Ouço falar de um sujeito que vendeu um prédio
e investiu todo o dinheiro em acções do BCP.
Tudo foi caindo até 9 cêntimos por acção!
Deprimido, tipo não sair da cama!
Eu, que sou do Porto, que sei do tempo
em que o Jardim Gonçalves não passava
de um mero director de pessoal
do banco mesmo ao lado
do Atlântico,
o Banco ("banqueta") da Agricultura,
possível reduto da Opus Dei;
chocou-me imenso quando o BCP,
mais o seu pirosíssimo nome de Millenium,
comprou e absorveu o Banco Português do Atlântico
uma prestigiosa referência de respeitabilidade
no imponente edifício na Praça D. João I.
Absorveu o BPA do respeitado Cupertino de Miranda
mais o seu genro Engº Meirelles; do António Brandão Miranda,
mudado com os seus capitais, do Borges para o Atlântico,
um banco ilustre, que igualmente com o do Pinto Magalhães,
sempre acarinhou os licenciados de Economia da Universidade do Porto.
Absorve assim, elimina a marca nobre, Banco «Português do Atlântico»,
passa a Millennium! Bah! Que piroseira repulsiva. Que desaforo!
E isto dum chefezinho de serviço de pessoal, que aliás também
trabalhou no Atlântico, dá cabo de uma nobre instituição,
não só por azares de mercado, mas por incompetência
e saque irrestrito de lucros, bónus e regalias!
A mim, digam-me o que me disserem,
sou e serei sempre crítico do saque
monopolista de lucros em produção
inexistente do próprio.