O diretor do Instituto Nacional de Imunoalergologia e Doenças Infeciosas dos EUA, Anthony Fauci, escreveu em fevereiro de 2020 que “as máscaras compradas em lojas” não seriam “muito eficazes na proteção contra a pandemia da covid-19” e desencorajou mesmo o seu uso em viagem, revelam o Washington Post e o BuzzFeed News com base em centenas de emails a que tiveram acesso enviados nos primeiros dias da pandemia.
No email que agora está em causa, Fauci respondia a uma mensagem de Sylvia Burwell, antiga secretária da saúde do governo de Barack Obama, que pedia orientações sobre o uso de máscara durante uma viagem. A resposta de Fauci, datada de 5 de fevereiro de 2020, refere: “As máscaras servem para pessoas infetadas, pois evitam que transmitam o vírus para pessoas que não estão infetadas, mas não protegem as pessoas saudáveis de contraírem a infeção”, começa por explicar o médico.
“A máscara comum que se compra na farmácia não é realmente eficaz para impedir a entrada de vírus, já que este é pequeno o suficiente para atravessar o material. No entanto, pode trazer alguma vantagem ao impedir a entrada de gotas grossas se alguém tossir ou espirrar”, prossegue. Mas acabaria por concluir: “Não recomendo que use máscara, principalmente porque vai viajar para um local de muito baixo risco.”
Fauci já tinha sido criticado por mudar a sua posição sobre as máscaras. No início da pandemia desaconselhou o uso de máscaras, mas foi mudando de posição. A 8 de março de 2020, o médico defendia: “Não há razão para andar por aí com máscara”. Mas isto foi antes de o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças atualizar as suas orientações a 3 de abril e ter passado a recomendar a sua utilização em “espaços públicos”.
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