Na emigração faz parte do comportamento humano ir para um sítio porque alguém já lá está e ajudará a procurar emprego, a procurar casa (o que ocorrerá, com elevada probabilidade, na mesma cidade, zona, bairro), etc.
Não é por acaso que na Costa da Caparica moram muitos brasileiros. Não é que o a Costa da Caparica ande a ser promovida no Brasil. Em Odivelas vêm-se muitos indianos e paquistaneses. Porquê tanta prevalência em Odivelas e não na Rinchoa ? Um arrasta o outro e esse arrasta mais outro. É naturalíssimo que assim seja. O mesmo aconteceu com os nosso imigrantes em certas zonas de França, Newark, etc.
Não faria sentido criar uma espécie de procedimento burocrático, em que um serviço estatal vai distribuindo os imigrantes pelos vários sítios, para assegurar uma distribuição equitativa por todo o território. Não é isso que as pessoas procuram/precisam e até era uma forma de as deixar à sua sorte. O brasileiro que vem precisa da ajuda daquele que está na Costa da Caparica ou de uma comunidade que já tenha enfrentado os mesmos desafios que ele está a enfrentar e não de ser atirado para Santarém onde não tem ninguém conhecido.
Estou a falar, claro, de imigrantes, que é a maior fatia dos estrangeiros na Europa, e não de refugiados (muitos alegam-se refugiados mas não o são - era bom que se distinguissem estes dois grupos de forma clara quando se fala em estrangeiros).