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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3507483 vezes)

kitano

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"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18301 em: 2019-04-01 18:59:23 »
Isto é delicioso. Os autarcas combinaram uma acção de propaganda sobre o novo passe.

Citar
António Costa levou mais de três horas a fazer um percurso que de automóvel não chega a uma hora, entre Ericeira e Setúbal. Mas apanhou a “camioneta da Mafrense na Ericeira às 7h30, depois o metro no Campo Grande e a seguir o Fertagus para ir até Setúbal”, onde chegou perto das 10h40.

Mas melhor ainda é isto:
Citar
Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures, não conseguiu chegar a tempo a Entrecampos, onde Costa apanhou o Fertagus: “Apanhei um acidente da Calçada de Carriche e perdi o comboio por dois minutos. Como não tinha nem burro nem Ferrari…”, gracejou, lembrando aquela campanha de de 1993 em que o candidato António Costa promoveu essa corrida para defender o metro até Odivelas e combater o famoso trânsito na Calçada de Carriche (o burro ganhou) — já há metro, mas o trânsito atrasou na mesma Bernardino, que não foi de Ferrari mas foi de carro e mesmo assim chegou a Setúbal antes de Costa.
O Bernardino Soares ficou de apanhar o comboio em Entrecampos mas em vez de ir de Loures para Entrecampos de transportes foi de carro.  :D
E, depois, como foi de carro para Setúbal, chegou antes do Costa.  ;D

Vimeiro

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Re: Portugal falido
« Responder #18302 em: 2019-04-01 19:30:46 »

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #18303 em: 2019-04-01 20:13:38 »
Um sistema ser totalmente justo é uma impossibilidade (quer no público quer no privado).
Tal como no futebol quem ganha fica contente e quem perde culpa o árbitro (por vezes mas nem sempre com razão), mas em geral não propõem que se acabe com campeonatos ou com todo o futebol.
Há aspectos que tem de ser melhorados mas não justifica que o estado se afaste da sua missão de preservar e criar cultura.
Agora para vcs o papel do estado na cultura deveria ser 0, e os exemplos das crianças com cancro (mesma técnica do Brexit com autocarros a dizer que 350milhoes iam para o NHS), parcialidade dos juris, cheques cultura etc são apenas argumentos.
Não tenho nada contra cheque cultura e os maiores criticos seriam vcs caso aparecesse. Imagino que não poderia ser usado no talho ou numas férias nas caraibas ou até no futebol (a menos que fosse no estádio da luz  ;D).
Vcs são simplemente anti-cultura até ao tópico onde aparecem pretos, ciganos ou árabes.  Aí dizem que eles não se querem integrar na nossa cultura  :D
 Porque se haviam de integrar numa coisas que dizem ser irrelevante?

Ser "anti-cultura" é impossível. Existe cultura em tudo. Ser anti-"pagar a cultura dos outros, nomeadamente cultura que se acha incrivelmente má", isso já é diferente.

Um sistema que escolhe arbitrariamente quem deve favorecer é um sistema que não tem muito por onde melhorar. O principal problema que ele revela está logo no "escolhe arbitrariamente" e não no que escolhe.

Não entendo bem a fé no cheque cultura. Imagino que devolução dos impostos em cheque cultura deva ser usado em produtos ou instituições rotulados pelo estado com sendo culturais e no caso das instituições que sejam elegíveis. Se tem uma desconfinça tão grande dos estado parece algo ingénuo que com o cheque cultura se torne do dia para a noite no arquétipo da equidade, e não levar para o domínio da cultura a frase atribuída ao H. Ford "qq cliente pode escolher cor do carro desde que seja preto".
Se cheque cultura fosse implementado iam berrar 10 vezes mais. Mas venha ele.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #18304 em: 2019-04-01 20:35:50 »
Entre ser o Estado a escolher para onde iria o orçamento da cultura (no que toca a apoios) ou serem os consumidores, acho muito mais positivo serem os consumidores independentemente daquilo em que as pessoas depois gastassem o seu cheque cultura.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18305 em: 2019-04-01 21:00:57 »
Um sistema ser totalmente justo é uma impossibilidade (quer no público quer no privado).
Tal como no futebol quem ganha fica contente e quem perde culpa o árbitro (por vezes mas nem sempre com razão), mas em geral não propõem que se acabe com campeonatos ou com todo o futebol.
Há aspectos que tem de ser melhorados mas não justifica que o estado se afaste da sua missão de preservar e criar cultura.
Agora para vcs o papel do estado na cultura deveria ser 0, e os exemplos das crianças com cancro (mesma técnica do Brexit com autocarros a dizer que 350milhoes iam para o NHS), parcialidade dos juris, cheques cultura etc são apenas argumentos.
Não tenho nada contra cheque cultura e os maiores criticos seriam vcs caso aparecesse. Imagino que não poderia ser usado no talho ou numas férias nas caraibas ou até no futebol (a menos que fosse no estádio da luz  ;D).
Vcs são simplemente anti-cultura até ao tópico onde aparecem pretos, ciganos ou árabes.  Aí dizem que eles não se querem integrar na nossa cultura  :D
 Porque se haviam de integrar numa coisas que dizem ser irrelevante?

Ser "anti-cultura" é impossível. Existe cultura em tudo. Ser anti-"pagar a cultura dos outros, nomeadamente cultura que se acha incrivelmente má", isso já é diferente.

Um sistema que escolhe arbitrariamente quem deve favorecer é um sistema que não tem muito por onde melhorar. O principal problema que ele revela está logo no "escolhe arbitrariamente" e não no que escolhe.

Não entendo bem a fé no cheque cultura. Imagino que devolução dos impostos em cheque cultura deva ser usado em produtos ou instituições rotulados pelo estado com sendo culturais e no caso das instituições que sejam elegíveis. Se tem uma desconfinça tão grande dos estado parece algo ingénuo que com o cheque cultura se torne do dia para a noite no arquétipo da equidade, e não levar para o domínio da cultura a frase atribuída ao H. Ford "qq cliente pode escolher cor do carro desde que seja preto".
Se cheque cultura fosse implementado iam berrar 10 vezes mais. Mas venha ele.

cheque cultura e produto dos Neo socialistas modernos europeus com Fe ( inpirado no liberalismo) ate brasileiros do  Lula ja fazeram isto

como tu ainda nem aceitas  povo decidir es dinossauro socialista vermelho, ateu

basicamente e revolução do socialismo deixar decidir pessoas


Devagar se vai ao longe.  afinal este pais mais comunista europa


« Última modificação: 2019-04-02 00:01:24 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

JohnyRobaz

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Re: Portugal falido
« Responder #18306 em: 2019-04-01 23:58:55 »
Entre ser o Estado a escolher para onde iria o orçamento da cultura (no que toca a apoios) ou serem os consumidores, acho muito mais positivo serem os consumidores independentemente daquilo em que as pessoas depois gastassem o seu cheque cultura.

O papel do Estado, para já não falar da protecção do património, sejam castelos e palácios e outros monumentos, sejam obras de arte como as do Museu Nacional de Arte Antiga (neste caso o Estado por vezes até atrapalha, situação contra a qual, obviamente, estou, se pesquisar saberão do que falo) ou outros museus de arte clássica, seja o património imaterial, é diversificar a oferta, aumentar as opções de escolha, enriquecer, e não apagar ou substituir, a oferta que o mercado fornece. A escolha de consumir cultura ou não vai estar sempre do lado do cidadão, ou do consumidor, se preferem. Ele vai ter sempre, a não ser em algumas excepções, de pagar bilhete.

A atribuição de subsídios ao Manoel de Oliveira ou ao João Botelho até pode ser discutível, a meu ver nem acho que eles precisem disso. E isso seria importante, uma avaliação da arte que realmente necessita de apoio no lançamento de um artista que tenha potencial e a quem é dada uma oportunidade para o demonstrar. Por exemplo, garantir a existência de um museu de arte contemporânea que sirva para exposições de novos talentos. Ou teatros alternativos que permitam a exibição de peças "fora-da-caixa". Coisas que o mercado não financia por não saber ainda se irá ter público ou não, pioneiras. O papel do Estado a meu ver é apoiar a cultura com base no seu valor intrínseco e no seu potencial de enriquecimento em relação a métricas próprias que sim, os especialistas da área, têm mais valências para apreciar do que alguém cuja vida quotidiana não passa nem tem que passar por saber quais as tendências actuais dos movimentos culturais mais relevantes. Quem vos leia, até parece que o Estado só apoia projectos culturais que veneram a cor partidária. Não é verdade.

Por último, concordo com o Zenith. Se houvesse cheque-cultura, haveria crítica na mesma. A cultura só vos interessa quando se trata de evitar que povos de outras culturas venham viver para cá. Depois há o argumento invejoso de não querer contribuir para nada do que não lhe interesse particularmente, mesmo sendo de interesse geral para a sociedade. É como eu viver num castelo com segurança privada e bombeiros privados e achar que posso dispensar os impostos que pago para que haja segurança pública, só porque eu não preciso.

PS - Gostei de ver o D. Antunes referir o debate de hoje no prós e contras sobre as medicinas alternativas. Pois, é a RTP que faz estes debates. É isto que se chama serviço público.

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18307 em: 2019-04-02 00:05:37 »
para mim cultura são gostos  povo, e não são iguais

enquanto hover tugas ha cultura

são gostos de 10 milhoes pessoas....


discutir qual e melhor gosto e mais importante e bocado impossivel


eu dou exemplo  RTP que vem com a conversa do que é correcto gastar dinheiro das pessoas com touradas  :P  ha quem goste e quem deteste ver e pagar  outros nem ligam
pelo visto esta cultura gosto touradas  não e muito popular hoje dia!  querem acabar com ela..

mas nem socialistas tem concenso no mesmo gosto sequer



http://basta.pt/rtp/
Exmo. Senhor Provedor do Telespectador
Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração da RTP

Quero demonstrar a minha indignação e oposição à transmissão de mais uma tourada na RTP no próximo dia 11 de outubro, por se tratar de um espectáculo polémico, violento, que promove maus tratos e sofrimento aos animais.

Lembro que já existem alternativas, nomeadamente canais dedicados à tauromaquia para o público aficionado, e não concordo que a violência contra animais possa ser considerada "serviço público".



isto dos gostos cada um possui o seu, portanto e algo subjetivo.  mesmo algo seja cultura a seculos como touradas







« Última modificação: 2019-04-02 01:09:32 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #18308 em: 2019-04-02 02:16:14 »
Inc:
O valor que esse site arqueolõgico pode ter para ti, pode ser igual ao valor que um dado jogo de video pode ter para outra pessoa qualquer. Porque é que haveria o site arqueológico de ser apoiado coercivamente e o jogo de video não?

Numa frase: porque o site arqueológico é Ciência. O seu valor é transcendente, não é uma questão de o gosto dos arqueólogos dever ser satisfeito mais do que o gosto de quem gosta de um jogo de video. É a questão de preservar um site que fornece dados à Ciência. Sem ela tudo se afunda. O meu critério não é a assunção de que há gostos superiores e inferiores.

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #18309 em: 2019-04-02 06:39:15 »
lolinho

Um problema insolúvel
ou está mal equacionado
ou é mesmo contraditório em si.

Um gosto colectivo que perde adesão
definha no curso do tempo.

Mas é injusto aplicar-lhe a eutanásia.

Na China da própria revolução 1949,
partidos políticos minoritários
continuaram a existir
quase como clubes
privados.

Não sei se foram extintos,
durante a revolução maoista…
mas por mim, deveriam preservar-se
enquanto relíquias culturais da decadência…

A tourada merece ser preservada.
Uma reminiscência egípcia do boi Ápis!

A costa hispânica europeia deveria ter tido
relações culturais e comerciais com a Atlântida,
civilização 'exportada' para o Egipto e para a América…

Uma vida curta e não castrada
é uma felicidade animal
gratificante.

Automek

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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18311 em: 2019-04-02 10:20:17 »
Parece que há grandes filas em Campo Maior e em Mondim de Bastos para comprar os novos passes sociais que, segundo o nosso ilustre PM, são para todo o país. A única coisa que fica mesmo a faltar é o transporte público.   ;D

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #18312 em: 2019-04-02 11:35:49 »
Inc:
O valor que esse site arqueolõgico pode ter para ti, pode ser igual ao valor que um dado jogo de video pode ter para outra pessoa qualquer. Porque é que haveria o site arqueológico de ser apoiado coercivamente e o jogo de video não?

Numa frase: porque o site arqueológico é Ciência. O seu valor é transcendente, não é uma questão de o gosto dos arqueólogos dever ser satisfeito mais do que o gosto de quem gosta de um jogo de video. É a questão de preservar um site que fornece dados à Ciência. Sem ela tudo se afunda. O meu critério não é a assunção de que há gostos superiores e inferiores.

É tão história e ciência um site arqueológico como um jogo de video. O jogo de video também certamente poderia ser investigado para se deduzir uma série de coisas dele (os jogos apresentam tendências culturais, tecnológicas). O interesse não existir para isso é mera coincidência, resultante possivelmente também do facto de serem coisas mais recentes. O site arqueológico antes de terem passado umas dezenas, centenas ou milhares de anos também pouco se interessavam por ele -- daí ter-se tornado um site arqueológico, ou nem aí teria chegado.

O valor de coisas ser transcendente é algo discutível. O valor existe na medida em que as pessoas o atribuem. Fora das pessoas não há valor nenhum. O universo não atribui valor a nada. Quanto muito um valor é partilhado por várias pessoas. Mesmo algo cujo valor é praticamente universal, como ciência (que traduza vantagens práticas) ou riqueza, pode não ser reconhecido por alguns humanos.

Nota que recursos/riqueza são uma coisa com um valor mais universal do que a importância de um dado site arqueológico (ou jogo de video). Tirar esse valor às pessoas para o enfiar em algo cujo valor só é reconhecido por algumas é desde logo tendencialmente injusto. Já algo como saúde é reconhecido muito mais universalmente, e tendencialmente visto também como muito valioso, simultaneamente. Fica um pouco mais perto de ser uma razão forte o suficiente para retirar recursos às pessoas.
« Última modificação: 2019-04-02 11:42:37 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18313 em: 2019-04-02 12:00:34 »
E isso seria importante, uma avaliação da arte que realmente necessita de apoio no lançamento de um artista que tenha potencial e a quem é dada uma oportunidade para o demonstrar. Por exemplo, garantir a existência de um museu de arte contemporânea que sirva para exposições de novos talentos. Ou teatros alternativos que permitam a exibição de peças "fora-da-caixa". Coisas que o mercado não financia por não saber ainda se irá ter público ou não, pioneiras. O papel do Estado a meu ver é apoiar a cultura com base no seu valor intrínseco e no seu potencial de enriquecimento em relação a métricas próprias que sim, os especialistas da área, têm mais valências para apreciar do que alguém cuja vida quotidiana não passa nem tem que passar por saber quais as tendências actuais dos movimentos culturais mais relevantes.
O "especialista" em cultura tem "valências" numa area:
a) altamente subjectiva e
b) que não pode ser provada
Consegue-se provar que uma máquina de TAC não é um fax e que uma estrada não é um prédio. Essa prova não depende de nenhum especialista em saúde ou em construção.

Uma tela em branco, um conjunto de blocos de cimento empilhados ou um grupo de dança a fazerem movimentos circulares com os braços não se consegue provar se é cultura ou não. Depende de quem a vê. É subjectivo.

Dizer que o gajo é entendido em pintura contemporânea (uma coisa subjectiva) para aceitar a sua autoridade sobre aquela tela monocromática, faz tanto sentido como aceitar a autoridade de um homeopata em curar a doença só porque ele conhece todos os medicamentos homeopáticos para uma determinada doença (ou seja, tem "valências" na área homeopática).

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #18314 em: 2019-04-02 12:21:14 »
Inc:
O valor que esse site arqueolõgico pode ter para ti, pode ser igual ao valor que um dado jogo de video pode ter para outra pessoa qualquer. Porque é que haveria o site arqueológico de ser apoiado coercivamente e o jogo de video não?

Numa frase: porque o site arqueológico é Ciência. O seu valor é transcendente, não é uma questão de o gosto dos arqueólogos dever ser satisfeito mais do que o gosto de quem gosta de um jogo de video. É a questão de preservar um site que fornece dados à Ciência. Sem ela tudo se afunda. O meu critério não é a assunção de que há gostos superiores e inferiores.

É tão história e ciência um site arqueológico como um jogo de video. O jogo de video também certamente poderia ser investigado para se deduzir uma série de coisas dele (os jogos apresentam tendências culturais, tecnológicas). O interesse não existir para isso é mera coincidência, resultante possivelmente também do facto de serem coisas mais recentes. O site arqueológico antes de terem passado umas dezenas, centenas ou milhares de anos também pouco se interessavam por ele -- daí ter-se tornado um site arqueológico, ou nem aí teria chegado.

O valor de coisas ser transcendente é algo discutível. O valor existe na medida em que as pessoas o atribuem. Fora das pessoas não há valor nenhum. O universo não atribui valor a nada. Quanto muito um valor é partilhado por várias pessoas. Mesmo algo cujo valor é praticamente universal, como ciência (que traduza vantagens práticas) ou riqueza, pode não ser reconhecido por alguns humanos.

Nota que recursos/riqueza são uma coisa com um valor mais universal do que a importância de um dado site arqueológico (ou jogo de video). Tirar esse valor às pessoas para o enfiar em algo cujo valor só é reconhecido por algumas é desde logo tendencialmente injusto. Já algo como saúde é reconhecido muito mais universalmente, e tendencialmente visto também como muito valioso, simultaneamente. Fica um pouco mais perto de ser uma razão forte o suficiente para retirar recursos às pessoas.
A discussão parece divergir.
O termo cultura noseu sentido lato (e da sociologia à biologia deve haver uma centena ou mais de definições) engloba tudo, mas na discussão era entendida no seu aspecto mais restrito de produção de obras artístisticas e literárias.
Não sei se acontece o mesmo em todo lado mas em Portugal ministérios que lidam com ciência e cultura estão separados.
A motivação para a arquelogia é o desejo de conhecer (e não de sentir) e por isso é uma ciência e penso que o trabalho dos arqueológos deve ser pago pelo ministério da ciência (não estão a produzir cultura). A escavação arqueológica  é que talvez seja um misto de empreendimento científico e património, e é capaz de haver fundos dos 2 lados.
O estudo dos jogos de vídeo ainda não alcançou a maturidade que lhe permita ser uma especialidade científica autónoma mas de certeza que há por esse mundo fora teses de doutramento ou projectos de investigação sobre a influência dos jogos de vídeo dos comportamentos individuais, relacionamente entre pessoas  etc
O que os arqueólogos descobrem é que podem ser produções culturais dos nossos antepassados ou civilizações antigas e ir para museus.
No caso de jogos de vídeo, não houve nenhma tempestade magnética e código de fonte deve ainda existir para quase todos eles, e pode ser replicados até ao infinito e disponibilizados em site  (mais apropriado que museu). Neste momento penso que os jogos video ainda estarão todos abrangidos por copyright a não ser que lei fosse na altura substancialmente diferente da de hoje.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18315 em: 2019-04-02 12:35:46 »
Zenith, então se percebi bem, a tua definição seria assim:
Arqueologia -> ciência (por ser para aquisição de conhecimento)
Exposição de artefactos descobertos pela arqueologia -> cultura

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #18316 em: 2019-04-02 12:43:35 »
Zenith, então se percebi bem, a tua definição seria assim:
Arqueologia -> ciência (por ser para aquisição de conhecimento)
Exposição de artefactos descobertos pela arqueologia -> cultura

Se me pagassem para pensar sobre isso, poderia arranjar uma definição melhor  ;D
Mas seria nesse sentido,
Assinas-me uma carta de recomendação para eu me candidatar a uma bolsa?  ;D

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #18317 em: 2019-04-02 13:17:19 »
ate tem logica desenrascada  :D

conta mais conhecimento que propriamente os cacos depois  no museu, na sobrevivencia das especies  super predadoras  humanas
« Última modificação: 2019-04-02 13:26:53 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

O problema dos comunistas, de tão supostamente empenhados que estão em ajudar as pessoas, é que deixam de acreditar que elas realmente existem.

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Re: Portugal falido
« Responder #18318 em: 2019-04-02 13:37:07 »
Estás a gozar, julgando ter descoberto um círculo, um looping lógico,
que arruína conclusões. Mas faltam-te premissas não explicitadas
que validam a utilidade epistemológica da arqueologia.

Designadamente esta, que qualquer informático cibernético
compreenderá: o homem é um animal que sobreviveu
no meio em que emergiu até aos nossos dias.

Tudo quanto conseguiu fazer deveu-o
à aptidão adaptativa ao habitat
em que progrediu.

Comer carne, e cozinhá-la
(os outros não dominam o fogo,
não cozinham os alimentos, não
maximizam o rendimento de proteína),
dobrou-lhe a capacidade neuronal do cérebro,
para lá da aptidão da mão preênsil de que é dotado
para experimentação de causalidade operacional
em si próprio originada…

Alcançar, com a competência da fala articulada,
a ligação de fonemas, palavras, a objectos do mundo,
permitiu-lhe não só aceder a esquemas abstractos de pré-
-acção, como a transmitir conhecimentos entre gerações.

A arqueologia documenta essa evolução cultural, não só
por via da palavra escrita como pelas ferramentas e obras
realizadas cujos vestígios chegam aos nossos dias.

E todo o desenvolvimento havido,
deveu-se a ter sido possível!

ou seja, o modo de acontecer foi binário,
sem nenhuma inteligência especial, pelo menos
de início: feito algo, sucede-lhe algo diferenciado.

Depois, na transmissão, já não é só pura repetição
mecânica, a aprendizagem (embora também o seja,
não há que desprezar o puro fazer): há a potência
de perceber o porquê, integrado numa totalidade compreensiva.


Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #18319 em: 2019-04-05 08:21:26 »
Isto é inacreditável. É tudo tão complexo que até temos de ter uma DGAEP - Direção-Geral da Administração e do Emprego Público.

Citar
Pelo menos 18 funcionários do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estão a ser obrigados a devolver os salários que receberam, uma vez que a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) considera que houve um erro na posição salarial e que, por isso, os trabalhadores foram pagos indevidamente, noticia o jornal Público.

A situação diz respeito a salários que foram pagos entre 2013 e 2018, onde persistiu um erro na posição remuneratória, no âmbito da mobilidade intercarreiras para lugares de técnicos superiores. Segundo o mesmo jornal, os trabalhadores receberam 1201,48 euros mensais, ao invés de 999,95 euros. Alguns funcionários terão de devolver 17.301 euros, um valor que corresponde a salários recebidos durante seis anos. Há também um caso de uma psicóloga do INEM que terá de devolver cerca de 40 mil euros.

A situação foi detetada em abril, quando a direção dos recursos humanos do INEM solicitou um parecer à DGAEP sobre os pedidos de consolidação das carreiras. A direção-geral acabou por detetar o erro e definiu que os funcionários teriam de devolver o valor que receberam a mais.
https://observador.pt/2019/04/05/funcionarios-do-inem-obrigados-a-devolver-salarios-devido-a-erro-na-posicao-remuneratoria/