A proporcionalidade dos sistemas eleitorais tem um papel decisivo na capacidade de forjar maiorias absolutas de mandatos, mesmo quando não existem maiorias absolutas de votos. O exemplo mais extremo é, naturalmente, o sistema de círculos uninominais existente no Reino Unido ou em França. Pela primeira vez desde 1976, os resultados eleitorais das eleições legislativas não cumpriram os mínimos da proporcionalidade, que estão, de resto, consagrados na Constituição. Em 2022, não existe uma correspondência entre o ordenamento dos partidos na distribuição de votos e na distribuição de mandatos. A CDU tem menos votos do que o BE, mas, apesar disso, tem mais deputados. Da mesma forma, o CDS tem mais votos que o PAN e o Livre, mas não elegeu nenhum deputado, ao contrário destes últimos partidos.
a il tambem teve este problema quado era minuscula
convem nao esquecer isto
O Partido Socialista terá menos de 42% dos votos, mas conseguirá cerca de 52% dos deputados. Esta é, na verdade, a maioria absoluta com menos votos absolutos e menos percentagem de votos da história democrática portuguesa.
António Costa, com apenas 2.246.483 votos e 41.68% garantiu a sua maioria absoluta. Curiosamente, é um resultado pior que o obtido por António Guterres em ambas as suas duas vitórias com maioria relativa
A acrescentar a estes factores específicos desta eleição, temos ainda a desproporcionalidade estrutural do sistema eleitoral português. Esta é resultado de várias regras, que poderiam ser corrigidas, caso houvesse vontade política para tal. Por um lado, há muitos círculos eleitorais com magnitudes muito baixas: 7 círculos eleitorais que elegem 3 deputados ou menos e 12 círculos que elegem 6 deputados ou menos. Nestes círculos, os resultados acabam por ser altamente desproporcionais, beneficiando os grandes partidos
convem mudar isto enquanto sao pequeno partido porque depois perdem vontade....