Diferenças entre edições de "Taxa de juro real"
(3 edições intermédias não estão a ser mostradas.) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
+ | <metadesc content="A taxa de juro real é a taxa que reflecte a redução do poder de compra de um montante de juro. Calcula-se corrigindo a taxa de juro efectiva pela taxa média da inflação durante o período de aplicação." /> | ||
+ | <keywords content="taxa real, taxa de juro real, inflacção, redução do poder de compra" /> | ||
+ | |||
A '''taxa de juro real''' é a taxa que reflecte a redução do poder de compra de um montante de [[juro]]. Calcula-se corrigindo a [[taxa de juro efectiva]] pela taxa média da [[inflação]] durante o período de aplicação. As três taxas estão ligadas pela seguinte relação: | A '''taxa de juro real''' é a taxa que reflecte a redução do poder de compra de um montante de [[juro]]. Calcula-se corrigindo a [[taxa de juro efectiva]] pela taxa média da [[inflação]] durante o período de aplicação. As três taxas estão ligadas pela seguinte relação: | ||
Linha 15: | Linha 18: | ||
:<tex>i_{real} = \frac {1 + i_{efectiva}} {1 + i_{inflacao}} - 1</tex> | :<tex>i_{real} = \frac {1 + i_{efectiva}} {1 + i_{inflacao}} - 1</tex> | ||
− | Alternativamente, pode obter-se uma boa aproximação prática à taxa real subtraindo, da taxa efectiva, a taxa da inflação | + | Alternativamente, pode obter-se uma boa aproximação prática à taxa real subtraindo, da taxa efectiva, a taxa da inflação: |
+ | |||
+ | :<tex>i_{real (aproximada)} = i_{efectiva} - i_{inflacao}</tex> | ||
+ | |||
+ | Quanto menores forem ambas, menor será o erro. | ||
==Exemplo== | ==Exemplo== | ||
Linha 22: | Linha 29: | ||
:<tex>i_{real} = \frac {1 + 0,03} {1 + 0,02} - 1 \ \simeq \ 0,0098</tex> | :<tex>i_{real} = \frac {1 + 0,03} {1 + 0,02} - 1 \ \simeq \ 0,0098</tex> | ||
− | ou seja, 0,98%. | + | ou seja, 0,98%. Adoptando a aproximação prática, teriamos: |
+ | |||
+ | :<tex>i_{real (aproximada)} \ = \ 0,03 - 0,02 \ = \ 0,01</tex> | ||
+ | |||
+ | ou seja, 1%. | ||
==Significado== | ==Significado== | ||
Linha 29: | Linha 40: | ||
Se for colocado dinheiro a prazo a uma [[taxa anual efectiva líquida]] (TAEL) de 3% e, durante esse período, for registada uma taxa média de inflação de 3%, no final da aplicação só se poderá comprar o mesmo que se compraria no início da aplicação. Por outras palavras, a taxa de juro real é 0%, nula, porque o que foi ganho em juros desvalorizou-se em igual montante. | Se for colocado dinheiro a prazo a uma [[taxa anual efectiva líquida]] (TAEL) de 3% e, durante esse período, for registada uma taxa média de inflação de 3%, no final da aplicação só se poderá comprar o mesmo que se compraria no início da aplicação. Por outras palavras, a taxa de juro real é 0%, nula, porque o que foi ganho em juros desvalorizou-se em igual montante. | ||
− | Se a taxa da inflação for superior a 3%, em termos reais está a perder-se dinheiro. Por exemplo, para uma taxa de inflação de 3,5% está a perder-se por ano aproximadamente 0,5% em termos reais. Esta situação | + | Se a taxa da inflação for superior a 3%, em termos reais está a perder-se dinheiro. Por exemplo, para uma taxa de inflação de 3,5% está a perder-se por ano aproximadamente 0,5% em termos reais. Esta situação verificou-se em Portugal durante vários anos a partir de 2000, uma vez que, em média, as taxas de juro passivas praticadas pelos bancos foram inferiores à inflação. |
==Ver também== | ==Ver também== | ||
Linha 35: | Linha 46: | ||
− | [[Categoria:Taxas de juro]] | + | [[Categoria:Taxas de juro]][[Categoria:Conceitos]] |
Edição atual desde as 11h35min de 15 de junho de 2011
<metadesc content="A taxa de juro real é a taxa que reflecte a redução do poder de compra de um montante de juro. Calcula-se corrigindo a taxa de juro efectiva pela taxa média da inflação durante o período de aplicação." /> <keywords content="taxa real, taxa de juro real, inflacção, redução do poder de compra" />
A taxa de juro real é a taxa que reflecte a redução do poder de compra de um montante de juro. Calcula-se corrigindo a taxa de juro efectiva pela taxa média da inflação durante o período de aplicação. As três taxas estão ligadas pela seguinte relação:
onde:
- é a taxa de juro efectiva,
- é a taxa de juro real, e
- é a taxa média da inflação verificada durante o período (normalmente expressa nas fórmulas financeiras por ).
Daqui resulta que a taxa de juro real nos é dada pela fórmula:
Alternativamente, pode obter-se uma boa aproximação prática à taxa real subtraindo, da taxa efectiva, a taxa da inflação:
Quanto menores forem ambas, menor será o erro.
Exemplo
Por exemplo, uma taxa de juro efectiva de 3% num período em que se regista uma taxa média de inflação de 2%, resulta numa taxa de juro real de:
ou seja, 0,98%. Adoptando a aproximação prática, teriamos:
ou seja, 1%.
Significado
O rendimento de uma aplicação cresce à sua taxa efectiva. Ao mesmo tempo, o poder de compra desse rendimento decresce, porque os preços aumentam, em média, à taxa da inflação.
Se for colocado dinheiro a prazo a uma taxa anual efectiva líquida (TAEL) de 3% e, durante esse período, for registada uma taxa média de inflação de 3%, no final da aplicação só se poderá comprar o mesmo que se compraria no início da aplicação. Por outras palavras, a taxa de juro real é 0%, nula, porque o que foi ganho em juros desvalorizou-se em igual montante.
Se a taxa da inflação for superior a 3%, em termos reais está a perder-se dinheiro. Por exemplo, para uma taxa de inflação de 3,5% está a perder-se por ano aproximadamente 0,5% em termos reais. Esta situação verificou-se em Portugal durante vários anos a partir de 2000, uma vez que, em média, as taxas de juro passivas praticadas pelos bancos foram inferiores à inflação.