Parece ser uma situação extremamente complicada.
Depois do BCP, BPN, BPP, BES a gora Banif tal exigiria uma reformulação completa do papel, poderes, meios e responsabilidades do BdP. Não sei se é possivel porque os bancos nacionais vão ser delegações do BCE, mas alguma coisa tinha de mudar.
Desde os tempos do Constancio que a competência do BdP no que toca à supervisão foi abalada, mas depois com os casos do BES (ou NB) e Banif, não é apenas a competência mas a idoneidade. Já ninguèm tinha grande confiança nas capacidades de supervisão do BdP mas agora já é a seriedade da instituição que está em jogo.
Desde o dito por não dito no papel comercial do BES, selecção de obrigações seniores no NB, ausência de informação (como se queixa o artigo) no processo Banif o governador criou o clima de desconfiança relativamente ao BdP que pode contagiar todo o sector bancário.
Creio que neste momento nenhum dos detentores das obrigações seniores que escaparam ao confisco do BdP suspira de alívio, porque tal como em 2014, decisões podem ser invertidas a qq momento, e aquilo que agoram pensavam ser seguro dentro de 15 dias pode simplesmente evaporar-se.
No caso do Banif os analistas andam há semanas a tentar fazer contas para ver se se percebe bem os contornos da resolução e venda e vai-se avançando mas ainda não há uma explicação inequivoca de como se processaram as coisas. Não deixa de ser estranho que uma situação que passados 3 semanas ainda não está completamente entendida pelos analistas (muitos deles de certeza bastante competentes), exigisse ao Santander menos de 24h para análise e formulação de um proposta. Ou negociações já vinham de tras com a decisão de vender ao Santander já tomado, ou então a proposta do Santander é para o pior cenário imaginável em que Madeira e Açores são submergidas tal como a Atlantida.