E ainda, Hermes, um outro aspecto da questão: o Victor Constâncio.
Não gosto do Victor Constâncio.
Não o conheço pessoalmente,
mas tenho razões para não gostar.
Sei que foi ele o primeiro a obrigar o escudo e o juro a correlacionarem-se com os as taxas vigentes no exterior, adequando a inflação, o câmbio e o juro nominal aos valores do mercado financeiro lá fora.
Antes dele, não havia essa disciplina.
Já na nacionalização do BPN sem arruinar a SLN (Galilei) e não 'empandeirar a banqueta em dois tempos', foi um desastre.
Quanto ao euro, foi um 'anjinho'! Enganado, a todo o comprimento. Porém, não foi o único. Outros, o foram. Imaginou que o endividamento excessivo seria fundamentalmente um problema do Banco Central Emissor do euro, porquanto lhe cumpre gerir a moeda e mantê-la como unidade de valor estável. De modo que, não seria prioritariamente o país quem tinha de se preocupar excessivamente com a dívida excessiva.
Nisto, o governo alemão, embora tenha alguma razão, enganou o próprio Banco Central, ao proibir-lhe de ir 'apagar fogos', o que era a sua obrigação como "bombeiro e motorista". Só agora Draghi está a exigir fazer o que lhe compete como "motorista e bombeiro". E o governo da Alemanha está a preparar as coisas com seriedade para que os accionistas, os credores, os grandes depositantes e os estados sejam os primeiros a serem prudentes. No entanto, parece-me, o sistema do euro, globalmente, vai ter de assumir a dívida excessiva dos estados-membros, acima de 50 ou 60% do respectivo PIB. e que todos arquem com o respectivo ónus ao pro-rata do PIB de cada um.
O Constâncio, embora enganado, como os outros, vai acabar por ter alguma razão. Até me parece que ele está lá no Banco para não fazer muito barulho e executar as medidas que irão ser aprovadas.
Bom.
Mas a mim o que me interessava, era que explicasses isso do câmbio flutuante euro-ouro.