Com os rácios que apresentou o aumento de capital é inevitável. Estão num nível em que não permitem qualquer margem de erro.
A questão que se coloca é: a Associação Mutualista não deve estar a nadar dinheiro para fazer o aumento de capital sozinha. Assim terá que recorrer a novos "accionistas". A alternativa usada no último aumento de capital - através do Fundo de Participação - funciona, mas não é muito atractiva. No entanto, os estatutos permitem que possa ser aumentado até ao valor do capital institucional (1,500 mil milhões). Ou será que vai tentar convencer os clientes a comprar perpétuas com uns juros atractivos. Difícil, com o BES ainda fresco na memória dos particulares.
Existe um potencial ponto positivo: a carteira de Activos Financeiros Disponíveis para Venda ainda vale 3,6 mil milhões (-21% do que em 2013). Deve ser constituída essencialmente por dívida pública. Se for de médio/longo prazo (excepto Grega!!!), deve dar mais alguma margem para absorver mais algumas "perdas não recorrentes". No relatório e contas a publicar deverão mostrar mais alguma coisa (edit) sobre a composição da carteira.
Como a dívida pública teve uma performance fantástica em 2015 deve permitir tapar mais uns buracos.