Pessoalmente, eu sou contra a imigração não por considerar que são melhores ou piores, mas porque não me agrada sermos colonizados por estrangeiros. Considero que o território português deve ser dos descendentes do portugueses e não de africanos ou de asquenazes ou de japoneses. Trata-se de um mecanismo adaptativo de seleção darwiniana a nível de grupo.
Antunes, curiosidade minha para esclarecer esta afirmaçao,
Também consideras que o territorio de Lisboa nao devia ser para alguém do Porto ou de Braga ?
E um descendente de portugueses que nasce e vive no estrangeiro tem um direito ao territorio portugues superior a um estrangeiro que viva em Portugal ?
E como ves a UE e a livre circulaçao neste caso ?
Pessoalmente nao percebo como se pode priviligiar, ou ter em conta para o que quer que seja, a nacionalidade quando é algo totalmente alheio ao individuo (à nascença pelo menos).
Boas perguntas!
1- Em Portugal temos propriedade particular e propriedade pública. Se tiveres um terreno é teu. Se não estiver vedado qq um lá pode passar, se o vedares, ninguém pode lá ir (salvo serventias obrigatórias para não ficarem terrenos encravados e acesso a rios ou ao mar).
E existe propriedade pública: parques naturais, estradas, orlas costeiras, edificios públicos que pertencem a todos os portugueses. Somos co-proprietários do Gerês e dos Jerónimos. O subsolo de terrenos privados tb é público.
2- De acordo com o direito internacional, os países podem ter fronteiras e definir quem pode entrar e permanecer em cada país. E também podem definir quem tem acesso à nacionalidade (nota: alguns países tiram a nacionalidade a cidadãos acusados de traição e outros -árabes e asiáticos- recusam-na a minorias, tornando essas pessoas apátrida,s o que eu considero condenável. No extremo oposto, há uns anos o Brasil decidiu adoptar um direito de nacionalidade limitado ao jus soli (o Livre adoraria). Resultado: alguns filhos de casais brasileiros que nasciam em países com jus sanguinis (geralmente países asiáticos, como o Japão) ficavam apátridas. O Brasil teve que fazer marcha-atrás rapidamente.
3- Dentro de Portugal existe liberdade de movimento. O direito internacional não clarifica as regras para uma região se tornar um país autónomo. Geralmente uma independência começa por ser ilegal. Veja-se a Catalunha. Há excepções, como o referendo na Escócia ou a divisão de Checoslováquia. Tb. existam países que limitam a circulação interna (por exemplo, a residência na capital da Coreia do Norte ou a migração das zonas rurais para as grandes cidades, na China), mas são casos excepcionais.
4-No caso da UE, a tendência é para funcionar como um grande país. As línguas são múltiplas, mas em todos os países predominam caucasianos e quase todos são de maioria cristã ou ateus. Eu quando vou a Itália e vejo um jovem empregado de café a assobiar ao amigo que pássa de mota enquanto atende umas bifas surpreendidas, penso que aquilo é o mesmo povinho; quando vou a Viena da Áustria penso que são como nós seríamos se fossemos um pouco mais civilizados, quando vi os imigrantes ucranianos nos anos 90 considerava-os similares aos portugueses que imigram para a Suiça ou França e quando vou à Suécia, parecem-me um pouco estranhos mas ainda é a mesma civilização. Mas se vou aqui "ao lado" a Marraquexe, considero que estou numa civilização diferente.
Não me oponho à livre circulação na Europa uma vez que a circulação é bilateral e não existem grandes assimetrias de taxas de natalidade. Se entrassem 3 milhões de polacos em Portugal e se cada um tivesse 5 filhos, a opinião seria outra, mas não é isso que se acontece. A tendência até é para saírem mais portugueses do que entram europeus.
4-Eu percebo essa ideia da nacionalidade como algo arbitrário. Mas o mundo está dividido em países e, assim sendo, devemos ter as regras de entrada, permanência e nacionalidade que mais nos favoreçam.
5- Acho graça pequenos partidos perderem muito tempo a dizer como gostariam que a UE ou o mundo funcionassem. O mais importante é adaptarmo-nos do modo que for melhor para nós, sendo o mundo como é. As regras fiscais deveriam ser outras, mas entretanto não é a Unilever que tem sede em Portugal, é a Jerónimo Martins tem sede na Holanda.