parece evidente que as gerações anteriores, principalmente nos contextos específicos das duas WW, estavam num patamar mental longínquo face às actuais para ambientes adversos ou de guerra declarada. Mas as razões para essas diferenças são bem mais complexas e específicas. Claramente não poderão ser justificadas com um exemplo em que qualquer individuo, de qualquer geração, perante mais nenhuma alternativa, optaria exactamente pela mesma decisão.
Se todos formos forçados entre a morte ou uma determinada atitude extrema mas única para garantir a sobrevivência, te garanto que todos pareceremos verdadeiros heróis.
Perante a fome extrema, salpicos de sangue ou o risco de ser bombardeado tem uma relevância bem menor do que possamos pensar. O nosso comportamento estará sistematicamente ajustado ao contexto e ao quão brutal for a situação. Ou há esse ajuste instintitvo ou a eliminação chega rapidamente.
Curiosamente, logo depois da WWII , houve mais mortes por fome em França , nos asilos ,hospitais , etc , do que durante a guerra...
Mais uma vez, um "new standard", neste caso sentido de forma positiva por parte de quem vinha dum grande "choque", mas que provavelmente criou um falso sentido de segurança, que levou a vários excessos e erros irreversíveis, que durante a guerra não eram simplesmente cometidos por o estado de alerta ser elevadíssimo e generalizado.
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Informo que já estou gripado
Começou agora,deve ser coronavirus,eu sendo dentista,muito difícil não contrair
Eh bom,que,sobrevivendo,já vi fico logo imunizado
Aqui no Brasil vai ser igual China,Itália ou pior
Abril vai ser o mes do cão
Força nisso, Odontobovespa!